A Necessidade da Travessia do Rio Jordão

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Major W.Ian Thomas

“Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.” (Js 1:2)

Suponhamos que, com a vara levantada bem alto, Israel houvesse obedecido à ordem de Deus, em Cades-Barnéia, separada como estava da Terra Prometida tão somente por um pequeno pedaço de terra de Edom! Suponhamos, ainda, que naquela ocasião os filhos de Israel tivessem dado ouvidos aos “dois” espias, e não aos outros “dez”, avançando e entrando na terra – nesse caso não teriam tido necessidade de atravessar o rio Jordão!

Não havia rio Jordão entre Cades-Barnéia e a terra de Canaã. O rio Jordão ficava para o oriente, e a travessia dele só se tornou uma necessidade na experiência de Israel, porque, ao invés de atravessarem a terra de Edomeles a rodearam.

Em quarenta anos de transigência, de incredulidade e de desobediência, os filhos de Israel se esqueceram do que Deus procurara ensinar-lhes no miraculoso livramento com que foram tirados do Egito, conduzindo-os, mediante a fé, através do lugar de morte (o mar Vermelho), e ressuscitando-os para uma nova vida. Por causa desse esquecimento, a lição teve que ser novamente ensinada, ao chegarem às margens do Jordão.

mo isso espelha fielmente a experiência cristã! Se ao menos pudéssemos aprender, desde o princípio, o significado mais profundo da cruz – que Cristo não somente morreu por nós, mas também que nós morremos juntamente com Ele, e que Ele ressuscitou para viver em nós, pelo poder de Seu Espírito Santo, e que isso visa sermos participantes de Cristo agora, tal como filhos de Israel deveriam ter sido naquela ocasião (veja Hebreus 3:14).
Então poderíamos entrar na terra com toda a prontidão, começando a explorá-la imediatamente. Não teríamos de aprender o verdadeiro significado da cruz uma segunda vez.

Desafortunadamente, por causa da natureza rebelde do coração humano, por causa das profundas raízes lançadas pela carne no âmago da nossa personalidade humana, geralmente são necessários meses e anos, e algumas vezes uma existência inteira, para que o crente seja levado ao lugar onde pode tornar a aprender, às margens do Jordão, aquilo que deveria ter aprendido desde a travessia do mar Vermelho.

Algumas vezes se ouvem pessoas falarem sobre uma segunda bênção, e bem sei o que pretendem dar a entender; não discuto com elas – mas a realidade, contudo, é que a experiência do Jordão não é nenhuma segunda bênção. Trata-se simplesmente do redescobrimento da primeira bênção!

Quando você vem a conhecer o Senhor Jesus Cristo no poder da sua ressurreição, não recebe nada de novo da parte de Deus; tão somente descobre e começa a usufruir, em sua própria experiência, daquilo que recebeu de Deus no mesmo dia em que foi redimido; a tragédia é que o crente pode viver durante dez, vinte, cinquenta anos, ou mais, possuindo tudo quanto Deus lhe pode outorgar em Jesus Cristo, e no entanto viver em pobreza espiritual – fora do Egito, mas não dentro de Canaã.

O Jordão foi o lugar onde, sob a liderança de Josué, Deus precisou de ensinar novamente aos filhos de Israel aquilo que, sob a liderança de Moisés, eles tinham esquecido.

Extraído do livro “Salvos pela Vida de Cristo” – Cap.10 – Major W.Ian Thomas

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