A Revelação de Jesus Cristo

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Essas são nossas notas baseadas Capítulo 1 do livro “The Unveiling of Jesus Christ”, de T. Austin-Sparks, disponível para leitura no site www.austin-sparks.net. É importante salientar que não se trata de uma tradução do texto original, mas da nossa compreensão daquilo que o autor escreveu, podendo conter divergências em relação ao seu entendimento. Recomendamos fortemente àqueles que leem em inglês e se sentirem movidos pelo Espírito Santo a irem direto à fonte, pois certamente receberão ainda mais edificação ali.

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“Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João” (Apocalipse 1:1).

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Logo no início da leitura do Livro de Apocalipse, no deparamos com situações de perda, fraqueza, derrota espiritual, além outras condições deploráveis até mesmo aos olhos do próprio Senhor da graça, no meio da Igreja. Por meio do seu servo João, o Senhor envia uma série de mensagens à sete igrejas representativas, visando assegurar a restauração da vida do seu povo, assim como dos valores e princípios fundamentais do início de sua caminhada.

Além disso, os cristãos que viviam naquela ocasião também passavam por um momento de grande adversidade e intenso sofrimento, que era originado das mais variadas fontes. Para uma das igrejas o Senhor menciona sofrimento iminente, diz que eles estavam prestes a ser lançados na prisão, e passar por tribulação por período de tempo específico (Ap 2:10). Aquele era um tempo em que os cristãos precisavam de ajuda e estímulo, e deveriam ser preparados para as futuras batalhas, conflitos e sofrimentos que viriam. Esses foram dois principais aspectos da situação retratada ali.

À luz de tudo isso, como foi que o Senhor lidou com todos esses problemas? Como Ele encarou essa grande necessidade? O que é a única coisa que pode suprir essa necessidade, ser a chave para esse problema, responder à tal demanda, e ser um terreno de certeza na restauração, no renovo e no fortalecimento do povo de Deus diante do sofrimento? A resposta sempre foi e sempre será: Uma nova revelação, um desvendar da grandeza de Jesus Cristo. Essa é a base que o Senhor toma nesse tipo de situação, como veremos no livro de Apocalipse. Tudo é apresentado com base em uma renovada revelação da grandeza do Senhor Jesus. Esse sempre foi o caminho adotado por Deus em situações como essas.

Abraão foi chamado à tomar decisões importantíssimas e fazer imensos sacrifícios. Em sua cidade, em seu país de origem, em meio à toda aquela civilização rica e maravilhosa, ele de fato tinha uma vida plena. Então, sem a certeza de que seu movimento seria justificado, Abraão foi chamado a sair dali: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” [Gn 12:1]. “Te mostrarei… quando você chegar lá!”. Aquela movimentação era extraordinária, teria um preço altíssimo para ele, e foi uma grande prova. Mas se nos perguntarmos como foi que Abraão conseguiu passar por tudo aquilo, encarar todas as provas, e finalmente permanecer? A resposta está nas seguintes palavras: “O Deus da glória apareceu a Abraão, quando estava na Mesopotâmia” (At 7:2). Se possuirmos essa visão, então teremos uma base para nos movimentar, um pano de fundo, algo que irá sempre nos resgatar em um momento de dificuldade.

Moisés foi chamado a assumir uma enorme responsabilidade. Ele não estava totalmente inconsciente daquilo que iria encarar no Egito e depois, com o povo de Israel. Podemos certamente imaginar como ele conseguiu permanecer no caminho até o fim. No entanto, sabemos que Moisés viu a Deus “face a face” [Êx 33:1], o que equivale ao “Deus da glória aparecer” para ele. Vemos diversas referências na Bíblia sobre o seu encontro com Deus na sarça, e dele nos é dito: “permaneceu firme como quem aquele que é invisível” (Hb 11:27). Esse foi o segredo do seu sustento.

