Vigiando em oração com ação de graças

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Vigiando em oração com ação de graças é a tradução do capítulo 3 do livro Intercession, the throne ministry, publicado pela Emmanuel Church.

Emmanuel Church

“Perseverai na oração, vigiando com ações de graças”. (Colossenses 4:2).

Recentemente o Senhor nos impressionou com o texto de Colossenses 4:2, “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças”. Esse texto nos diz que em nossa oração no Espírito – que é orar com o nosso espírito em união com o Espírito Santo – devemos “vigiar…com ações de graças”. Então percebemos que precisávamos continuar e perseverar em oração, com fervor e devoção; e que deveríamos acrescentar a “vigilância” a essa oração perseverante – precisávamos ficar alertas, ser diligentes, prudentes e cautelosos.

Para vigiar efetivamente em oração precisamos aprender a ser cautelosos, o que significa que precisamos, com os olhos do Espírito Santo [pela fé], ter uma visão panorâmica das coisas. Devemos ver as coisas do ponto mais distante, que inclui TODO O PLANO DE DEUS E PROPÓSITO EM CRISTO, e precisamos simultaneamente vigiar contra a atividade do inimigo dirigida para paralisar esse plano! Assim, para interceder efetivamente de acordo com o Propósito de Deus, não podemos ser pressionados pelas coisas ao nosso redor – pelos nossos próprios pequenos problemas do nosso mundinho, crises, alegrias, etc.

Além disso, Colossenses 4:2 nos diz que precisamos orar e vigiar “com ações de graças”. Nesse texto percebemos que a frase “com ações de graças” denota uma igual proporção entre as três coisas que acabamos de citar:

  1. ORAÇÃO PERSEVERANTE
  2. VIGILÂNCIA (AO MESMO TEMPO)
  3. COM AÇÕES DE GRAÇAS

Essas três partes foram designadas em igual medida, proporção e importância; e as três são necessárias para conseguir realizar a oração eficaz.

Assim, as “ações de graças” proporcionam o poder que acompanha e dá ao “perseverar na oração, vigiando…” a simetria [proporção balanceada e correspondente harmonia] necessária para produzir os resultados desejados por Deus.

No estudo de Moule do livro de Colossenses, ele adequadamente parafraseia esse trecho da escritura, e expressa como essas três partes são equivalentes, e como formam o todo da oração efetiva:

Em sua oração, uma oração em toda a largura e profundidade de seu significado, adoração e petição, persevere. A oração é de fato um descanso e alegria, mas também é um dever, um trabalho, um ministério e, portanto, requer propósito e persistência; vigiando, e mantendo essa vigilância “na” força do santo exercício, contra o pecado e combatendo a favor de Deus, em ação de graças; deixando que o espírito e a gratidão envolvam sua vida de vigilância e oração. Muito frequentemente as ações de graças são esquecidas, especialmente quando o crente está passando por provações. Que ele possa relembrar sua preciosidade e poder, e nunca orar sem elas. Se não houver nada mais pelo que agradecer, ele sempre terá Deus em Cristo, e também a “Bendita Esperança”, além da própria provação, que é certamente “preciosa” de alguma maneira.(Colossenses 4:2 – tradução da versão utilizada pelo autor).

Cristo é o exemplo supremo da expressão de orar e vigiar “com ações de graças” – um tipo de ações de graças que são uma força poderosa quando unidos com oração no Espírito e vigilância, e se tornam uma porção vital e intrincada do plano preordenado do Pai por meio do Filho.

As dores de parto do Senhor no Jardim do Getsêmani expressam ESSA EQUIVALENTE PROPORÇÃO NA ORAÇÃO. É por meio de Sua Experiência no Getsêmani que vamos descobrir o poder conjunto das ações de graças, que é necessário em nossa oração e vigilância, e tem sua raiz nas profundezas da própria Alma e Espírito de Cristo – no Seu coração e afeições, nas profundezas do Seu desejo, nas entranhas de Suas misericórdias, nas partes mais íntimas do Seu ser que é o Espírito do Amado Filho de Deus. Ouça o Espírito do Filho, quando Ele clama das profundezas do Seu ser para Seu Pai: “Aba, Pai”.

“ABA, PAI,”
não seja feita a Minha vontade (Meu desejo), mas a Sua…
Aqui estou Eu, venha fazer a Tua vontade, Oh Deus;
[para cumprir] o que está escrito a MEU respeito no Livro…
Me deleito (Desejo, estou grato, agradecido, satisfeito) em fazer a Tua vontade…
Meu desejo, Minha disposição, Minha atitude, Minha inclinação, toda a inclinação da Minha Mente e Espírito, o desejo de Todo o Meu Ser,
É agradar a Ti, Meu Pai, agradar a Ti
Com aquilo que está “de acordo com Sua boa Vontade”
MEU PAI, “ABA, PAI”.

