Disciplinados para reinar

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“Disciplinados para reinar” é a tradução do artigo “Discipline unto dominion” publicado na revista A Witness and A Testimony nº1, 1939 (Autor denominado como KPO).

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“Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre” (Hebreus 7:26-28).

“Mas o SENHOR vos tomou e vos tirou da fornalha de ferro do Egito, para que lhe sejais povo de herança, como hoje se vê” (Deuteronômio 4:20).

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2:9,10).

LEITURA: Gn 37; 49:22-26; Nm 14:20-24; Hb 7:26-28; Dt 4:20; 1Pe 2:9,10; Gl 2:20; Cl 3:3.

O Senhor é Tudo

O Senhor Jesus Cristo manifestou em Sua Pessoa o Deus invisível, e é exatamente nesse Deus que encontramos a causa de nossa salvação. A vontade de Deus não equivale simplesmente a um plano ou um projeto desenhado por Alguém que tem infinito poder, e que se determinou a ter certas coisas.

Tudo surgiu do próprio conhecimento que Deus tem de Sua Pessoa, sabendo que em Si mesmo reside todo o bem essencial para tudo aquilo que criou. Por isso, Ele anseia por tornar-se conhecido e conceder de Si mesmo à Sua criação, possibilitando a ela satisfação por meio de Sua Pessoa.

Só Ele sabe tudo que Ele representa, aquilo que Ele é, e pode conceber adequadamente toda a Sua riqueza, sabedoria, majestade, poder, amor e misericórdia. Somente encontraremos a bendita causa de nossa salvação na revelação daquilo que Deus é.

Havia apenas Uma Pessoa que conhecia a Deus. Essa Pessoa não só sabia coisas a respeito de Deus, mas O conhecendo de fato e de verdade. Essa era a Única Pessoa que podia torná-Lo conhecido, e essa Pessoa era o Filho de Seu amor [Mt 11:27].

“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1:18].

Amados amigos, se não desejamos que a concepção da salvação permaneça como algo limitado, pobre e estreito em nossos pensamentos, precisaremos que o Espírito Santo ilumine para nós qual é a natureza de Deus, e isso deve ser revelado e demonstrado na encarnação do Senhor Jesus Cristo, o Verbo que se fez carne.

A alegria da Deidade em Seu amor foi invadida pelo pecado, e o Filho estava disposto a deixar tudo que Ele era como o Pai (e só Ele sabia o que aquilo representava) para que o caminho fosse aberto para que esse AMOR ser descortinasse, aquele AMOR sacrificial que não pode se satisfazer se não for desfrutado e conhecido como o bem de todas as coisas.

O Filho estava disposto a possibilitar isso, satisfazer o coração do Pai, dar a Si mesmo, e com isso tomar do amargo cálice do resultado da queda.

O Estabelecimento de uma verdadeira união

A primeira grandiosa obra do Espírito Santo é trazer o homem de seu estado desamparado de pecador, de insensibilidade à respeito de sua própria condição de trevas, morte, escravidão e cativeiro de Satanás, para um conhecimento salvador de Deus em Cristo, e isso por meio de um relacionamento vivo, para que essa pessoa possa ter um conhecimento de Deus. 

Somente quando tomamos essa posição de verdadeira união em vida em Cristo é que conhecemos a Deus. Sem isso, tudo permanece exterior, não passa de uma aquisição mental, como figuras de nossa mente. Não é algo real. 

Não somos trazidos imediatamente a um ponto onde verdadeiramente provamos a Deus, mas somos conduzidos a um desfrute inicial em nosso coração que é como uma gota de um vasto oceano ainda por descobrir e explorar.

Mas, na medida que recebemos a vida eterna, o Senhor Jesus é definitivamente recebido em nosso interior e o Espírito Santo vem e passa a habitar em nosso espírito, então Deus tem as condições necessárias que precisa para continuar Sua obra.

