A Centralidade do Senhor Jesus – Parte 1

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“A centralidade do Senhor Jesus” está dividido em duas partes – está é a primeira delas – e é uma tradução do Capítulo 1 do Livro “The Supremacy of Jesus” (A Supremacia de Jesus), de Lance Lambert.

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Lance Lambert (1931-2015)

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela… E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim. Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (João 1:1-5, 14-18).

“Dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia [ou preeminência]” (Colossenses 1:12-18).

“Senhor, nós apenas desejamos permanecer pela fé nessa unção, que só é nossa no Senhor Jesus, e que pelo Santo Espírito se torna uma viva realidade. Ocupa esse tempo, Senhor, com essa unção, enquanto proclamamos, traduzimos e ouvimos Tua palavra. Pedimos isso no nome do nosso Messias, o Senhor Jesus. Amém”.

O tema dessa conferência é “Cavando Novamente os Poços”, expressão tirada de Gênesis 26. Esse texto fala de Isaque cavando novamente os poços que seu pai havia cavado e os Filisteus tinham entulhado com terra e detritos. Me parece que, em cavando novamente os poços, existem alguns assuntos de suprema importância para os cristãos.

Acredito que estamos no prelúdio do grande cumprimento do propósito de Deus. Os poderes das trevas, seus principados e dominadores estão operando. Eles sabem que algo muito grande está para se cumprir.

Por isso, é muito importante que cavemos novamente os poços que nossos antepassados cavaram. Estou pensado agora no que aconteceu na história da obra de Deus a partir do Pentecostes. Não estou falando de 1903 ou 1906, dependendo se você for Britânico ou Americano. Estou falando do Pentecostes, ou Shavuot, há uns dois mil anos, quando Deus colocou em Jerusalém algo em movimento entre nós, que somos Judeus, e conduziu isso pelo Espírito de Deus para os confins da terra. Me parece que alguns poços foram cavados, os quais foram cheios com entulho e terra, ao longo do tempo, pelos inimigos de Deus e do Seu propósito. É assim que isso sempre acontece.

Independente do tempo da história da verdadeira igreja, o corpo do Messias, que olhemos, veremos que sempre houve um novo cavar de poços, seja na Reforma ou com os Anabatistas, ou ainda mais tarde com os Puritanos ou com os Morávios. O mesmo ocorreu bem depois com os Quakers e com os primeiros Metodistas. Nenhum desses irmãos jamais se denominou com esses nomes que as pessoas os intitulam nos dias de hoje. Eles eram apenas crentes que, de alguma forma maravilhosa, re-cavaram os poços dos primeiros dias, deixando a água pura de Deus fluir novamente para fora.

Assim sendo, me parece que Deus ainda irá fazer algo importante, que será contestado pelos poderes das trevas e hostes do mal. Não importa para onde você se volte, a crise é de enormes proporções, mas essa é a maior oportunidade para o Espírito de Deus. Por isso, é muito importante que compreendamos o motivo pelo qual o Senhor nos conduziu à esse tema “Cavando Novamente os Poços”.

A Supremacia e A Centralidade do Senhor Jesus

Gostaria de me ater a um poço, que está correndo o perigo de ser obstruído com entulho e detritos. Esse poço é a supremacia e centralidade do Senhor Jesus. Para mim, esse é um poço de importância tremenda. Não existe nenhum único movimento na história da verdadeira igreja de Deus que não começou com uma nova compreensão e reconhecimento de Jesus como Senhor. Sempre que Ele foi entronizado, uma poderosa fonte interior de águas vivas fluiu, mudando nações e o curso da história. Tudo isso sempre começou com um novo entendimento do Senhor Jesus.

Quando Maria, santos ou qualquer um tomou o lugar do Senhor Jesus, a pessoa do Senhor Jesus foi rebaixada e depreciada. Isso nunca foi a intenção daqueles na igreja institucional, mas aconteceu de alguma maneira. Sempre que o Espírito de Deus Se moveu de uma forma nova na história da igreja, foi em direta relação com Jesus como Rei, Jesus como Senhor, Jesus como Cabeça, Jesus como a fonte de tudo e Jesus como o fim de todas as coisas.