Aqui encontramos o Espírito do Filho, e nessas lindas palavras encontramos o sentido de “Aba Pai”; e esse é o poder que precisamos para balancear nossa oração e vigilância. Existe um grande poder que se junta às nossas orações quando, independente das circunstâncias, podemos interceder pelo Propósito de Deus com o seguinte clamor no nosso coração: “não seja feita a minha vontade, mas a Tua” – “Aba, Pai, é o meu prazer, minha alegria fazer a Tua vontade”.

A intercessão “com ações de graças” envolve muito mais do que apenas louvor e adoração, ou estarmos gratos por Suas bênçãos e benefícios. O poder que acompanha as ações de graças, que completa o todo da oração efetiva, consiste em um coração que [não importa qual seja a prova ou circunstância] aprendeu em alguma medida, e está aprendendo em plenitude, que “todas as coisas cooperam pelo bem (o Fim designado por Deus por meio de Seu Caminho) daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito”.

No Novo Testamento, nossos irmãos conheciam a realidade do que era interceder com “ações de graças”:

Judas: “Batalhando, diligentemente, pela fé,” orou: “Ora (agora em meio a toda essa batalha…) àquele que é poderoso para nos guardar de tropeços… glória, majestade, império e soberania...” (versos 3; 24, 25).

João: Na Ilha de Patmos, percebendo a magnitude do julgamento de Deus disse: “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20,21).

Pedro: Encorajando seus irmãos perseguidos, e diante da morte, triunfantemente ora: “A ele seja o domínio (o que é um fato, e não um desejo), pelos séculos dos séculos. Amém!” (1 Pedro 5:11).

Paulo: Percebendo que seus irmãos na carne seriam cortados (para ser restaurados depois) de forma “a usar de misericórdia para com todos”, orou: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:32,36).

Paulo: De sua cela na prisão, com seu coração pulsando com a Glória do Grande Mistério clama: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Efésios 3:20,21).

O Valor da Oração Corporativa

Assim como a oração individual coloca mil em fuga, dois podem colocar em fuga dez mil [Dt 32:20]. Dessa maneira, a oração mais efetiva é a oração corporativa, a oração unida do Corpo de Cristo. Mas oração corporativa não necessariamente significa que temos que estar na mesma localidade. Quando dois ou mais do Corpo estão unidos em “um Espírito”, qual seja, quando eles estão plenamente unidos em motivo e objeto pelo PLENO PROPÓSITO de Deus que é Expresso em Cristo Jesus, então a oração corporativa efetiva já está sendo oferecida. Eles podem estar “separados ao longo do muro” – porque “a obra é grande” – mas estão, de fato, unidos em oração pela glória de Deus (Nm 4:16-20).

Quando Paulo e Timóteo estavam chegando ao fim de sua caminhada terrena em conjunto, eles estavam “separados ao longo do muro” por causa da obra. Paulo estava na prisão, escrevendo a Palavra Escrita, e Timóteo estava em Éfeso, se posicionando contra aquilo que poderia diluir a Igreja. Apesar de estarem em localidades separadas, ambos estavam unidos “em Espírito” para que Cristo fosse “tudo, em todos”.

ORAÇÃO CORPORATIVA É QUANDO DOIS OU MAIS MEMBROS DO CORPO DE CRISTO, INDEPENDENTE DA LOCALIDADE, ESTÃO UNIDOS EM UM ESPÍRITO, TRABALHANDO JUNTOS EM ORAÇÃO PELA VONTADE E PROPÓSITO DE DEUS CONFORME EXPRESSO NA PALAVRA DE DEUS.

Se Dois (ou Mais) Concordarem

Em Mateus 18, existe muita instrução dada pelo nosso Senhor Jesus Cristo sobre o comportamento, conduta e obra dentro da comunhão da Igreja. Dos versos 18 até o verso 20, Suas Palavras nos esclarecem sobre o poder da oração corporativa em unidade.

“Solenemente vos digo que qualquer coisa que vocês como Igreja amarrarem na terra, será amarrado no Céu também, e o que quer que vocês desamarrarem na terra, será também desamarrado no Céu. Solenemente vos digo que se dois de vocês aqui na terra concordarem sobre qualquer coisa que pedirem, a bênção será concedida a eles da parte do Meu Pai que está nos céus. Porque onde estão dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou Eu no meio deles” (Weymouth New Testament; tradução da versão utilizada pelo autor).