Agora temos a capacidade para receber a iluminação e revelação dEle, para que Ele nos apresente o grande propósito de Deus na salvação, que é prover a Deus tenha um povo conformado à imagem de Seu Filho, e quando essa semelhança for aperfeiçoada neles, o Senhor encontre simplesmente uma expressão de Cristo. Cada expressão desse povo aperfeiçoado deve ser uma manifestação de Cristo, nada mais. 

Toda a glória espiritual e moral do Senhor Jesus Cristo deve ser demonstrada nesse povo, quando forem aperfeiçoados em Sua semelhança. Eles serão uma expressão de Cristo.

A Revelação do Propósito Eterno

Com essa finalidade, o que será que o Espírito Santo busca fazer uma vez que já estabeleceu no crente um relacionamento vivo com Deus na pessoa de Seu Filho? Ele se move com direção ao supremo propósito de Deus, e isso demanda uma apresentação ao coração do sentido espiritual da Cruz do Seu Filho, por meio da qual o propósito final deverá ser alcançado. 

Ele apresenta o fato, e não apenas os pecados que foram tratados na Cruz, mas aquele homem no estado natural que foi totalmente deixado de lado para que Cristo possa ser tudo. O Espírito Santo torna essa experiência pessoal a cada coração. Ele nos diz que Cristo, tendo entrado em nosso coração, agora precisa SER TUDO. Isso não somente porque Deus o deseja, mas porque esse é o único bem, a verdadeira bênção e satisfação. Deus sabe que se Ele puder ao menos assegurar essa questão em nós, não haverá outro desejo no coração, e o final será consumado em uma semelhança de Cristo. Apesar de Satanás apresentar suas tentações, teremos provado de Cristo ao ponto de não mais nos apartarmos dEle. Que vitória, triunfo e graça isso representa: que Deus pode fazer algo assim com um povo que: “bebe a iniquidade como a água” (Jó 15:16), “ama mais as trevas que a luz” (conf Jo 3:19), e que por natureza eram “filhos da ira” (conf Ef 3:3), filhos do Diabo. “Vós sois do diabo, que é vosso pai…” (Jo 8:44). Aquilo não foi falado apenas à alguns judeus em particular. Aquilo se refere ao homem tipologicamente, considerando-o em sua posição caída, pois ele foi tomado cativo por uma mentira. Que triunfo, erguer o homem disso, e trazê-lo a tal conhecimento de Deus em Seu Filho!

Mas Deus realiza isso de forma paciente, ganhando espaço em nós, e não por um ato soberano instantâneo. Essa é a maravilha da graça. Ele lida conosco de maneira que cada escolha de nosso coração possa ser uma escolha CONTRA A INIQUIDADE, CONTRA SATANÁS, contra NÓS MESMOS até o FIM, quando Ele tiver conquistado a nossa vida completamente. Nesse momento, Ele terá estabelecido Cristo em nós em toda o Seu valor moral e espiritual, em Sua riqueza.

A Ofensa da Cruz

Mas queridos, esse não é um CAMINHO FÁCIL de se trilhar. Quando o Senhor apresentou Sua visão de Sua glória, e o propósito final para o qual Ele nos chamou na salvação por meio de Seu Filho, qual foi o meio de sua realização? O que o Espírito Santo fa a partir do momento que a vida eterna é repartida conosco? O Espírito Santo não tem tarefa mais elevada a fazer do que, em Seu poder inesgotável, se voltar contra nós e nos aniquilar, para que Cristo possa ser tudo. Isso pode soar duro, mas é expressamente o que o Espírito Santo veio para realizar. Deus, para tomar posse da natureza humana, precisa aniquilá-la. O Espírito Santo precisa aniquilar a cada um de nós no poder dessa própria vida que Ele trouxe ao nosso interior. 

Isso pode ser claramente ilustrado na história de José. Deus lhe deu a visão, e imediatamente vemos José sendo conduzido a estágios de experiência e desfrute – não egoísta, fique claro – daquilo que Deus o revelou. 

