A transfiguração de uma jornada

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A transfiguração de uma jornada é uma releitura do capítulo 1 do livro “The Testimony of Christ”, de T. Austin-Sparks.  É importante salientar que não se trata de uma tradução do texto original, podendo conter divergências em relação ao entendimento original do autor. 

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“Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas. Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer” (Lucas 24:13-16).

“Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras… A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lucas 24:25-27; 44,45).

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser“(Hebreus 1:1-3).

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Quantos de nós não percorreu essa jornada? Estarrecidos, com dificuldade de compreender os acontecimentos, os caminhos de Deus. Apesar de possuirmos as preciosidades da Palavra, o testemunho de Moisés, dos profetas, dos apóstolos, ainda carecemos de entendimento espiritual.

Então um desconhecido entra em cena, nos acompanha pacientemente, quando despretensiosamente abre as Escrituras para nós. A partir dessa interação, descobrimos que tudo que conhecíamos se resume NUMA PESSOA. Essa Pessoa sempre foi a resposta, Ela está em Moisés, nos profetas e nos Salmos. Essa Pessoa é a resposta para nossa experiência espiritual. 

Só o Autor da Palavra pode nos trazer o entendimento do que ela contém.

Sim, o Senhor Jesus Cristo é a resposta para TODOS os nossos anseios, dúvidas, limitações e SUA GRANDEZA está ali na Palavra, do alfa ao ômega.

Que possamos, como aqueles dois discípulos, ter os olhos abertos para ver. 

Essa jornada percorrida por aqueles dois discípulos é a nossa jornada, pois cada nova revelação espiritual nos conduz à uma crise, e para que possamos experimentar a REALIDADE daquilo que o Senhor deseja nos ensinar, precisaremos TER OLHOS ABERTOS.

“Temos uma revelação de Deus perfeita nas Escrituras da Verdade e quaisquer dificuldades que encontramos na tentativa de compreendê-la são fruto de nossa própria debilidade. Também temos certeza que a Palavra Escrita não pode ser separada da Palavra Viva, e para podermos compreender o sentido espiritual da primeira, precisaremos desfrutar uma união viva com a segunda. Pode-se dizer sobre a Palavra de Deus, conforme registrado a respeito da Nova Jerusalém (Ap 21:23) que “o Cordeiro é a sua lâmpada” (Bullinger, E.W. – Number in Scripture, pg 201).

Um grandioso acontecimento

O capítulo 24 de Lucas abrange o pleno testemunho de Cristo e entesoura em seu conteúdo a raiz do maior problema de todos os tempos. Vamos iniciar observado alguns detalhes desta jornada percorrida por esses dois homens até Emaús, uma jornada transfigurada, pois durante aquele curto espaço de tempo ocorreu uma mudança radical nos envolvidos. Seu desfecho foi absolutamente maravilhoso em todos os sentidos.

O inesperado encontro com o Senhor

Um fato muito claro é que aqueles homens nunca imaginaram que aquele evento poderia acontecer com eles. Na verdade, podemos perceber que aqueles dois homens estavam provavelmente muito incertos a respeito de seu futuro, tendo diante de si a grande questão: “E agora, o que será de nós?”. Mas um dos maiores evento da história ocorreu naquela jornada, e inicialmente eles sequer se deram conta disso. “O próprio Jesus se aproximou e ia com eles”.

Isso tem uma aplicação mais ampla, não se limitando apenas a esse incidente… Podem haver grandes possibilidades nas situações simples de nosso dia a dia, as maiores potencialidades na experiência humana podem estar bem perto de nós, sem que sequer suspeitemos disso. 

Não se esqueça, agora você pode estar diante de uma das maiores experiências da história humana.

Homens desconhecidos

“Dois deles”… quem eram eles? Bem, não somos capazes de identificá-los, eram duas pessoas praticamente desconhecidas – temos o nome de um deles, mas isso não nos ajuda em nada e o nome do outro não é sequer mencionado. Eles certamente não eram apóstolos, mas voltaram a Jerusalém mais tarde e relataram tudo que aconteceu aos onze: “onde acharam reunidos os onze e outros com eles” (vs 33). 

Paulo, bem depois, ao falar ou registrar as aparições do Senhor após Sua ressurreição, disse: “Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez” (1Co 15:6). Esses dois eram provavelmente parte desse grupo maior.