Josué foi chamado, ainda jovem, com um grande encargo e empreitada diante de si. Ele deveria percorrer Canaã e expulsar dali aqueles dez reinos, levando o povo de Israel para dentro de sua herança. Aquele povo, que ele bem conhecia, deveria possuir a terra. Não é de se admirar que o Senhor precisou repetir continuamente para Josué, para seguisse em frente: “Sê forte e corajoso”, “tão somente sê forte e corajoso”, “não to mandei eu? Sê forte e corajoso” (Js 1:6, 7, 9). Como o Senhor deu a Josué uma base para caminhar? Ele ‘levantou os olhos’ e viu o “príncipe do exército do Senhor” (Js 5:13-14). A partir daquele ponto ficou tudo bem, e Josué pôde seguir com sua jornada.

Isaías viveu em um período extremamente difícil, um momento muito nebuloso na história de Israel. Ele estava assumindo aquele grande ministério profético, diante de enormes dificuldades e ameaças. Como ele foi até o fim? “Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6:1). Eis a resposta.

Pense no apóstolo Paulo – será que algum homem encarou maiores dificuldades, oposições, antagonismos, sofrimentos e perigos? Como Paulo conseguiu completar sua carreira? Ele viu o Senhor. Ele viu a grandeza de Jesus Cristo. Estêvão triunfou por meio dessa mesma visão: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (At 7:56). Podemos tomar muitos outros exemplos como esses.

Uns trinta anos depois, o povo do Senhor chegou a um ponto onde estavam prestes a receber um golpe devastador em sua vida corporativa. Esse ponto chegou no período do cerco final de Jerusalém, quando tudo estava prestes a ser destruído e eles seriam espalhados. O grande abalo descrito pelo Senhor Jesus nas palavras: “não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” estava prestes a ocorrer.  Como os crentes conseguiriam passar por tudo isso?

O Senhor tomou um homem, que não sabemos exatamente quem foi, pois existem controvérsias a esse respeito, para escrever o que chamamos de “A Carta aos Hebreus”. Ele inicia essa carta com uma quase que incomparável revelação da grandiosidade de Jesus Cristo! O Senhor disse por meio dessa carta: se você puder estabelecer esse fundamento, irá conseguir passar por tudo isso. Não retrocederá, mesmo que seja tentado a fazê-lo.

Se ao menos conseguirmos ver quão grande o Senhor é, chegaremos até o fim. Dessa maneira, o fundamento para a sobrevivência da fé foi estabelecido – porque ao chegarmos ao capítulo onze da epístola descobrimos que essa é a questão central – pois temos o assunto da sobrevivência da fé, com base na apreensão da grandeza de Cristo.

Ao nos aproximarmos do livro de Apocalipse, nos vemos novamente diante dessas mesmas coisas: derrota, perda e declínio espiritual por um lado, e do outro a Igreja experimentando sofrimento crescente e terríveis aflições. Como isso pode ser remediado e como a restauração pode acontecer? Qual é a chave para a renovação da vida espiritual, quando ela chega a um padrão tão baixo? Como passar pela tribulação e chegar vitoriosos na Cidade de Deus? A única resposta do Senhor, a Sua resposta, que sempre foi bem sucedida e sempre será em qualquer situação de necessidade é: uma nova revelação da grandeza do Senhor Jesus.

Mas essas são meras palavras! Apesar de falarmos a respeito dessas coisas – e concordarmos que são plenamente verdadeiras – ainda continuamos impotentes, porque é exatamente o OBJETO que importa – e não apenas falar sobre ele! Se ao menos, por meio do Espírito Santo, que é o único meio a nós disponível, pudéssemos capturar esse novo relance da grandeza do Senhor Jesus, quantos problemas seriam solucionados, quantas perguntas seriam respondidas, e quantas necessidades seriam supridas! Que resultado ESMAGADOR! Quando digo ‘esmagador’, quero dizer que muitos seriam esmagados com essa visão! Essa seria como que uma onda poderosa, fazendo com que todos esses recifes que ameaçam nossa fé pareçam como nada, eles submergem e desaparecem diante do Senhor.

Isso não é só uma expressão, figura de linguagem. Quem escreveu esse livro? O Apóstolo João. Aquele homem que andou com Jesus de Nazaré, O ouviu, O viu servir e que sentou-se ao Seu lado, tanto na ceia como em outros momentos, até mesmo reclinado a sua cabeça no Seu ombro. João sempre se denominou ‘o discípulo amado’, demonstrando que havia uma familiaridade sagrada entre eles, marcada em termos e linguagem humanas.