Somos cegos e não podemos ver a verdade espiritual e sentido da visão que o Espírito apresenta em nossos corações quando nascemos de novo, e somos trazidos à um relacionamento vivo com Cristo. Quando encontra abertura de coração, o Espírito logo descortina ao coração o pleno chamado de Deus em Cristo, e então, tendo mostrado a Cruz, que é o meio da realização desse chamado, imediatamente traz ao coração a questão da nossa prontidão para trilhar o caminho da realização dessa visão que Ele concedeu.

No caso de José, ele logo foi arrancado de sua casa, afastado dos que ele amava e foi vendido pelos irmãos. Então, na terra de sua aflição, foi sustentado pela própria presença de Deus, adentrando ainda mais profundamente em suas provações, ao ponto de ser falsamente acusado pela mulher de Potifar e ser lançado na prisão. Mas uma disciplina ainda mais severa estava diante dele, porque quando surgiu o momento em que ele teve esperança de liberação da prisão, sua esperança é destruída por um severo desapontamento, e ele é esquecido na prisão por mais dois anos completos, esquecido, apagado da memória das pessoas. É claro a partir das Escrituras que esse foi o tempo que passou até que o Faraó o chamou. 

O que aconteceu com José? Essa é a obra da Cruz! Essa é a aniquilação da flor e do fruto de tudo que pode advir da nossa natureza. Cada vestígio de nossa natureza será conduzido à morte, pelas mãos do Espírito Santo. Veja isso na vida de José. Temos sua visão, o fim proposto por Deus diante dele, e então tudo parece acontecer e forma contrária, e sua visão é totalmente perdida. 

Entretanto, esse é o caminho exato para o fim proposto por Deus, e precisamos entender que por meio de toda a nossa experiência como filhos de Deus, iluminados pelo Espírito de Deus e objetivando o Seu propósito, uma vez que o próprio Deus nos tomou pela mão para nos conduzir até esse fim, O AUMENTO DO NOSSO CONHECIMENTO DE CRISTO SERÁ EXATAMENTE NA MESMA PROPORÇÃO DA MORTE DE NOSSA VIDA NATURAL. 

Um dos frutos da obra de Satanás em nós é que apesar de ouvir tudo que acabamos de ouvir, interiormente, lá no fundo, ainda existe aquele pensamento persistente de que se ao menos tivermos uma clara doutrina a seguir, poderemos ter uma experiência feliz de plenitude, e que poderemos deixar de passar por essas profundas experiências da Cruz. 

Mas não é assim, irmãos, e Deus nunca nos conduz a um ponto de enriquecimento por um ato soberano de Sua parte, nem permite que nem uma vírgula da experiência real da Cruz em nós seja deixada de lado. 

A LEI é estrita, do início ao fim, que O AUMENTO DO CONHECIMENTO DE CRISTO SERÁ DE ACORDO COM NOSSA EXPERIÊNCIA, PELO ESPÍRITO SANTO, DOS LUGARES DE MORTE EM TUDO AQUILO QUE DERIVA DE NOSSA NATUREZA. A flor e o fruto, a sabedoria, auto-confiança, presunção, orgulho, boas obras, avidez, zelo. Cada característica daquilo que provém da vida natural precisa ser conduzido à morte, e SOMENTE CRISTO pode ser nossa sabedoria, amor, zelo, coragem, bondade, graça, paciência, santidade, e isso estabelecido em cada aspecto da vida, até que finalmente nada que seja proferido por essa vida não seja de Cristo – manifestando Sua beleza espiritual e moral. Esse é o objetivo final da Cruz.

A obra da Crucificação é essencialmente interior

É importante reforçar uma particularidade dessas provações relacionadas à Cruz. No caso de José, podemos vislumbrar que provações interiores acompanharam todos os sofrimentos pelo qual ele passou. 

Podemos perceber um pouco desse sofrimento interior quando, no reencontro com seus irmãos no Egito, eles se recordam de sua angústia quando foi vendido:

“Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso, nos vem esta ansiedade” (Gn 42:21). 