Cada afastamento desse puro início da obra do Espírito de Deus na história da igreja começou com um destronamento do Senhor Jesus. Isso indica a tamanha importância desse assunto. Seja a igreja, o indivíduo ou o obreiro Cristão, no final das contas, tudo está relacionado ao Senhor Jesus. Não posso imaginar nenhum outro poço mais importante do que esse.

A Palavra de Deus – A Supremacia de Jesus

Existe outro poço que devemos cavar novamente, que é a Palavra de Deus. Quando a Palavra de Deus é depreciada ou tornada insignificante, quando ela se torna seca e poeirenta literatura antiga, nada mais acontece. Mas quando a Palavra de Deus for reconhecida pelo que ela é, então ela se torna aquilo que de fato é – viva e ativa. Homens e mulheres nascem por meio da Palavra de Deus. Eles são mudados e trazidos a um relacionamento vivo com Deus. Nações e o curso da história são mudados.

O Deus Triúno

Gostaria de falar sobre o problema que se criou em relação à Trindade. A palavra “trindade” sequer aparece na Palavra de Deus. É claro que isso não quer dizer que não existe um Deus Triúno, mas a palavra “trindade” não aparece. Sempre houve controvérsia a respeito desse assunto. Existem aqueles que leem as escrituras e veem Jesus como um homem. Eles O veem como um homem único, especial, mas apenas um homem. Existem outros que leem as Escrituras e veem o Senhor apenas como divino. Mas não importa como abrimos a palavra de Deus, se formos muito longe para uma ou outra direção, fatalmente nos confundiremos. A igreja primitiva definiu isso em um credo, mas estamos lidando com algo que é um mistério essencial e que só pode ser revelado ao crente pelo Espírito de Deus.

Como Judeu, apenas sei que encontrei Deus no Senhor Jesus. Descobri o Senhor Jesus, Deus. Cheguei à salvação de Deus pelo Senhor Jesus, e cada nova experiência de Deus tem sido em e por meio do Senhor Jesus.

Nos primeiros dias, na época do Pentecostes, eles apenas falavam sobre Jesus. Era Jesus, Jesus, Jesus; tudo era Jesus. Agora é o Espírito, o Espírito, o Espírito. Nos primeiros dias dos Carismáticos, as pessoas se apaixonaram pelo Senhor Jesus. Eles sabiam que estavam vivos para o Senhor Jesus. Eles ouviram o Senhor Jesus; obedeciam ao Senhor Jesus. Hoje, cada vez mais parece que eles falam do Espírito Santo.

Até certo ponto, partes da igreja institucional fizeram parecer que era como se houvesse um panteão de Deuses – três Deuses, absolutamente separados. Isso é confuso, especialmente porque o Senhor Jesus, quando indagado a respeito do principal mandamento de todos, respondeu: “Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!” [Mc 12:29]. É difícil para nós compreendermos isso. Não gosto da palavra “trindade”, sempre falo do Deus triúno.

Existem outros que têm dito que Jesus não é meramente um homem, mas é menos que Deus. Temos uma ala inteira no movimento Messiânico que segue essa linha, de que, de alguma forma, Jesus é menor que Deus, mas maior que o homem. Pessoalmente, acho isso difícil de aceitar, porque, se o Senhor Jesus é algum arcanjo criado, como no mundo posso ser encontrado em um anjo, e um anjo pode ser encontrado dentro de mim? Isso é muito bizarro. Me parece alguma forma de espiritismo.

Gostaria de abordar isso porque acredito que este é um poço que contém uma grande quantidade de entulho. Existe uma ideia de que temos três Deuses. Isso para mim é entulho. Ainda assim, temos um Deus e três pessoas. Não podemos plena e completamente compreender isso, mas ao menos temos algum entendimento.

A Supremacia de Jesus no Evangelho de João

Para ajudar a compreender isso melhor, vamos ao evangelho de João, que não é um evangelho sinótico. Mateus, Marcos e Lucas são evangelhos sinóticos. Eles relatam histórias, testemunhos oculares (ou no caso de Lucas, testemunhos coletados de testemunhas oculares), a respeito do Senhor Jesus. O evangelho de João é totalmente diferente. Ele não foi escrito como um evangelho sinótico ou como um relato histórico, apesar de ser absolutamente exato quando toca em fatos históricos. O evangelho de João é uma interpretação. Ele é edificado de uma maneira diferente. Temos um prólogo e um epílogo. Então temos uma tese principal no livro, construída sobre oito declarações ou afirmações do Senhor Jesus, começando com EU SOU, e oito sinais. João não os chama de milagres, mas de sinais, porque não são apenas milagres. Eles significam algo maior, de tremenda importância.