Ainda assim, esse mesmo homem disse: “Quando O vi, CAÍ a seus pés como morto” [Ap 1:17]. Esse era o mesmo Jesus, o mesmo homem, mas ‘João caiu como morto’. Se Aquele Jesus não tivesse, em Sua grande misericórdia, posto sobre João Sua mão direita, dizendo: “Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive”, João seria um homem morto. Aquele era o mesmo Jesus, mas veja a transição do ‘Jesus da história’ para o ‘Cristo na glória’! Que diferença! Vemos um poderoso movimento do João dos evangelhos para o João do Apocalipse. Ele nunca havia sentido isso quando andou com Jesus, por mais devotado que tivesse sido a Sua Pessoa. Com sua plena consciência de quem Jesus era, ele ficava às vezes impressionado e inspirado. Mas nesse momento, quando ele viu o Homem glorificado, João caiu aos seus pés, prostrado, como um homem morto. Aquela foi uma grandiosa transição do Jesus história, para o Cristo na glória.

Sem querer deduzir nada dos valores e bênçãos dos Evangelhos, digo que às vezes temo que possamos nos debruçar demais sobre o Jesus sob o ponto de vista da história, nos esquecendo de que os homens que escreveram esses quatro evangelhos o fizeram um longo tempo depois que Jesus fora glorificado.

Perceba que eles não chegaram em um momento no fim da Sua vida, quando perceberam que Ele não permaneceria com eles por muito tempo, então saíram e decidiram escrever Sua história – relatando o Seu nascimento, Seu amadurecimento, Seus ensinos e milagres – como uma história terrena.

Quando eles escreveram Sua história, eles tinham todos os fatos e realidades de Sua ressurreição, ascensão e glória celestiais diante de si. O que tentaram dizer ao relatar Sua história foi: ‘Esse é Aquele! Aquele não era apenas Jesus de Nazaré – mas se tratava do poderoso Filho do Deus dos Céus!’. Eles juntaram cada incidente de Sua vida com a plena convicção de que tinham o Cristo glorificado diante de si – o Cristo que estava à destra do Pai! Eles não estavam escrevendo apenas uma biografia.

Aquela era a única maneira de pregar o ‘Evangelho dos Evangelhos’. Depois da ascensão e glorificação do Senhor, quando os apóstolos pregavam ou escreviam, podemos perceber que pouco eles falaram daqueles três anos e meio. Apenas um fragmento aqui, outro ali. Eles enfatizavam muito pouco dos ensinos e milagres do Senhor, Sua caminhada na palestina, pois se ocupavam com Aquele que tinha sido “coroado com glória e honra” – essa era a mensagem deles.

Sim, Jesus de Nazaré “o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo” [At 10:38], “MAS Deus o ressuscitou!” Deus O honrou! Não iremos muito longe, se permanecermos ocupados com os incidentes de Sua vida terrena, por mais preciosos que sejam. Para perseverar até o fim, precisaremos de uma apreensão daquela plenitude de Sua glória atual – a grandeza de Cristo.

É exatamente pelo fato dos homens terem roubado do Senhor Sua grandeza essencial, que encontramos as condições deploráveis dos nossos dias. Nossos teólogos ‘liberais’ Lhe tomaram Sua Deidade e qual foi o resultado? Resultados devastadores ocorreram, quando o impacto do Cristo foi tirado da terra! Eles O tornaram num Cristo menor do que Ele é. Os filósofos O incluíram em sua galeria de sábios. Foi contra essa tendência nos cristãos em Corinto que Paulo se encolerizou em sua primeira carta. Tirar algo do Senhor Jesus e colocá-Lo entre outros homens comuns! O que os gnósticos em Colossos fizeram? Eles tinham uma teoria fundamentada em ordens angélicas que eram subordinadas hierarquicamente, e então estabeleceram Jesus ali, talvez no topo, mas O consideraram como um ‘ser angélico’, roubando dEle Sua Essência. Ele é o Próprio Deus!

