Quem foi John Hyde, o homem que orava e uma tradução livre de texto homônimo contido no livro “The Life and Letters of Praying Hyde”, que é uma coletânea de cartas e tributos à vida do missionário John Hyde, organizados por suas duas irmãs, Gracia Hyde Bone e Mary Hyde Hall. Edição do Kindle.
W. B. Anderson
“Quanto aos santos que há na terra, são eles os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer”. (Salmos 16:3)
Cerca de vinte anos atrás, o Conselho Presbiteriano enviou à Índia um jovem missionário americano. Ele não parecia um homem notável, tinha estatura mediana, constituição esguia, era um pouco curvado e um pouco surdo. Ele não seria considerado um orador eloquente, mas tinha um raciocínio muito claro e se expressava de forma coerente e forte. Seu traço mais impressionante eram seus olhos azuis claros, que pareciam ter o poder de olhar diretamente para o coração do próximo e que reluziam da alma de um profeta.
Quando ele chegou à Índia, estabeleceu para si a tarefa de aprender o idioma e diligentemente trabalhou nisso. Depois de trabalhar por algumas semanas nessa empreitada, começou a se questionar sobre o motivo de ter vindo para a Índia. Então ele entendeu que o único motivo de sua vinda tinha sido ensinar a Palavra de Deus ao povo da Índia.
Refletindo a esse respeito, o irmão Hyde chegou à conclusão que tinha vindo à India para ensinar ao povo um livro que ele mesmo não conhecia. Por essa razão, decidiu que, antes de tudo, deveria se familiarizar com o livro que viera ensinar e que doravante esse livro seria seu principal objeto de estudo.
Por meses Hyde se enterrou na Bíblia, parecendo se esquecer de qualquer outra coisa. Ele foi reprovado no exame de idiomas e foi repreendido pelo comitê, mas simplesmente respondeu que deveria prestar atenção primeiro às coisas mais importantes. Deus abriu a Palavra para ele maravilhosamente, e ele se tornou um mestre em ensiná-la ao povo da Índia.
Hyde não negligenciou o estudo do idioma local. Ele se tornou fluente e aprendeu a falar corretamente o urdu, mas além disso, ele aprendeu a língua do céu, e aprendeu a falá-la com tanta maestria que manteve audiências de centenas de indianos fascinadas enquanto lhes abria as verdades da Palavra de Deus.
Acho que nunca conheci outro homem de oração. Ele não apenas aprendeu a ouvir a Deus, mas também a falar com Deus. Ele realmente falava com Deus como um homem fala com seu amigo. As horas passadas em oração tornaram-se comuns em sua vida.
Oito anos atrás ele passou a conduzir os estudos bíblicos na primeira Convenção de Sialkot. Durante os dias da convenção, falou sobre a extensão, a largura, a altura e a profundidade do amor de Deus, e esse poderoso amor parecia estender-se por intermédio dele e conquistar o coração de homens e mulheres, aproximando-os de Deus.
Deus o chamou para conduzir uma das reuniões noturnas para homens e deu-lhe uma mensagem para a reunião. Ele não quis entregar a mensagem e, durante toda a noite anterior, clamou a Deus a esse respeito. Ele finalmente resolveu ser obediente ao que acreditava ser o mandamento de Deus. Passou o dia seguinte esperando em Deus, e naquela noite veio com uma mensagem de Deus que abriu as portas dos corações dos homens para o grande reavivamento que adentrou na igreja indiana.
No ano seguinte Hyde foi à convenção e, juntamente com outro líder, passou todo o seu tempo na sala de oração, dia e noite, clamando a Deus pela bênção da Igreja indiana, saindo da sala apenas quando era chamado para falar.
Ele aprendeu tanto o segredo da oração que sua vida passou de uma luta para um triunfo. Ele parecia viver na própria presença de Deus. Quando orava em público, parecia que via Deus diante de si. Quando pregava, era como se um embaixador tivesse vindo diretamente da sala de audiências do Rei.
Para a Igreja indiana, Hyde se tornou num grande médico espiritual e, nos últimos anos, muitas pessoas vinham a ele em busca de ajuda. Para o aldeão mais humilde, Hyde trazia a mensagem e a cura de Deus, se tornado um verdadeiro profeta. Ele era verdadeiramente alguém que falava por Deus. Homens sentavam-se atentamente por horas durante o dia, ouvindo sua maravilhosa exposição da verdade, enquanto Hyde lenta, calma e claramente expunha o que o Espírito de Deus lhe havia ensinado da Palavra de Deus.