O Prólogo

Logo no início desse evangelho incrível, que revela algo do nosso Senhor Jesus, temos essas palavras: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. É uma conclusão inevitável. O Espírito dirigiu João para usar essas palavras, que são um paralelo às próprias palavras iniciais do texto da velha aliança: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” [Gn 1:1]. No texto de Gênesis, logo após essa frase, temos a menção do Espírito de Deus pairando sobre a face das águas.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava Nele.”

“A vida estava nele”. Acredito que isso não possa se referir a um anjo. Aqui você tem um atributo supremo de Deus. Nele estava a vida e a vida se tornou a luz dos homens. Isso é algo tremendo. Como explicar isso? Se Jesus é maior que um homem e menor que Deus, como podemos dizer: “a vida estava Nele”? Apenas em Deus existe vida. Deus é a fonte de toda a vida. Isso me traz encorajamento todos os dias.

Penso em Arafat (1). Sua vida começou a partir de Deus e no momento que Deus falar uma palavra, ela acabará. Isso será o mesmo com Saddam Hussein (2), e o mesmo acontecerá comigo e com você. Existe um tempo para nascer e um tempo para morrer. Deus é a fonte suprema de toda a vida. É quase uma blasfêmia falar de alguém criado como sendo uma fonte de vida. A vida estava Nele e a vida era a luz dos homens. Essa é a palavra de Deus, e essa é a razão pela qual quero falar dela também, porque algumas pessoas dizem: “oh, tenha cuidado com Paulo. Ele foi o fundador do Cristianismo, não Jesus. E ele odiava as mulheres. Tenha muito cuidado com ele“. Ouço isso o tempo todo, o que não faz o menor sentido.

Então as pessoas dizem: “Não confie em João; ele foi aquele que falou mal dos judeus”. Bem, algumas vezes falo coisas ruins a respeito dos britânicos. É comum dizer aos britânicos: “Tão hipócritas”. Isso não quer dizer que penso que os britânicos são absolutamente todos demonizados e maus, mas é muito comum falar esse tipo de coisa do seu próprio povo. Assim fez João.

O Verbo se Fez Carne

“O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Isso é um mistério. O início de Jesus não foi em Belém; Ele teve uma pré-história. O Verbo se fez carne e habitou entre nós em Belém, mas, antes disso, o Verbo teve toda uma eternidade. Isso é impressionante.

Ouça: “Ninguém jamais viu a Deus” (vs. 18). Deixe que isso penetre dentro de você. “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou [manifestou / definiu / declarou]”. Isso é tremendo. Nenhum homem jamais viu a Deus. Então, quando Jacó viu o Senhor e viveu, tinha que ter sido o Senhor Jesus. Quando nossos amados Abraão e Sarah fizeram uma refeição para os três visitantes, um daqueles três era o Senhor. Você se lembra como ele falou com eles.

Ninguém, homem nenhum jamais viu a Deus. Como pode um ser humano ver a Deus? Esse pequeno conjunto de detritos humanos que sou – finito, pequeno, uma pulga em parâmetros de comparação – como posso ver Deus? Deus não tem mão nem pés, como então posso vê-Lo? Como posso compreendê-Lo? Como posso conhece-Lo? Aqui está o mistério da pessoa do Senhor Jesus. “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou [manifestou / definiu / declarou]”.

Quando tive o primeiro encontro com o Senhor por um soberano ato de Deus, foi por meio da leitura do meu primeiro livro Cristão: C. T. Studd, por Norman Grubb. Aquela história incrível de um ser humano que creu que Deus deveria ser obedecido transformou toda a minha vida.