Uma das coisas mais impressionantes que poderia acontecer aos homens, aconteceu a uma pessoa sem nome e outra com nome, porém também praticamente desconhecida. 

Isso nos ajuda muito, pois tendemos a acreditar que as grandes coisas de Deus só podem acontecer com pessoas eminentes, não com pessoas comuns como nós. Podemos afirmar: ‘Somos parte dos “quinhentos”!’ 

Todavia, devemos nos lembrar que o Senhor não se limita à “pessoas importantes”, mas tem uma história pessoal com cada um de nós. 

Aqueles dois pareciam ter saído do caminho, como veremos a seguir, mas o Senhor se dispôs a acompanhá-los nessa jornada e concedeu-lhes uma das mais impressionantes experiências da história humana! Nunca devemos acreditar que o Senhor reserva Seus valores eternos para pessoas específicas. Ele tem uma experiência pessoal reservada para cada um de nós.

Homens desolados, desapontados, perplexos

“O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo, e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam” (vs 19-21).

Por que aqueles dois seguiram para Emaús? Podemos extrair alguma informação a esse respeito pelo teor do diálogo registrado em Lucas. 

Aqueles homens estava claramente desapontados e perderam o sentido de sua própria jornada. Eles afirmaram a ESPERANÇA de que o Senhor redimisse Israel, e esse provavelmente era o fato que norteava suas expectativas, seus planos para o futuro. Agora aquela ESPERANÇA estava enterrada com o Senhor Jesus. Que morte para um rei! Morto como um ladrão, um malfeitor!

Não podemos ler essas palavras sem pensar em como isso pode ter afetado as perspectivas daqueles homens… mas não se engane, essa história é a história de todos nós. 

Todas as esperanças e expectativas daqueles homens haviam sido destruídas, e eles haviam mergulhado no desapontamento e desespero. 

Eles também estavam perplexos. Eles não compreendiam nada dos acontecimentos, o sentido daquilo que estava ocorrendo. Mencionaram rumores, experiências maravilhosas de outras pessoas, mas aquilo não fazia sentido na experiência espiritual deles. 

“Mas qual o sentido da perplexidade? Diria que indica a carência de faculdades ou habilidades para compreender o que se passa em determinada esfera. Encaramos algo que está além da nossa capacidade. Isso não quer dizer que ficaremos sempre perplexos na mesma medida, em relação às mesmas coisas. Iremos avançar no entendimento daquele assunto, teremos nossa compreensão ampliada, todavia sempre encontraremos alguma medida de perplexidade, simplesmente porque o céu é maior que este mundo, mais vasto que essa vida natural, e precisaremos continuar a crescer.” (T. Austin-Sparks, Os Pioneiros no Caminho Celestial).

Essa é a nossa experiência com muita frequência, ouvimos testemunhos, experiências de outras pessoas, mas não podemos atestar que aquela é nossa experiência, tudo nos parece cercado de mistério! Isso nos deixa perplexos, pois parecemos estar por fora dos acontecimentos. 

“É verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive. De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram” (vs 22,23).

Eles tinham ouvido essas coisas, os relatos sobre o túmulo vazio, as exclamações: ‘Ele ressuscitou!’ Ainda que não possamos afirmar com certeza que foi isso que aconteceu com aqueles homens, é muito comum na natureza humana reagir a esse tipo de situação de forma evasiva. 

Normalmente tentamos fugir de situações que nos tiram de nossa zona de conforto e que estão muito além de nossa compreensão.

Mas o fato é que aqueles homens possuíam riquezas maravilhosas e não sabiam. Eles provavelmente conheciam as Escrituras, uma vez que foi o ponto de partida do Senhor Jesus naquela conversa. 

Ainda assim, eles não “conheciam” a Palavra, suas riquezas. Percebemos o valor do que possuímos em momentos como esses, de crise. A tradição não pode nos ajudar muito nessas horas. Mas aquele momento com o Senhor transfigurou a Palavra diante deles. A partir daquele encontro, as Escrituras eram novas para aqueles homens.