Os religiosos dos nossos dias O comparam com grandes fundadores de religiões, Buda, Confúcio, Maomé e Jesus… e por aí vai. Você percebe a sutileza disso? Uma comparação… como se Ele não fosse absolutamente Supremo e único! E então temos os humanistas do nosso tempo! Inflando e glorificando o homem e a humanidade a tal ponto que, no final das contas, chegam ao ponto de considerar que ela será tornada numa deidade um dia! E Jesus, então, se torna apenas num super homem!

Essa é uma obra satânica que objetiva reduzir o tamanho de Cristo, torná-Lo em menos do que Ele é, e isso tem causado enormes prejuízos. Se perdermos a essência da grandeza de Cristo em nossa consciência, nossa vida espiritual será inferior àquilo que deveria ser, e iremos ser esmagados pela pressão das adversidades. A única coisa que pode suprir nossa necessidade é uma restauração de Sua grandeza.

A Grandeza Pessoal do Filho do Homem

O Senhor é apresentado a nós no livro de Apocalipse, mas não na linguagem da Deidade, embora pareça algo muito próximo, sendo até difícil distinguir entre os pontos humanos e Divinos em alguns momentos. Não sabemos se João está falando de Deus ou de Cristo. O fato é que João se refere Àquele que é ambos. Mas o título pelo qual Ele é apresentado nesta revelação incomparável, o ‘Filho do Homem’, que também é o Filho de Deus.

Nos referimos anteriormente à Carta aos Hebreus, e iremos recorrer a ela neste momento para nos ajudar nessa questão. Essa epístola tem início com adjetivos como o “resplendor da glória”,  e indicações de que o Senhor é “a quem [Deus] constituiu herdeiro de todas as coisas”! Também lemos que foi por meio dEle que Deus “fez o universo”, e por aí vai. “Antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos… Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas; vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem”.

Temos a visão da Grandeza Pessoal do Filho do Homem. Veja: “Seu resplendor”, “a expressão exata” de Deus. Veja a indicação dEle como “herdeiro de todas as coisas”, e Sua instrumentalidade e ofício: “Pelo qual também fez o universo”. Que grandioso é o Filho do Homem! Você não pensaria nessas coisas ao vê-lO andar pela Palestina de jeito nenhum! Você não O reconheceria. Mas é exatamente Ele que estava diante de João, causando aqueles efeitos devastadores, quando revelado, descortinado naquilo que era essencialmente em Sua Pessoa e Sua posição.

Vemos o Senhor ali como o herdeiro de todas as coisas chegando para tomar Sua herança. Todo o restante do livro de Apocalipse demonstra Sua obra nesse sentido, de assegurar essa herança da qual Ele é o herdeiro, e, finalmente, estabelecer um “novo céu e nova terra”. Que gloriosa herança está em vista no último capítulo desse livro! Esse é o Filho do Homem, essa é a Sua grandeza!

Como Filho do Homem, temos, nesse próprio título, um descortinar de Sua grandeza representativa. Tomando o termo emprestado novamente da Carta aos Hebreus, onde Ele é primeiramente apontado como o Herdeiro de todas as coisas, O vimos como o “capitão da nossa salvação” (Apóstolo – Hb 3:1), “conduzindo muitos filhos à glória” (Hb 2:10). A palavra “Capitão” aqui melhor seria traduzida por “Pioneiro” da nossa salvação. Aquele que foi adiante para conduzir os demais naquilo que Ele mesmo já conquistou. É claro que essa é a substância da Carta aos Hebreus. Ele foi primeiro,  “penetrou os céus”, Ele seguiu o caminho até o fim, como Pioneiro trazendo muitos filhos à glória, que Ele chama de Seus muitos “irmãos”. Sua grandeza representativa, no final, em plenitude, em glória é grandiosa – e ALI Ele representa todos aqueles que Ele está conduzindo e ainda há de conduzir com Ele à essa glória.

Lemos no Apocalipse sobre “grande multidão que ninguém podia enumerar de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro” (Ap 7:9). Milhares, milhares… Esse é o fruto dos sofrimentos do Cordeiro! E Ele é o Representante, em glória, de todos eles. Quão grande é Essa Pessoa e Sua representação!