Ninguém nunca pensou em me perguntar se já tive uma Bíblia. Não tinha uma Bíblia. Nunca tinha visto uma. Nunca a tinha lido. Nunca tinha ido em um lugar de adoração como uma sinagoga, capela ou igreja. Em uma ocasião, eu e minha irmã entramos numa igreja em Petersham, próxima de Richmond [bairro Londrino], chamada St. Peters, que estava cheia de esqueletos e ossos cruzados. Então concluímos que o cristianismo estava relacionado com ossos, esqueletos e corpos sem vida como estávamos vendo ali. Todos estavam entalhados em pedras, é claro, ao redor do altar e em todos os outros lugares. Em outra ocasião, apenas para ter certeza do que se tratava o cristianismo, entramos em outro lugar e havia um senhor idoso de cabelos brancos, vestido de preto, de pé em um púlpito, falando para aproximadamente dezessete outras pessoas idosas com cabelos brancos. Então, concluímos que o cristianismo era algo que se relacionava com a morte e a idade bem avançada.

Os Sinais

A primeira Bíblia que ganhei foi um pequeno evangelho de João. Eu li aquele evangelho diversas vezes, até que ele se desmanchou em pedaços. Uma das coisas que me capturou, ainda como um jovem de treze anos, foram as afirmações: “EU SOU”. Não quero parecer irreverente, mas desejo ser bem cuidadoso, mas ou Jesus era louco, um caso extraordinário de poderes mentais desordenados, ou Ele era o que dizia ser. Nenhum ser humano pode falar uma coisa dessas – “Eu sou o pão da vida. Quem comer a minha carne… tem a vida eterna” [Jo 6:48; 54].  A pessoa precisa estar louca para falar uma coisa dessas. Suponha que um homem se posicione na Rua Ben Yehuda (a propósito, temos alguns militantes lá) e diga: “Eu sou o pão da vida. Aquele que comer de Mim viverá eternamente”. Você diria, “aquele homem é louco”. Mas Jesus disse isso: “Eu sou o pão da vida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Quem comer a minha carne… tem a vida eterna” [João 6:48; 56; 54]. Não é de se estranhar que um grande número de discípulos disse, “chega; não vamos mais ouvir essas coisas…” [veja João 6:60].

“Eu sou a luz do mundo” [João 8:12]. Pense nisso. Pode um ser humano dizer “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”? Como pode um ser humano dizer uma coisa assim? “Eu sou a luz” – Ele não disse “eu dou a luz” ou “eu aponto para a luz”. Ele disse: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz” – não o conhecimento, mas a “luz da vida”.

“Eu sou a porta” [Jo 10:9]. Isso não soa um pouco estranho? Por que Ele não disse “eu aponto para vocês a porta”?

“Eu sou o bom pastor” [Jo 10:14]. Certo, podemos aceitar isso. Existe uma demanda de divindade aqui.

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente”. [Jo 11:25]. Homem nenhum poderia dizer tal coisa. Não desejo ser blasfemo, mas Jesus precisaria ter sido completamente louco se Ele não fosse quem disse ser. Alguém pode dizer: “você está fazendo muito caso disso”. Não, não estou. O problema com muitos Cristãos é que eles leram essas palavras desde a infância, e elas entram em um ouvido e saem pelo outro. Essas palavras correm como água nas costas de um pato.

Pense! “Eu sou o pão da vida; Quem comer a minha carne… tem a vida eterna… Eu sou a ressurreição e a vida; aquele que crê em Mim, ainda que morra, viverá, e todo o que vive e crê em Mim nunca morrerá”.

Aqui está a chave: “Antes que Abraão existisse, EU SOU” [Jo 8:58]. Preciso te dizer que o nome de Deus, que não pode ser referido é “EU SOU O QUE SOU” [Ex 3:14]? Moisés disse ao Senhor quando apareceu a ele naquela velha sarça ardente: “Quem direi que me enviou?” Ele disse: “Diga que EU SOU me enviou”.

