Um jardim regado

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“Um Jardim Regado” e uma tradução livre de texto homônimo contido no livro “The Life and Letters of Praying Hyde” (p. 223), que é uma coletânea de cartas e tributos à vida do missionário John Hyde, organizados por suas duas irmãs, Gracia Hyde Bone e Mary Hyde Hall. Edição do Kindle.

W. B. Anderson

“O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam” (Isaías 58:11).

Tenho uma lembrança muito preciosa. Me recordo de um jardim que conheci numa fatigante manhã de verão, no meio de uma planície tórrida na Índia. Estava cansado da viagem e com sede quando, por cima da cabeça inclinada do cavalo, vi um grupo de árvores no horizonte distante. Ansiava que fosse um jardim. Pareceu-me uma eternidade até o alcançarmos. 

Quando finalmente chegamos ali, nos posicionamos debaixo dos amplos ramos de grandes mangueiras, em uma brisa refrescante, tão graciosa quanto o tatalar de asas de anjos, que sopravam sobre minhas bochechas ressecadas. 

Ainda era cedo quando, retirando-me exaurido do assento duro da charrete sem molas, caminhei direto para o coração do jardim, descendo pelo corredor sombreado de mangueiras e nespereiras. Antes do amanhecer, havia chovido torrencialmente, e o jardineiro agora tirava a água límpida e fria do poço de irrigação que estava posicionado entre as árvores e arbustos. Em todos os lugares as folhas eram verdes e as flores, brilhantes. Os papagaios circulavam o céu azul límpido ou balançavam-se nos galhos, chamando alegremente uns pelos outros. O ar estava carregado de odores inebriantes de rosas e de jasmins. A fonte brilhava no centro sombreado do jardim. Abaixei-me para banhar minhas mãos e meu rosto nas águas frias da bacia daquela fonte. Então, bebi de sua alegre primavera até ficar plenamente satisfeito.

Sentei-me por alguns momentos preciosos na borda de mármore da fonte e me alegrei no frescor daquele jardim regado. O cocheiro me chamou de volta, então corri novamente pela planície tórrida e sufocante. Tinha me demorado tão pouco, mas era um novo homem. Carreguei a música desse jardim em meu coração, e seus ecos jamais deixarão de ressoar em minha vida.

Tenho outra lembrança preciosa. É a lembrança de um amigo. Quando afligido pelo pecado, cansado e distante de Deus, deparei-me com ele em uma viagem. Toda a sua vida era regada com o orvalho do céu; suas vestes impregnavam os odores do Paraíso; ele simplesmente respirava a própria vida de Deus. 

Sentei-me e tive comunhão com ele. De sua vida fluíam rios de água viva. Caminhamos juntos pelas lindas avenidas de sua amizade, que eram como uma sombra repousante. Ali vislumbrei paisagens celestiais e bebi de fontes de vida. Retornei para minha vida renovado e revigorado. Era um novo homem. Uma doce canção ressoou por todo o meu ser, doce fruto da lembrança daquela vida abençoada. Por toda a eternidade, os ecos dessa amizade me servirão de estímulo, quando encarar cada novo desafio. 

***

Certa vez o irmão João Hyde fez uma oração baseada no texto de 1 Crônicas 4:10, conhecido como a oração de Jabez. Ele registrou: “Orei (por um ano todo), “alargue minhas fronteiras”, tendo inicialmente a expectativa mais voltada para algumas questões naturais. A resposta me veio sob a forma de doença, pressão e limitação das minhas forças, tendo sido afastado por meses do trabalho [devido a uma enfermidade]. Isso me conduziu a um reforço no aprendizado da espera, quando repetidamente rememorava: “Não se faça a minha vontade, e sim a tua” [Lc 22:42]. Mas como fruto da espera e da limitação, ganhei alargamento espiritual. Pacientemente aguardando, passei a ver Jesus como nunca antes na Palavra, descobrindo, com uma nova ênfase, que estar cheio do Espírito Santo equivale a estar transbordando de amor”. Extrato selecionado do livro – “The life and letters of praying Hyde”.

Deseja conhecer mais a respeito da vida do irmão Hyde? Conheça a sua biografia.

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