Então, temos SUA GRANDEZA OFICIAL. Vemos isso ao longo de todo o livro de Apocalipse, e novamente na Carta aos Hebreus. Sua grandeza oficial enquanto Sumo Sacerdote – que Grandioso Sumo Sacerdote Ele é, de acordo com essa epístola. Que coisas tremendas Ele realiza! Pense nisso: ao longo dos séculos, cordeiros, bodes, bois e tantos outros animais foram sacrificados, sangue suficiente para encher um oceano – ao longo de todo esse tempo, diariamente, nunca alcançando o fim e a efetividade em relação ao pecado – mas ELE, em UMA ÚNICA OFERTA – apenas uma! – foi alcançado um resultado muito superior aos milhões de sacrifícios realizados nos altares judaicos. Quão grandioso foi Seu sacrifício, Seu sacerdócio, quando Ele a si mesmo Se ofereceu sem mácula a Deus, de uma vez por todas.

E aqui, nesse livro, temos o outro lado de Sua grandeza oficial, temos Sua descrição como “Rei dos reis, e Senhor dos senhores”! Que coisa impressionante para se dizer, quanto o tirano de Roma dominava o mundo, assumindo o senhorio sobre tudo, se auto-proclamando numa deidade. NAQUELE dia, a revelação de Jesus Cristo era “Rei dos reis”- sim, e Nero estava entre aqueles reis – e “Senhor dos senhores” (Ap 19:16).

Resumindo, acredito que teríamos melhores convertidos, se a eles fosse apresentado um Cristo mais grandioso.  Enquanto Jesus é nosso Salvador, o Perdoador dos nossos pecados, e tantas outras coisas, Ele é muito mais do que podemos imaginar. A salvação é grandiosa devido ao nosso Salvador. Se você deseja uma grande salvação, veja que grandioso Salvador Ele é! Lembre-se de que é devido ao que Ele é que não devemos temer estabelecer nossa confiança nEle, nem temer o fato de não sermos capazes de “dar conta”! Realmente não iremos conseguir sozinhos, mas Ele é capaz, e Ele poderá nos sustentarEle é grandioso o suficiente! Precisamos de um descortinar da grandeza de Jesus Cristo, para ser melhores Cristãos.

Para a restauração de nossas falhas, declínios, faltas espirituais, e libertação de todas essas coisas que são tão incômodas para nós e para Ele, só existe um caminho: ver Sua grandeza.

Se o fizermos, não poderemos viver em um nível baixo. Recentemente fui em um planetário em Londres. Enquanto ouvi a palestra, e um pouco depois, imaginei como alguém pode ser ‘pequeno’ enquanto lida com essas coisas! Suponho que até seja possível a um Membro da Sociedade de Astronomia ser um ‘homem pequeno’ em caráter, mas não é possível ter uma revelação da grandeza de Jesus Cristo e permanecer o mesmo!

Que haja alargamento, enobrecimento, libertação de nossa pequenez, e de tudo o que é desprezível! Qual é a resposta para tudo isso? Uma nova apreensão de Sua grandeza – isso é tudo!

E então, se houver sofrimento, se estivermos experimentando adversidades e provações; e as nuvens parecerem estar se acumulando e aumentando ao nosso redor, como iremos superar tudo isso? Apenas pedindo e buscando insistentemente, em oração, por uma nova revelação no coração, um novo descortinar de Jesus Cristo – só isso irá nos ajudar.

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Essas são nossas notas baseadas Capítulo 1 do livro “The Unveiling of Jesus Christ”, de T. Austin-Sparks, disponível para leitura no site www.austin-sparks.net. É importante salientar que não se trata de uma tradução do texto original, mas da nossa compreensão daquilo que o autor escreveu, podendo conter divergências em relação ao seu entendimento. Recomendamos fortemente àqueles que leem em inglês e se sentirem movidos pelo Espírito Santo a irem direto à fonte, pois certamente receberão ainda mais edificação ali.


T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério. Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência. Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church.

“Nenhum homem é infalível e ninguém ainda ”obteve a perfeição”. Muitos homens piedosos precisaram se ajustar, seguindo um senso de necessidade, após Deus lhes haver concedido mais luz.” (De uma Carta do Editor publicada pela primeira vez na revista “A Witness and A Testimony“, julho-agosto de 1946).

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