Cristo é o Horizonte de Deus

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O artigo “Cristo é o horizonte de Deus” é composto por extratos selecionados do Capítulo 1 do livro Horizoned by Christ”, de T. Austin-Sparks, publicado no site www.austin-sparks.net.

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T. Austin-Sparks (1888-1971)

“E nos mandou pregar ao povo e testificar que Ele é Quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos” (Atos 10:42).

“Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um Varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-O dentre os mortos” (Atos 17:31).

Temos uma palavra oculta no Livro de Atos, uma vez que ela não foi traduzida literalmente na nossa versão. Essa palavra foi repetida nas duas passagens acima, e foi traduzida como “constituído” e “destinou”. Na língua original, que é o Grego, a palavra é ‘horizo’, de onde é derivada a palavra “horizonte” em nosso idioma. Portanto, temos uma dupla afirmação oculta por trás das palavras “constituído” ou “destinou”: que Deus tornou Seu Filho, Jesus Cristo, no Horizonte de todos os Seus interesses e atividades. 

[O horizonte (do grego ρίζω) é a linha aparente ao longo da qual, em lugares abertos e planos, observamos que o céu parece tocar a terra ou o mar. No sentido figurado se relaciona ao espaço que a vista abrange: um vasto horizonte. Também pode ser traduzido como a extensão de uma ação, atividade: por exemplo, o horizonte dos conhecimentos humanos. Também pode ser usado figuradamente como perspectiva do futuro. Portanto, podemos traduzir horizonte como: perspectiva, âmbito, panorama].

Cristo é o Horizonte de Deus, tudo é balizado por Ele. Todos sabemos o que horizonte representa: o ponto mais distante de visão, a esfera mais afastada e extensa das coisas. Onde quer que formos nesse mundo, em qualquer que seja o lugar, ainda seremos confrontados com o horizonte, que limita e inclui tudo dentro em si. 

Aqui, em uma linguagem muito precisa, aprendemos que assim como o horizonte equivale ao limite e esfera máximos para a terra, Deus considera Seu Filho dentro de Seus conselhos eternos. Cristo é a esfera plena de Deus, o limite máximo e o conteúdo completo de tudo que existe. 

Apesar da palavra grega ‘horizo’ só aparecer duas vezes no Novo Testamento, seu sentido pode ser encontrado em tudo mais. Um fragmento muito impressionante que indica isso está na carta aos Colossenses, no capítulo 1, nos versos 16 e 17, “pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” [grifo nosso]. Nessa citação do apóstolo Paulo, temos Cristo como o horizonte, a área, o escopo, a esfera, e a plenitude de todas as coisas. Este é Cristo.

O Filho de Deus, o Senhor Jesus, foi estabelecido por Deus, o Pai, como a norma, o representante de tudo que eventualmente será universal. No futuro, o universo será uma expressão do Filho de Deus. Tudo, dentro do horizonte universal, tomará o Seu caráter. Ele, portanto, deve ser muito grandioso; pois será um Cristo universal, além de Quem nada mais haverá, porque Ele é o horizonte!

Sabemos que se pararmos em um determinado ponto e olharmos para o horizonte, se avançarmos em sua direção, não importa quão longe dele estivermos e quanto tempo isso pode levar, podem ser mil quilômetros, ainda assim o horizonte estará adiante de nós, e à mesma distância. Não conseguiremos ultrapassar o horizonte nessa terra, nesse mundo, nessa criação.

Portanto, quando Deus finalmente obtiver as coisas como Ele idealizou, toda a esfera será uma expressão e manifestação do Seu filho. Ele estará em toda as coisas, para nelas ter a proeminência. Ele deverá encher todas as coisas e todas as coisas deverão ser agregadas à Ele. Ele é a soma daquilo que Deus deseja. Quão grande é Aquele que chamamos ‘nosso Senhor Jesus’!


T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério. Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência. Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church. 

“Nenhum homem é infalível e ninguém ainda ”obteve a perfeição”. Muitos homens piedosos precisaram se ajustar, seguindo um senso de necessidade, após Deus lhes haver concedido mais luz.” (De uma Carta do Editor publicada pela primeira vez na revista “A Witness and A Testimony“, julho-agosto de 1946).

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