Considerados Dignos do Reino – 3

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Considerados Dignos do Reino 3 é a tradução do capítulo 6 do livro “Breaking the Satanic Siege”, de Harry Foster publicado pela Emmanuel Church. Originalmente, esse artigo foi publicado na revista A Witness and A Testimony” no 1, Vol 36 de Jan-Fev de 1958.

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Harry Foster

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“Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Daniel 3:17,18).

“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Daniel 4:37).

3 – Fidelidade

Vemos no Capítulo 3, as implicações práticas do discernimento espiritual para sermos considerados dignos do reino. Esse é o capítulo da fornalha de fogo. Os três homens não tinham mais o seu líder, Daniel, para falar por eles como no Capítulo 1, ou para trazer luz e entendimento como no Capítulo 2. Eles tiveram que se provar a si mesmos para o Senhor. Fé é algo intensamente pessoal e, acima de tudo, o homem que é chamado para o Reino deve ser um homem de fé e fidelidade. Talvez as palavras chaves desse capítulo seriam: “Se não…” (verso 18). A questão principal do homem de fé não é o seu próprio bem estar, mas a honra ao nome do Senhor. Esses homens tinham grande confiança na habilidade do Senhor em libertá-los, mas eles não estavam permitindo que suas condutas fossem governadas pelo resultado imediato de suas posições. Deus tinha revelado a eles a realidade do Reino eterno, assim como a fragilidade e ruína do reino terreno. Eles sabiam a verdade, e a verdade os libertou.

Suas almas estavam sujeitas a cada teste que o homem pudesse conceber, porque Nabucodonosor tinha pouco a aprender sobre psicologia de massa. O capítulo nos impressiona com a lista de personagens e instrumentos musicais. Grandes nomes, decisões importantes, movimentos populares, gritos, escárnio e ameaças; tudo isso foi usado, e ainda é, para fazer poucos homens fracos pensarem quão absurdo é permanecer fiéis ao Senhor em um mundo como o nosso.

Não vamos nos enganar, satanás não queria que eles fossem lançados na fornalha ardente, nem deseja que nós sejamos lançados no fogo hoje. O que ele desejava, e ainda deseja, é que nós venhamos a ceder, fraquejar, trazer vergonha ao Senhor e que nos conformemos com o espírito do mundo. A fornalha ardente é apenas o seu instrumento para forçar os homens à derrota espiritual. Se eles aceitarem os seus termos, poderão viver uma vida calma e confortável. Milhares de judeus provavelmente experimentaram isso. A minoria fiel, entretanto, preferiu as chamas ardentes à envergonhar e entristecer o seu Senhor, e eles descobriram, finalmente, que o inferno não tinha poder contra aqueles que andavam em comunhão com o Filho de Deus.

Em alguns casos, nos dias de hoje, as chamas não são literais, mas a fé encara provas ferozes, e parece que a fornalha foi aquecida sete vezes mais que o normal. Os cristãos primitivos ouviram que não deveriam encarar isso como algo estranho e anormal (1 Pedro 4:12). A coisa estranha, do ponto de vista Celestial, é quando o povo de Deus passa a viver com o mundo em uma coexistência pacífica, por isso os santos eram advertidos a compreender o sentido de seus sofrimentos: “para que eles pudessem ser considerados dignos do reino de Deus…” (2 Ts 1:5). Seria uma tragédia dupla, primeiro perder a preciosa companhia no fogo, e então perder a glória do Reino também.

4 – Humildade

O verso chave é “…pode humilhar aos que andam na soberba” (4:37). Nesse caso, não era Daniel que passava por essa experiência, mas Nabucodonosor. Entretanto, Daniel era um observador próximo de todo o incidente, e por meio dele, ele aprendeu como Deus trata com os homens em misericórdia. Misericórdia é uma característica impressionante dessa calamidade – misericórdia e paciência. Como seria mais fácil para o Senhor ter destruído Nabucodonosor em um sopro. Ao contrário, Ele o advertiu, esperou por doze meses, tratou severamente com ele por sete anos, e depois disso, Ele foi capaz de restaurá-lo ao trono. Haveria pouca esperança de um lugar no Reino para qualquer um de nós, se Deus não tratasse conosco com paciência, longanimidade e persistência.

Não nos é dito que Nabucodonosor realizou qualquer ato específico de provocação. Não há sugestão dele ter se vangloriado para uma grande audiência, como Herodes fez posteriormente. É bem possível que ele tenha falado palavras arrogantes para si mesmo, enquanto andava em seu palácio. Não sabemos ao certo. Mas sabemos que Deus vê o coração (1 Samuel 16:7), e não pode haver lugar no Seu Reino eterno para o coração arrogante e orgulhoso. O reino satânico começou com orgulho no coração e, por essa razão, Deus disse odiar o orgulho mais do que qualquer outro pecado. Podemos perguntar então, o que Ele pode fazer conosco, porque somos orgulhosos por natureza. Ele fará conosco o que Ele fez com Nabucodonosor, nos humilhar até ao pó.

O rei foi avisado. Ele foi avisado do Céu, e o aviso foi reforçado por um aviso insistente de Daniel. Algumas vezes parece que falar não é suficiente, mesmo quando é Deus quem fala. O coração humano está tão fixo no orgulho, e está tão blindado em sua própria vaidade, que parece incapaz de se beneficiar de avisos ou lições vindas de outros. Então o Senhor precisou lidar com Nabucodonosor – e lidar de forma dura, para que aquilo fosse efetivo. Será que iremos nos declarar melhores?  Pedro precisou ser peneirado por satanás antes de ter qualquer utilidade para o Reino dos Céus. Paulo precisou sofrer a angústia e humilhação do ”mensageiro de satanás”(2 Coríntios 12:7) para evitar que ele se ensoberbecesse. Então a obra de esvaziamento é realmente relacionada ao amor soberano de Deus e Sua infinita misericórdia.

Ele é capaz de humilhar”. Esse é o mesmo Deus que é capaz de livrar da fornalha de fogo. Apesar de talvez a situação agora não parecer tão maravilhosa – ela o é. Ela representa o grande triunfo de dar ao homem a libertação interior de si mesmo.

Esse capítulo deveria nos confortar, se ansiamos por ser considerados dignos do reino. Deveríamos interpretar algumas dessas provas tão estranhas que nos deixam perplexos e que parecem contradizer o amor e cuidado do Senhor para conosco. Algumas vezes não aprendemos pelo que ouvirmos, mas apenas pelo sofrimento, por sermos levados às profundezas e sermos purgados de cada contradição dentro de nós. É assim que chegamos à humildade de Cristo, que é essencial para o Reino. Mesmo que não precisemos ser corrigidos, não seremos poupados do sofrimento, porque nossa mansidão precisa ser testada e provada, até que, como o rei babilônico, possamos verdadeiramente confessar:

Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” (Daniel 4:35).

A Série “Considerados Dignos do Reino” continua no Próximo Post.

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