Em resumo, Jesus está dizendo:

“SE DOIS (OU MAIS) CONCORDAREM
(estiverem em harmonia um com ou outro, como em uma sinfonia)
NA TERRA, EM RELAÇÃO A QUALQUER COISA QUE ELES PEDIREM,
(no que diz respeito ao Reino de Deus, conforme previamente mencionado no texto)
AQUILO SERÁ FEITO PARA ELES, POR MEU PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS. PORQUE ONDE DOIS OU TRÊS ESTIVEREM REUNIDOS…
(unidos como Meus seguidores)
EM (PARA DENTRO DO) MEU NOME,
(O Nome de Cristo que é acima de todo o nome é o Nome que, quando usado, deve representar a própria essência e caráter de Cristo; e é nesse Nome que se autentica a Vontade de Deus; e nós não deveríamos usar SEU NOME, exceto se algo estiver em linha com a Vontade de Deus).

ALI EU ESTOU
(O EU SOU, Que apareceu a Moisés,
O Deus Eterno, A Palavra Viva,
Que apareceu a Daniel,
O Alfa e O Ômega – Cristo
Que apareceu a João
O Ressurreto Senhor da Glória
Que apareceu a Paulo,
AQUELE QUE É = continua no tempo presente
AQUELE QUE ERA = continua no tempo passado
AQUELE QUE HÁ DE VIR = continua para sempre).

ALI ESTOU NO MEIO (DE VOCÊS) DELES.”

(“Entre vocês”, misturado em próxima e íntima união com vocês).
Verdadeiramente, isso é comunhão no Espírito de oração!

“Também conservei em Israel sete mil”

Na Palavra de Deus, um dos grandes exemplos da oração corporativa pode ser encontrado quando Elias tomou sua posição no Monte Carmelo. Podemos até nos perguntar como oração corporativa e intercessória pode ser associado a esse incidente de Elias, porque parece que ele se posicionou sozinho no Monte Carmelo, entretanto, em 1 Reis 19:18, o Senhor disse ao profeta:

“Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou”.

Vamos nos lembrar que Deus falou essas palavras a Elias quando ele estava muito desencorajado e sentia que era o único que havia restado servindo a Deus. O Senhor estava dizendo a ele: “Elias, quando você estava no Monte Carmelo, você não estava sozinho”; e em Romanos 11:4 e 5, o Senhor está repetindo a mesma palavra e dizendo para nós hoje:

Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal”. E então o Espírito Santo acrescenta: “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”.

Note a afirmação “no tempo de hoje”. É pela graça de Deus, por meio da ação do Seu amor, que em cada era, Ele sustente aqueles que não “dobrarão seus joelhos” aos deuses dessa era – aqueles que: “tendo vencido tudo, permanecem inabaláveis” [Efésios 6:13]. Eles permanecem.

Aqui, o número 7.000 é usado de forma representativa e significa a perfeição na Ordem Divina. Esse número é formado pelo número sete e é múltiplo de dez. “Sete” denota perfeição espiritual, e “dez” representa a perfeição da Ordem Divina (a plenitude dessa ordem), e implica que nada está faltando; marcando uma rodada inteira de alguma coisa. Entretanto, isso não significa que aquele remanescente, os 7.000 sejam perfeitos e estejam sempre se movendo dentro da Ordem Divina. O número sete mil aqui é representativo daqueles que permanecem pela perfeição da Ordem Divina, e isso é expresso por intermédio de Jesus Cristo, em cada uma das eras.

Eles permanecem, visivelmente ou não, conhecidos ou anônimos, era após era, após era… permanecem pelo Propósito e pela Vontade Eternos de Deus em Cristo Jesus. Por trás de cada movimento de Deus para crescimento do Seu Filho, temos aqueles que são Seus servos fiéis permanecendo juntos em “um Espírito” em oração.

Assim como Elias triunfou no Monte Carmelo, aqueles 7.000 também permaneceram! Quando Elias estava desencorajado, eles permaneceram! Ao longo das eras, eles permanecem! Sim, eles permanecem pela perfeição da Ordem Divina. E quando chegamos a Roma, muitos anos depois de Elias, percebemos que eles ainda permaneciam! O príncipe do mundo liberou seu ódio sobre a Igreja primitiva quando Roma, o trono de satanás, liberou sua fúria sobre os chamados de Deus. Naquele tempo, Paulo escreveu para os Cristãos em Roma: “Nós somos (não eu sou) mais que vencedores por meio Daquele que nos amou” (Romanos 8:37).

Deus está dizendo: “no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”. Oh, irmãos amados de Deus, vamos nos ajuntar nas fileiras dos sete mil e vamos estar “entre” aqueles que corporativamente permanecem em oração eficaz, e assim concebem os resultados esperados pelo Senhor nas eras.

 

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