Não apenas sua palavra era a palavra de um profeta, mas sua vida havia sido santificada pela verdade. Um dia, um missionário estava conversando com um jovem hindu que havia o conhecido, quando o hindu disse: “Sabe, senhor, o Sr. Hyde me parece Deus.” Ele não estava longe da verdade, pois em um sentido desconhecido para sua compreensão hindu, este homem havia se tornado uma “encarnação”.
Hyde percorreu um longo caminho pelo sofrimento da Índia e teve encontros desesperados com seu inimigo, a favor da sua libertação. Para aquele que ousa muito nesse combate, Deus parece dar uma visão maravilhosa de vitória.
Um dia, cerca de quatro anos atrás, ele estava falando sobre uma experiência que teve em um dia de oração que era observado pela Índia. Conversando muito intimamente com amigos próximos, disse:
“No dia da oração, Deus me deu uma nova experiência. Parecia que tinha sido elevado acima de nosso conflito aqui em Punjab e vi a grande batalha de Deus em toda a Índia e depois além, na China e no Japão, e África.
Vi como estávamos pensando em círculos estreitos, em nossos próprios países e em nossas próprias denominações, e como Deus estava agora rapidamente unindo força a força, linha a linha, e tudo estava começando a ser uma grande luta. Isso, para mim, significa o grande triunfo de Cristo. Não ousamos mais lutar sem a consciência desta grande batalha mundial na qual estamos engajados.
Devemos exercer o maior cuidado para sermos totalmente obedientes Àquele que vê todo o campo de batalha o tempo todo. Só Ele pode colocar cada homem no lugar onde sua vida pode valer mais”.
Acima de toda a luta da batalha, Hyde podia ver e ouvir o Grande Comandante a quem ele seguia implicitamente.
Quando veio a notícia que, depois de severo sofrimento na América, ele havia sido chamado para o lar, foi como se tivesse ouvido uma espécie de eco de um brado de vitória quando ele entrou na presença do rei.
Logo, a próxima notícia que recebi foi que ele morreu com as seguintes palavras em seus lábios:
“Bol! Yisu’ Masih ki Jai!” / “Aclamai a Vitória de Jesus Cristo.”
Então pensei naquele momento terrível da vida de nosso Senhor Jesus, quando Seus inimigos o cercaram, e Ele soube que o tempo de Seu sacrifício estava próximo. Nesse momento o Senhor estava diante da deserção de Seus discípulos, do Getsêmani e do Calvário. Recordei de como naquela hora Ele disse: “Tende bom ânimo; Eu venci o mundo.”
A seguir me lembrei dos dias e noites em que o Sr. Hyde lutava na Índia pelas pessoas presas ao pecado e que, depois de horas de agonia, ele frequentemente se levantava, com aqueles ao seu redor, para declarar: “Bol! Yisu’ Masih ki Jai !” até que isso se tornou no grande brado de guerra da Igreja de Punjab.
Assim como ele nos enviou aquele brado da própria presença do Grande Vencedor, façamos com ele que ressoe por todo o mundo: “Aclamai a vitória de Jesus Cristo!”
Cortesia de Men’s Record e Missionary Review (United Presbyterian) 1912.
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Certa vez o irmão João Hyde fez uma oração baseada no texto de 1 Crônicas 4:10, conhecido como a oração de Jabez. Ele registrou: “Orei (por um ano todo), “alargue minhas fronteiras”, tendo inicialmente a expectativa mais voltada para algumas questões naturais. A resposta me veio sob a forma de doença, pressão e limitação das minhas forças, tendo sido afastado por meses do trabalho [devido a uma enfermidade]. Isso me conduziu a um reforço no aprendizado da espera, quando repetidamente rememorava: “Não se faça a minha vontade, e sim a tua” [Lc 22:42]. Mas como fruto da espera e da limitação, ganhei alargamento espiritual. Pacientemente aguardando, passei a ver Jesus como nunca antes na Palavra, descobrindo, com uma nova ênfase, que estar cheio do Espírito Santo equivale a estar transbordando de amor”. Extrato selecionado do livro – “The life and letters of praying Hyde”.
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