José não imaginava naquele momento o que o aguardava, seria a morte? Ali na carne de José outro princípio estava sendo estabelecido, de não mais viver segundo a carne, julgando de acordo com os sentidos naturais. Para tanto, o próprio amor natural passou pelo cadinho, para que o amor de Cristo pudesse ser estabelecido. 

Quando vemos José mais adiante, ele nos evidencia uma capacidade de julgamento que transcende suas afeições naturais, pois a força desse amor estava firmada no terreno de ressurreição de Cristo. 

Ainda no Egito, na casa de Potifar, lemos que Deus estava com José, concedendo-lhe favor aos olhos de seu senhor, que o colocou como mordomo sobre sua casa e tudo que possuía. Ainda assim ele está passando pela disciplina do exílio, e não sabemos o que isso representou para ele. O importante é que Deus estava com ele, sustentou sua alma nesse período.

Mas, Deus permite que algo estranho acometa José, pois apesar dele trilhar caminhos de justiça, nosso Deus permite que a esposa de Potifar, uma mulher inescrupulosa, o instiga a cometer um pecado terrível, depois lhe acusa da mais cruel injustiça. Em meio à essa tentação terrível, o espírito de José é manifestado de forma impressionante, pois nunca se permitiu ceder às investidas daquela mulher:

“Tem-me por mordomo o meu senhor e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às minhas mãos. Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gn 39:8,9).

Sim, esse jovem que não deseja pecar contra o seu Deus nem contra seu senhor foi falsamente acusado e lançado na prisão. Deus não levanta um dedo sequer para defender Seu servo. E essa provação da prisão se torna ainda mais aguda quando, em um momento ele contempla a possibilidade de libertação por meio da interpretação do sonho do copeiro do faraó, e ainda assim José é esquecido ali pois mais dois anos. 

Todas as esperanças de José foram levadas à morte. No caminho da disciplina a fé apoiada no natural precisa mirrar completamente e morrer. Uma das coisas mais persistentes em nós é a capacidade de esforço da nossa força natural, que tenta se apegar ao Senhor durante a disciplina. Tentamos nos apegar firmemente, permanecer firmes, suportar os processos, e cada vestígio de nossa força natural precisa ser levado ao fim.

Chegaremos a um ponto onde nos parecerá não haver nenhum vestígio sequer de fé em nós, quando nos sentiremos desnudos, despojados, inúteis e estéreis. Mas debaixo de tudo isso, Deus está sustentando a alma em Sua vida, permitindo que nossa esperança em nós mesmos seja destruída, e o que acontece é a demolição daquilo que está oculto em nosso interior, pois nós não conhecemos a nós mesmos, as profundezas da nossa vida do ego.

Somos trazidos a um ponto onde veremos claramente o PRINCÍPIO DA CRUZ, e descobriremos que lá no fundo existe algo que não controlamos, e que tem pés e mãos firmes para atuar, mesmo quando já entregamos nossa vontade para o Senhor. Deus precisa trazer o governo de Sua vontade para esse ponto lá no fundo. Ali, onde a força interior do amor próprio, autocomiseração, vontade própria tem suas raízes estabelecidas. Ali isso será descortinado e levado à morte, debaixo de um processo doloroso e profundo da disciplina de Deus, quando nos desesperamos de nós mesmos. Essa é a real experiência da Cruz, e não existe a possibilidade de evadir desse processo se desejarmos chegar ao fim proposto pelo Senhor. 

Somente na medida que o ego for realmente aniquilado é que poderemos chegar ao pleno conhecimento de Deus – esse é o caminho. Não sabemos de fato quão forte nosso ego é. Sabemos muito pouco a esse respeito, sobre suas capacidades, seu poder para se agarrar e se dissimular por meio de disfarces, permanecendo oculto e operante. 

Mas Deus sabe o caminho para conduzir o ego à morte, para trazer à luz a vida pura e santa do Seu Filho, para que Ele seja nosso tudo, e para que vivamos por meio dEle, para Ele. No final das contas, nada restará além de Cristo, e Sua plena manifestação.