“O que quero enfatizar é o seguinte: podemos conhecer as Escrituras e o que elas contêm, seu ensino, doutrina, temas, assuntos e tudo o que está lá como um livro, mas o Senhor tem uma riqueza oculta ali que vai muito além nossos sonhos e nossa imaginação. A maravilha da Palavra de Deus é que ela é tão profunda quanto Ele mesmo. Podemos sondar a Deus, compreendê-Lo? Não, nós apenas tocamos as bordas e as orlas de Suas vestes. Embora possamos ter estado em contato Sua Palavra por toda a vida, existe uma plenitude que não alcançamos. Eu diria a você: não pense que já compreendeu ou conhece a verdade. O Senhor pode surpreendê-lo – pois tenho certeza de que esses homens ficaram maravilhados”. (T. Austin-Sparks) 

“Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (vs 32) 

“É notável ter o coração ardendo com uma nova revelação do Senhor, e isso é possível até mesmo àqueles que se consideram os mais iluminados e instruídos. Você acha que conhece sua Bíblia, a verdade e a doutrina? Vamos recuar e admitir que nada sabemos; embora saibamos muito, não sabemos nada. O Senhor tem ainda mais luz e verdade para derramar de Sua Palavra” (T. Austin-Sparks).

O estranho acompanhante

Segundo o relato de Marcos, esse homem desconhecido apareceu a eles “de outra forma”. No original a palavra usada “morphe” indica a aparência ou forma que uma pessoa ou coisa é percebida pela visão. Lucas acrescenta que “os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer” (vs 16). 

O fato importante é que O SENHOR OS CONHECIA. Enquanto esses homens estavam aparentemente perplexos e desapontados, O SENHOR SABIA que eles estavam passando por necessidades, estavam com problemas, e Ele os acompanhou naquela jornada. Apesar de estarem passando por aquela crise, aquele extremo desapontamento, o Senhor conhecia a sinceridades deles. Percebemos esse desapontamento pelas suas palavras.

“Eles disseram – “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo” (vs 19)… ‘Apesar de termos pensado que Ele era… Ele acabou sendo…’

Ainda que perplexos e com suas esperanças desiludidas, eles afirmaram: “que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus”. Vemos traços de lealdade e tons de devoção e amor pelo Senhor. Não percebemos um tom de raiva, mas pesar, e o Senhor sabia disso. Se você estiver assumindo uma atitude rebelde, ressentida, amarga e antagônica, não receberá o benefício daquilo que o Senhor tem para você” (T. Austin-Sparks).

Quando somos honestos, ainda que não possamos ver e compreender o que está diante de nós e estejamos profundamente perplexos, existe uma base para o Senhor, e Ele virá até nós nessa base. Pode ser que não seja muito, mas é o suficiente para Ele. Ele os conhecia e sabia exatamente onde eles estavam, Ele conhecia aquelas duas almas solitárias, e Ele sabe ONDE e COMO nós estamos. É nesse ponto que vai nos encontrar.

A abordagem do Senhor

Um fato muito curioso e difícil de compreender é a abordagem do Senhor. A Sua tática parece contraditória. O Senhor não se dá a conhecer imediatamente, mas começa a fazer-lhes indagações. O Senhor pergunta: “Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais?” (vs 17).

Primeiramente, a INICIATIVA foi do Senhor, Ele os acompanhou. E então o Senhor faz aquela pergunta, apesar de saber qual era a resposta. 

Essa não é nossa experiência? As vezes desejamos respostas e o Senhor nos traz muito mais perguntas. 

Em Gênesis, quando Adão e Eva haviam pecado, Deus aborda o homem com algumas perguntas: “Onde estás? Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de quem te ordenei que não comesse?” (Gn 3:8, 11). Quando Caim comete o terrível assassinato de Abel, o Senhor se aproxima com outras perguntas: “Onde está Abel, teu irmão? Que fizeste?” (Gn 4:9,10). Quando Deus finalmente fala diretamente com Jó, Ele lhe faz um longo discurso cheio de perguntas, sem trazer nenhuma resposta objetiva aos questionamentos do patriarca (Jó 38-41).

Também podemos perceber que Jesus, o Emanuel, muitas vezes fazia perguntas a determinadas pessoas, apesar das respostas parecerem tão óbvias (Mc 10:51, Jo 5:6, Jo 20:13). 

