Considerados Dignos do Reino – 2

Print Friendly, PDF & Email

Considerados Dignos do Reino é a tradução do capítulo 6 do livro “Breaking the Satanic Siege”, de Harry Foster publicado pela Emmanuel Church. Originalmente, esse artigo foi publicado na revista A Witness and A Testimony” no 1, Vol 36 de Jan-Fev de 1958.

***

Harry Foster

Leia o Post Anterior

“Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei” (Daniel 1:8).

“Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério” (Daniel 2:47).

1 – Pureza

Lendo o Capítulo 1 do Livro de Daniel, logo percebemos o verso chave, o  versículo 8:  “…Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se…”.

Não devemos considerar esse ponto como uma questão isolada, porque estamos enfatizando princípios espirituais, não mandamentos legalistas. O Espírito Santo, trabalhando por meio de nossa consciência, nos levará a conhecer qual é a vontade de Deus, nos ensinando o que é, de fato, uma “concessão”, uma contaminação. O Espírito deixará isso claro para cada um de nós, se nosso coração estiver determinado a ser obediente ao Senhor, independente do preço.

Pureza de espírito é uma característica fundamental, por isso esse assunto é trazido  à luz logo no início. Uma leitura superficial do capítulo 1 de Daniel pode nos levar a pensar que esse assunto teve pouca importância, entretanto, mas ao continuamos lendo toda a narrativa, perceberemos como a vitória inicial de Daniel em relação à sua vida pessoal se relacionava ao triunfo final do propósito de Deus atrelado à Jerusalém: “Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro” (verso 21). Daniel continuou. Ele continuou na mesma pureza até o fim, porque começou bem. Ele continuou em meio à muitas adversidades, porque tinha um relacionamento correto com o Senhor. Muitos começam bem, mas não continuam assim.

Pureza de espírito é possível, e a vida de Daniel provou isso (vs 5,9,14,16). Ele certamente foi tentado a duvidar, como também somos tentados com tanta frequência a arrazoar que nesse mundo de dissimulação e concessões, nem é sempre possível ser fiel aos mais elevados ideais.

Os seus meios de subsistência, as oportunidades que surgiam para que ele fosse útil e a sua posição com aqueles que eram revestidos de autoridade parecia demandar algum tipo de concessão e afrouxamento de seus padrões. Outros estavam fazendo isso e sendo abençoados então, porque não? Esses argumentos são familiares em todas as eras, e os conhecemos muito bem. Daniel, entretanto, não se desviou, mas fez sua petição simples ao chefe dos eunucos, de forma digna, e o Senhor não o abandonou. O impossível aconteceu.

Pureza de espírito dá resultados. Essa parece uma das principais lições desse capítulo.  Não é apenas possível ser fiel à Deus na Babilônia, como também colher frutos disso. Ninguém precisa ter pena de Daniel, porque seu caminho de entrega resultou em grande bênção: “a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos…”, eles estavam “dez vezes mais doutos” (vs 15,20). Não existe nada negativo em nossa devoção ao Senhor. Inicialmente, poderia parecer que Daniel estava passando por um processo de  abstinência, mas no longo prazo, ele pôde ser colocado ao lado dos melhores.

Pode ser importante repetir que a decisão por esse tipo compromisso é essencial para aqueles que desejam conhecer qual é a vontade de Deus. Muitas pessoas não estão em uma posição para julgar qual é essa vontade, porque reservam para si mesmas o direito de escolher obedecer ou não se o resultado lhes agradar – e dependem da própria opinião ou do critério de pessoas que consideram importante. Deus não concede direção baseado em “nossa aprovação”. O fato é simples: os filhos de Deus não podem conhecer Sua vontade em algumas situações porque não estão preparados para estabelecer com Ele um compromisso de que estão determinados a obedecer à luz que Ele conceder, quando ela for recebida.

2 – Discernimento

O segundo capítulo de Daniel alarga o assunto da percepção da vontade de Deus, porque inteligência espiritual é necessária para aqueles que reinarão com Cristo. Em nosso propósito presente não estamos preocupados em identificar ou comentar os diversos impérios envolvidos na visão de Nabucodonosor. Além do mais, o homem de Deus tem preocupações muito mais importantes do que aquelas relacionadas à história, geografia ou política internacional. Para ele há apenas dois reinos essenciais: o reino desse mundo (e portanto de satanás) e o Reino do Filho de Deus.

Temos o reino espiritual em conexão com o louvor e adoração a Deus. Qual é o significado do contraste entre a imagem da glória humana e a “pedra… cortada sem ajuda de mãos” (verso 34)? Qual é o reino para o qual devemos atentar – o reino universalmente admirado (ou temido) mas fadado à destruição? Qual é o verdadeiro Reino, aquele indefinido pelo homem, mas moldado em secreto por Deus, a ser revelado pelo Céu e que herdará todas as coisas? Como aconteceu com Daniel, precisamos saber essas coisas. E, como aconteceu com ele, precisamos encontrar esse conhecimento como uma questão de vida ou morte.

Claramente essa é uma questão que demanda a ajuda de Deus. Foi oração, não estudo nem discussão, que trouxe a revelação. Muita ênfase é devotada nesse ponto, tanto que o Senhor é chamado “O Revelador de Segredos” (verso 47). Nenhum instinto racional poderia trazer essa percepção. Estamos buscando um discernimento interior. O que nos dá essa indicação é isso: que o verdadeiro Reino não é uma instituição humana, mas é um exercício espiritual. A Igreja (em um sentido no qual o Novo Testamento indica) não é uma instituição humana, mas é um organismo celestial… O Reino é primariamente uma natureza, uma experiência espiritual. Não é estar “no” reino celestial, mas também de ter o reino “em” nós.

Isso deveria nos fazer profundamente dependentes do Espírito Santo, se formos realmente ser salvos daquele outro reino, o reino da glória do homem, dos valores terrenos e dos arranjos humanos, e se iremos nos conformar com o caráter de Cristo e do Reino do Céu. O discernimento é muito mais do que algo teórico. É algo de suprema importância. Ele pode decidir a nossa utilidade para Deus nas eras eternas. O discernimento espiritual demandará por constante obediência na vida diária, no que diz respeito à situações práticas.

A Série “Considerados Dignos” do Reino continua no Próximo Post.

Post anterior
Considerados Dignos do Reino – 1
Próximo post
Considerados Dignos do Reino – 3

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.