O Espírito Santo não tem obra mais elevada e sublime a realizar: conduzir-nos a esse processo de morte, na medida que podemos suportar. Esse é o verdadeiro conhecimento de Deus. 

Então percebemos que a crucificação é algo interior – uma vez que o EGO é interior também. Mas podemos louvar ao Senhor porque no interior mais profundo de um filho de Deus habita o Espírito Santo, o poder da vida eterna. No poder dessa Vida indissolúvel, o Espírito conduz o EGO no nosso interior à morte, com todas as suas características, aspectos e frutos, estabelecendo ali, onde o EGO reinava e vivia, a vida de Cristo – até que Ele seja o tudo de nossa vida.

A Atitude do Coração

Se lermos a passagem em Números veremos que esse é o único caminho para a bênção de Deus. Não existe outro caminho para lidar com o pecado e o ego. O Espírito Santo nos apresentou um descortinar do Senhor em nossos corações e esse é o caminho para a plenitude. 

Estamos dispostos a seguir por esse caminho?

Existem aqueles que nos acompanham, sentaram aos pés do Senhor e ouviram Sua palavra, receberam uma apresentação da revelação de Jesus Cristo repetidamente, mas temos consciência de que eles não estão no pleno propósito de Deus, apesar de sabermos que eles o conhecem. É nesse ponto que alguns se apoiam para justificar suas reservas, a sua recusa em conceder à Cristo plena liberdade em nossas vidas? Oh, que pudéssemos contemplar o que é limitar Deus, impedi-Lo de realizar Sua vontade em nós, quando em qualquer ponto estabelecemos limites à Ele, e determinamos que não prosseguiremos naquela direção, assim como aconteceu em Cades-barnéia. 

Isso pode ser causado por um coração que se recusa a perdoar, que se apega à mágoas e ressentimentos do passado. Mas é a Deus que estamos ofendendo. 

“Porém, tão certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória do SENHOR, nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a verá. Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o farei entrar a terra que espiou, e a sua descendência a possuirá” (Nm 14:20-24).

É uma coisa solene que Deus exclua alguns da esperança e oportunidade que Ele oferece, se não for dado atenção e não for dado ouvido a Ele, concedendo-Lhe o direito de passagem. Existe um processo de separação acontecendo, e questões profundas estão diante de nós. 

Estamos chegando aos dias do fim, quando as oportunidades mais gloriosas são postas diante de nós! O conhecimento de Cristo, experimentá-Lo em alguma medida, quando o Espírito está forjando algo da obra da Cruz em nós, e Cristo está sendo visto pelos olhos do coração, como isso é bom, como satisfaz! Vamos menosprezar o chamado de Deus, esse conhecimento do qual Ele nos convida a participar, e que finalmente varrerá a iniquidade do universo na manifestação dos filhos de Deus, demonstrando em suas vidas a maravilhosa santidade de Cristo, que será glorificado nos Seus santos? Existe algo tão poderoso que os poderes do inferno não são capazes de resistir, e eles serão retirados da presença de Deus pela glória de Sua obra completa em Seu povo. Ele está nos convidado a tomar parte nisso, a participar de Cristo nesse sentido, para que Ele seja expresso em você, e Ele demanda por seu consentimento para que Ele possa tomar tudo que é por natureza e plantar na morte de Cristo, para que Cristo seja sua vida, seu tudo.

Que o Senhor possa falar assim conosco, permitindo-nos ver, com os olhos do coração, a glória de Seu Filho de maneira que nenhum de nós seja capaz de recusar Seus caminhos, confiando nossas vidas totalmente em Sua mãos, sabendo que Ele não nos permitirá enfrentar o processo doloroso da Cruz em medida maior que podemos suportar, e finalmente nos conduzirá ao Seu propósito, Seu reino e glória. Que o Senhor nos conceda esse coração, por amor do Seu nome. 

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