Por que o Deus vivo, onisciente e todo-poderoso se dá ao trabalho de nos fazer perguntas? Ele sabe tudo, tudo sonda, tudo conhece. 

“Às vezes, um grande passo em direção à luz é dado apenas por declarar abertamente nossa situação. Quantas vezes isso acontece! Qual é o seu problema? Às vezes, não sabemos qual é o nosso problema até que tenhamos que expor aquilo que nos aflige, então estaremos prestes a ver a luz. De qualquer forma, essa é uma forma de abrirmos o caminho. 

Então o Senhor dá àqueles homens espaço para se expressarem, apresentarem seu caso, como se dissesse: ‘O que realmente está incomodando vocês? Por que estão nessa posição?’.

Isso pode ser útil para alguém que está em posição de reserva, questionamento, preconceito, medo, suspeita. Qual é exatamente o problema? O que você teme? Qual é a razão para estar nessa posição? Qual o motivo do seu preconceito? Analise, pense no assunto. Qual é a razão do seu temor? Basta dizer por que está fugindo. Do que você está tentando escapar? Por que você seguiu por essa estrada, a estrada de Emaús? Por que você está indo nessa direção?

Acredito que se você apenas declarasse seu caso francamente, abriria o caminho para a luz, esse seria um grande passo em direção à libertação. E o Senhor preparou o caminho para essa revelação maravilhosa que resultou na emancipação daqueles homens, ao fazer com que eles se expressassem abertamente com Ele. 

Como ficamos confusos e andando em círculos, aumentando tanto nosso problema! Tente fazer isso! Se você se sente preso, amarrado, atemorizado, se você não está realmente desfrutando do benefício da vida do Senhor ressuscitado, deixe isso claro para você mesmo e depois para o Senhor. É isso que Ele pede. Qual seu temor?” (T. Austin-Sparks).

Alcançando o coração

“Dá-me, filho meu, o teu coração” (Pv 23:26).

Então o Senhor tira o véu. Ele começa a discorrer sobre as Escrituras, enquanto prossegue com aqueles homens em sua jornada. Sabemos que Ele tomou Moisés e todos os profetas, explicando que aquilo se referia a Sua Pessoa. Ainda assim, Ele permanecia um estranho para eles, um maravilhoso expositor, um maravilhoso desconhecido. Entretanto, algo diferente começara a acontecer. 

Finalmente chegarmos ao clímax, quando o dia passa e eles chegam ao fim da jornada. Os jovens permaneciam relutantes, não queriam que o companheiro desconhecido partisse. Eles insistiram, “o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina” (vs 29).

A chave está nesse ponto: alcançar de forma pessoal e definitiva o Senhor, ainda que não O reconheçamos em plenitude, em grande medida. Temos aquela sensação de que existe algo ali, temos um coração aberto, uma chama de desejo. 

Fica conosco” parece uma frase tão simples, mas é exatamente aquilo que o Senhor esperava, apesar de ter feito “menção de passar adiante” (vs 28). 

Isso não é estranho? Quando Seus discípulos estavam no lago e o Senhor veio até eles andando sobre as águas, a Palavra nos relata que Ele “queria tomar-lhes a dianteira.” (Mc 6:48). 

O Senhor não vai coagir nem forçar você! Apesar de todo o Seu poder, Ele não irá forçá-lo… ainda assim pode ser constrangido a ficar. “Eles o constrangeram.” 

“Precisamos chegar a esse ponto, pois tudo pode ser perdido, podemos deixar tudo para lá. O Senhor está seguindo e retornará em breve para Jerusalém. Outros verão toda a Sua glória. Devemos declarar: ‘Não, venha e permaneça conosco! Não poderemos continuar sem Ti, não podemos viver sem Ti, Tu nos fizeste saber que és, Tu que tens a resposta para os meus problemas, o segredo que procuro está em Ti’. Assim, ‘eles o constrangeram'” (T. Austin-Sparks).

O Senhor deseja conquistar nosso coração para chegarmos ao ponto de declarar: ‘Fica mais conosco, entre, não vá!’. 

Esse foi o início de um grandioso evento, e tudo dependeu desse desejo do coração, ainda que a visão daqueles jovens ainda não estivesse clara.

Continua no próximo post. 


T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério. Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência. Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church.

 

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