Cidades de Refúgio (Josué 20) – Parte 3

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Participante de Cristo

“Para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta” (Hb 6:18).

Uma Provisão Justa

Essa cidade não garantia uma imunidade indiscriminada da punição para qualquer classe de criminoso, mas era um lugar de segurança para aquele que matou acidentalmente, sem intenção. Portanto, o Evangelho de Jesus Cristo não é um prêmio ou desculpa para licenciosidade. Não! Não pensemos que essas cidades representam o “cometa o pecado que desejar e terá plena indulgência”. A provisão de Deus é para os homens que sinceramente desejam ser libertos do pecado e, a partir daí, agir corretamente para com Deus e os homens. Para partir em direção àquela cidade, a pessoa devia deixar tudo o que era “seu” – seus bens, seu nome, sua família, seus amigos – e iria recomeçar sua vida em um lugar que não era propriamente seu. Ali a pessoa era sustentada e desfrutava de tudo que vinha de outro. A carne não se agrada de viver assim. Só reconhecendo a pecaminosidade da nossa vida, da carne, das nossas boas obras, poderemos deixar o que é nosso e nos refugiar no JUSTO.

Se você não deseja mudar o curso de sua vida, sua intenção é viver em pecado, se o seu propósito é mau e deseja o evangelho para se acobertar, você descobrirá que esse é o lugar mais terrível para se colocar, pois os céus são um péssimo lugar para um coração falso. Homem nenhum ouse brincar com o precioso sangue de Cristo. Jesus disse a pecadora: “Eu tampouco te condeno”, mas também disse solenemente “vá e não peques mais” (Jo 8:11,12). Não devemos brincar com o Senhor, mas temê-Lo.

Atualmente, não conseguimos ter contato com nossos irmãos universalmente; as condições são tais que é impossível que isso aconteça. Por isso, é impossível desfrutar da nossa herança de forma normal hoje, mas ela pode ser desfrutada de forma restrita na cidade de refúgio. Aqueles que ali viviam, naquele tempo, recebiam o melhor; tinham o fruto da terra sem fazer o menor esforço. Eles viviam pelos dízimos; o melhor da terra que era levado para aquelas cidades. Portanto, apesar de haver a restrição, pelo fato de estar confinado naquela cidade, havia nela a plena riqueza da terra; e nenhuma restrição ao desfrute dentro de seus limites. O homicida estava ainda melhor do que os que estavam fora da cidade.

Toda a riqueza da terra está sendo ministrada, abundantemente, no presente momento, pelos servos do Senhor que estão no secreto de Sua presença. Como alguém pode sentir que foi abandonado espiritualmente? Estamos restritos exteriormente, mas interiormente, podemos expandir pela plena riqueza da nossa herança. Podemos desfrutar do ministério, participar daquilo que é sacerdotal e reconhecer nossa ligação com os santos universalmente, apesar das restrições exteriores. Esse é o princípio da cidade de refúgio.

Um homem, que sentisse que o vingador de sangue estava à sua espreita, aumentaria o ritmo do seu passo o máximo que pudesse. Devemos sentir o peso da seriedade que está relacionada a nossa vida Cristã. Temos a percepção de que, quando o Espírito é privado de Seu lugar dentro da ordem estabelecida por Deus e todo o tipo de coisa que é contrária a toda a natureza dessa dispensação é levada em frente, nosso desfrute da herança é colocado em risco. Se percebêssemos melhor isso, talvez fôssemos mais rápidos para alcançar a cidade de refúgio e ali permanecer.

A assembleia é responsável por trazer a diferença daquilo que foi ou não intencional. Quando encontramos com cristãos que estão caminhando dentro da luz que possuem, e fazem muitas coisas contrárias ao propósito do Pai por falta de luz, devemos ajuda-los com interesse e afeição; e nossos corações devem alcança-los onde estiverem. Mas, se trouxermos luz àquelas pessoas e mostrarmos a elas o propósito de Deus – o senhorio de Cristo, a presença do Espírito e a constituição da assembleia – e elas se ressentirem com isso e deliberadamente darem as costas – a partir daí, essas pessoas estarão em uma posição totalmente diferente. Por isso é tão sério trazer luz às pessoas. A profissão Cristã no presente momento está totalmente culpada por ter dado as costas à luz que Deus deu a elas; e uma tremenda incursão de trevas e mal está chegando como julgamento divino sobre aqueles que recusaram deliberadamente a luz. Essa é uma questão extremamente solene.

O homicida deveria permanecer na cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote, então, ele era libertado para voltar para sua casa. A nossa permanência nessa posição não é imposta, é fruto de uma revelação.

Acessível a todos

As cidades de refúgio eram acessíveis de todos os lugares, a todas as classes sociais. Elas eram seis cidades distribuídas por toda a terra; três do lado leste do Jordão e três no Oeste. Nenhuma delas era mais distante que uma corrida de um dia de qualquer ponto da terra. As estradas que conduziam a elas eram mantidas bem reparadas. O caminho era sempre aberto, dia e noite, para que qualquer fugitivo pudesse buscar asilo lá. Os portões da cidade eram continuamente abertos.

Assim, o caminho da Salvação em Cristo por meio do Evangelho está plenamente aberto e acessível a qualquer pecador que o deseje. Deus deixou a estrada acessível, os portões sempre abertos, e é possível correr a Ele a qualquer momento – em direção à esperança proposta.

Ali o pecador encontra segurança, provisão constante em Cristo para todas as suas necessidades. O que o homicida deveria fazer se resumia a correr sem parar até chegar ao refúgio, depois permanecer lá até que fosse publicamente liberto. Hoje temos um refúgio, abundante graça, mas precisamos correr para ela. Devemos desejar e clamar por ela. Não existe segurança no caminho, o homicida poderia morrer na entrada do portão. Só dentro da cidade havia segurança. O escape estava preparado, mas dependia totalmente do homicida. Ele deveria correr em direção a ela.

“Toma posse da vida eterna” (2 Tm 6:12).

 

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:16).

As antigas cidades de refúgio também apontam para a plenitude da salvação de Cristo para o pecador. Não é suficiente ser meramente salvo. Deus tem uma progressão ilimitada de bênçãos para nos conduzir, e à medida que prosseguimos para a plenitude de Cristo, não penas permanecemos seguros, mas somos guardados de cair e somos conduzidos às alturas de Sua graça e glória.

Um cristão sábio nunca ficará contente em apenas conduzir uma alma a Cristo, mas não descansará enquanto não o introduzir na plenitude de Sua graça.

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Bibliografia:

  • Commentary on Joshua – C.A.Coates
  • Christ in the Bible – Joshua – A.B.Simpson
  • Site bridgetothebible.com
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