Já ouví muitos grandes pregadores falarem a respeito do Senhor, o EU SOU O QUE SOU – Sua infinidade, Sua onisciência, Sua onipresença, Sua natureza não criada, Seu poder grandioso, Criador dos céus e da terra. Mas houve um velho Irlandês que, quando fui salvo, não sabia ler nem escrever. Ele era um leiteiro em Dublin e aprendeu a ler e a escrever porque desejava ler sua Bíblia. Seu nome era Johnny Cochran. Ele se tornou um dos grandes pregadores irlandeses. Certa vez o ouví dizer exatamente o que acabei de falar: “Alguns dos sermões como o que acabei de ouvir sobre esse assunto me deixam gelado. Afinal, sou apenas um homem idoso”. Ele era um homem pequeno, com uma barriga tão grande, que a usava como apoio. Ele costumava colocar sua Bíblia sobre a barriga e passar os dedos nas páginas a medida que pregava.

Ele disse que certa vez perguntou ao Senhor o que significava o EU SOU. Deus lhe respondeu: “o que disse a Moisés, digo para você. EU SOU um cheque em branco. Você preenche com o que precisar. Você precisa de graça? EU SOU graça. Você precisa de sabedoria? EU SOU sabedoria. Você precisa de poder? EU SOU poder”.

Johnny Cochran disse que isso mudou sua vida. Mudou a minha também. De repente pude compreender: Jesus, o Verbo que se tornou carne, tomou aquele nome que não podia ser referido e falou: “EU SOU o pão da vida. EU SOU a ressurreição e a vida. EU SOU a porta. EU SOU o bom pastor. EU SOU o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”.

A afirmação mais memorável do Senhor, na minha opinião, é: “Eu sou a videira verdadeira e Meu Pai é o agricultor”. Qualquer bom judeu saberia que a videira é um símbolo de Israel, um símbolo do povo de Deus. Josefo nos diz que havia uma magnífica árvore gravada em ouro, bem no átrio do santuário, uma das grandes maravilhas do mundo antigo. Isso significava o povo da aliança de Deus. Como poderia Jesus dizer “Eu sou o povo de Deus”? Ele tinha problemas mentais ou estava dizendo a verdade. Nenhum anjo ou outro ser criado poderia dizer isso. Apenas Deus poderia dizer: “Eu sou tudo. Eu sou a videira, você está em Mim.”

A videira é tudo. Costumava pensar que quando o Senhor disse “Eu sou a videira, vocês são os ramos”, Ele queria dizer “Eu sou as raízes e vocês são os ramos”. Entretanto, Ele disse: “Eu sou a videira”, e isso corresponde ao todo dela: suas raízes, o tronco, os ramos, as folhas, as gavinhas, as flores e o fruto. O Senhor está dizendo: “Eu sou muito maior do que qualquer um de vocês, mas vocês estão em Mim. E quando permanecem em mim e Eu em vós, vocês dão muito fruto”. Quem poderia ter dito uma coisa dessas a não ser o Verbo que se tornou carne?

Isso nos leva à uma inevitável conclusão: estamos lidando com Deus. Aquele Jesus foi Homem, e disso não tenho dúvidas. Ele ficou cansado e chorou, também tenho certeza disso. Jesus teve sede e foi vencido por um momento no jardim, não pela tortura física que estava diante Dele – a morte física na cruz – mas pela terrível ideia de Se tornar pecado, por parte dAquele que nunca o conheceu. Jesus era humano. É por isso que acho tudo isso tão maravilhoso. Vejo que Deus tem uma cor em Seu cabelo, um semblante; uma cor nos Seus olhos. Ele é alguém que eu compreendo – Jesus.

Continua no Próximo Post.

Notas:

(1) Yasser Arafat (1929-2004), foi chefe da Autoridade Palestina, uma das personalidades políticas mais importantes no conflito que sempre envolveu árabes e israelitas. Lutou, durante 40 anos, pela formação de um Estado autônomo na região da Palestina. Faleceu em 2004, vítima de falência múltipla dos órgãos. Porém, há possibilidade de sua morte ter sido causada por envenenamento.

(2) Saddam Hussein (1937-2006) foi um ditador iraquiano que viveu muitos anos como autoridade cultuada no seu país. Passou a viver de forma clandestina, após a queda do seu regime, em 2003. Em outubro de 2005, o Tribunal Especial iraquiano iniciou o processo contra o ex-ditador, sendo ele acusado de violação dos direitos humanos e crime de guerra contra a humanidade. Em 5 de novembro de 2006 Saddam foi condenado à forca.

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