Aviva a Tua Obra, Ó Senhor – Parte 2

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Harry Foster

“Aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida” (Habacuque 3:2).

Continuação do post anterior…
Capítulo Três. A Resposta de Habacuque

O terceiro capítulo é, em grande parte, poético, mas ainda assim tem uma mensagem muito prática para nós. Nele, Habacuque relata sua própria reação à resposta de Deus, e nos apresenta um desafio à nossa própria resposta à Palavra de Deus. Nós enfrentamos os problemas da fé. Nos foi dada a resposta em termos da soberania Divina, o objetivo divino e o chamado divino. Seremos como esse homem do Antigo Testamento em sua vitória triunfante da fé?

Fiel ao seu próprio nome, Habacuque abraçou as promessas de Deus. Mas ele fez mais do que isso, pois também abraçou as oportunidades do tempo em que viveu, um tempo que ele descreveu como “o decurso dos anos” (verso 2). Pode ser que tenhamos pulado os livros dos Profetas Menores, imaginando que eles têm pouca relevância para o nosso próprio tempo. Isso, claro, não é verdade. Espero que em Habacuque possamos encontrar grande proveito ao prestarmos atenção ao seu exemplo.

Parece-me que, por meio de sua reação ao falar de Deus, podemos perceber como o verdadeiro crente deve olhar para além das circunstâncias imediatas e manter seu olhar nas realidades invisíveis do céu. Dessa forma, não apenas servimos a Deus em nossa geração, mas encontramos renovo pessoal e ascendência. As pessoas por quem o profeta orou podem não ter conhecido o poder reavivador do Espírito, mas é evidente que, em seu próprio coração, Habacuque desfrutou de um incrível reavivamento. O capítulo tem uma mensagem dupla:

i. Fé expressa na oração. Verso 2

A substância de sua oração forma o título deste artigo: “Aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos”. Haverá ira, mas também pode haver misericórdia. Não temos ilusões quanto à nossa própria indignidade, mas temos imensa expectativa na imerecida bondade do nosso gracioso Deus. Foi dito a Habacuque que ele devia estar preparado para esperar. O que ele deveria fazer neste período intermediário, “no decorrer dos anos”? Qual a melhor forma de esperar? Certamente por meio de esforço redobrado em oração.

Nos versículos 3 a 15, ele tentou descrever o que ouvira das ações passadas de Deus em salvação e julgamento, com a confissão de que esse exercício o deixava comovido e que seus joelhos vacilavam. Não havia nada superficial em seu apelo por avivamento. É algo espantoso ser encontrado em meio a uma visitação divina. Ainda assim, ele orou para que houvesse uma. Nunca é suficiente pensar apenas no passado, e é inútil tentar fazer com que o Senhor volte Seu relógio. O impulso da nossa oração deve ser que agora, em nossos dias, Deus se expresse em termos de salvação e que o poder velado em Sua mão (verso 4) possa mais uma vez ser liberado (verso 13).

O homem que orou para que Deus renovasse suas atividades não era um otimista desinteressado. Seu pedido não era por sensações emocionantes, mas era um pedido humilde de que a santidade de Deus pudesse se manifestar, humilhando todo o orgulho e impondo Seu próprio governo. Durante toda a minha vida cristã, ouvi o povo de Deus orando por avivamento e adicionei meus Améns às suas orações. Mas como elas serão respondidas? Será em visitações locais e temporárias por meio do Espírito de Deus, ou será no confronto final do Retorno de Cristo? Eu não sei.

Imagino que nem Habacuque teve uma clara idéia de como e quando Deus trabalharia em resposta à sua oração. Ele estava preparado, se necessário, para enfrentar dias ainda mais sombrios antes do grande amanhecer. Uma coisa é clara, porém, que a sua receita para a oração não respondida é simplesmente continuar orando. Ele começou com a queixa: “Até quando?” (1:2) A resposta de Deus parece sugerir que ele tivesse que continuar esperando por mais tempo. Agora, no entanto, ele havia recuperado seu fôlego espiritual e percebeu que o importante ainda era continuar orando. Ao fazer isso, ele parece ter encontrado a prometida “paz que excede todo entendimento” – “que deveria esperar o dia da angústia” (verso 16). Além disso, o avivamento começou imediatamente em seu próprio coração. De que outra forma podemos descrever sua alegria transbordante em meio às calamidades ao seu redor e seu relato deleitado de que ele estava desfrutando de experiências altaneiras nas montanhas (versos 18-19)? Sua profecia começa com um grito de angústia e termina com uma dedicação ao mestre de canto e aos instrumentos de cordas. A persistência no lugar da oração traz sua própria recompensa.

ii. Fé expressa em Louvor. Versos 17-19

Eu disse que Habacuque não sabia como sua oração por avivamento seria respondida. Parece, no entanto, que ele não esperava uma mudança sensacional e imediata da situação, mas se preparou para novos momentos de provações. Estou ciente das esperanças de muitos de que o retorno de Cristo será precedido por bênçãos derramadas numa nova escala. Vou me alegrar se suas expectativas forem atendidas. Para mim, no entanto, a principal ênfase do ensino do Novo Testamento sobre esse assunto parece estar no crescente mal dos “tempos difíceis” dos últimos dias [2 Tm 3:1].

De qualquer maneira, os versos finais de Habacuque são cheios de inspiração. “Que o pior aconteça”, ele canta, “que todo tipo de maldade venha sobre nós – nenhuma flor, nenhum fruto, nenhuma carne, nenhum rebanho… Todavia me regozijarei no Senhor, terei alegria no Deus da minha salvação”. Então, a história que começou com tristeza, termina com glória. É possível estar triste e ainda orar, mas é impossível permanecer triste quando se está louvando ao Senhor. Se fosse perguntado a Habacuque o que haveria ali de exultante, ele só poderia responder que não se regozijava com as coisas, mas com o próprio Senhor.

Deve-se notar, porém, que essa alegria era essencialmente pessoal. Habacuque não tinha nenhum fardo para si mesmo, mas ele ainda carregava um pesado fardo pelos interesses de Deus no mundo e pelo estado de Seu povo. O louvor é o mais importante, mas nunca deve ser superficial, fingindo que as coisas estão bem quando não estão. No que dizia respeito a ele, Habacuque foi capaz de relatar que a força Divina o fez se sentir leve e elevado em espírito, mas imagino que, mesmo enquanto ele louvava, continuou com seu apelo sincero: “Aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos”.

Tradução de texto homônimo de Harry Foster, publicado na revista “Em Direção ao Alvo” (Toward the Mark) de Jul – Ago de 1985.

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