Betânia – Onde o Senhor é Recebido!

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“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa”(Lc 10:38 – ARC).

Vemos nesse texto de Lucas 10 uma referência à uma família que recebeu o Senhor Jesus em sua casa. Essa família vivia em uma cidade chamada Betânia (que significa “casa de figos”), localizada nos arredores de Jerusalém. Podemos tirar lições preciosas de alguns fatos registrados na palavra relacionados a essa cidade e essa família, os quais ilustram princípios daquilo que satisfaz o coração do Senhor. Essa semana vamos passar por cinco desses pontos, que servem de inspiração em nossa caminhada com o Senhor.

Um desses pontos seria o fato de receber o Senhor, que indica uma disposição para estar mais com Ele, dar um repouso e satisfação ao Seu coração! Essa atitude dessa família é uma linda ilustração daquilo que o Senhor ama! Ele ama os Seus! Ama estar com os Seus! Naquela casa o Senhor encontrava um lugar de repouso. Ali Ele era acolhido e amado.

“Você se lembra do que foi dito quando o Senhor veio da glória à terra: “Veio para os que eram Seus, e os Seus não O receberam” (Jo 1:11)? Também nos lembramos do que Ele disse a respeito de Si mesmo: “Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9:58). Se isso, de fato, irromper sobre nós com seu real significado – ao refletirmos acerca de quem essas coisas são faladas no primeiro versículo e de quem fala o segundo, isso nos deixará atônitos! Aqui temos o Criador de todas as coisas, o Dono de tudo, o Senhor do céu e da terra, o Senhor que tem total direito sobre todas as coisas no universo, o Senhor para quem e por quem todas as coisas foram feitas: Ele veio e não tinha onde reclinar a cabeça no mundo de Sua criação, na esfera de todos os Seus direitos soberanos. Ele não foi recebido. Podemos dizer ainda mais, considerando a verdadeira expressão da atitude de Sua própria família ou Seu povo, conforme Ele os representou na seguinte parábola: “Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança. E, agarrando-o, lançaram-no fora” (Mt 21:38,39).

Mas em Lucas lemos: “Certa mulher, por nome Marta, O RECEBEU“. A igreja é Sua casa espiritual, onde Ele é recebido com alegria e onde encontra o Seu descanso. Esse é o lugar Dele, Seu lugar no mundo que O rejeita, o lugar onde Ele é reconhecido. Isso é muito simples, porém representa muito para o Senhor e nos faz avançar muito, pois representa algo mais do que simplesmente o Senhor se deter por um pouco em meio a Sua viagem. Isso representa que o Senhor encontrou, por fim, um lugar seguro, um apoio para Seus pés, um lugar que Lhe dá o que é necessário para que possa assegurar universalmente todos os Seus direitos”.

“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o SENHOR, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra” (Is 66:1-2).

Ali em Betânia o Senhor encontrou um lugar em meio a toda sorte de rejeição. Que possamos desejar a Sua presença, proporcionar a Ele a possibilidade de ser percebido, ser ouvido (na Sua palavra), que ansiemos pela Sua volta visível. Como a Sua Igreja, que possamos dar a Ele a centralidade. Esse é o lugar que dá a Ele a plena satisfação, não somente a nós mesmos.

“Você recorda a história trágica registrada em 2 Samuel 15, sobre a rejeição de Davi resultante da usurpação de Absalão? É uma história patética: Davi foi expulso de seu lugar e deixou a esfera dos seus direitos como rei. Uns poucos o acompanharam, dentre os quais o sacerdote Zadoque, que levava consigo a arca de Deus, mas Davi disse a Zadoque: 

“Torna a levar a arca de Deus à cidade. Se achar eu graça aos olhos do Senhor, Ele me fará voltar para lá e me deixará ver assim a arca como Sua habitação” (vs.25).

A inferência de Davi era a seguinte: ‘Quando eu voltar, eu terei na cidade, no lugar da minha rejeição, aquilo que é simpático a mim, aquilo para o que poderei voltar. Não voltarei como um estranho; não voltarei para nada; não voltarei para encontrar um lugar para mim, mas voltarei para algo que é um comigo. Zadoque, tu és um comigo; sim, quiseste sair comigo. Agora, volte à cidade e, quando eu regressar, voltarei para você’. 

Este é o princípio que vemos aqui: a assembléia que provê ao Senhor espaço pelo Seu Espírito, declara que Ele tem um lugar de apoio no mundo que O rejeita, é o lugar para o qual Ele regressará. Ele terá algo a que voltar, algo que está ao Seu lado, o qual, por estar ao Seu lado, Lhe dará base para restabelecer Seus direitos universais, tal como Zadoque fez com Davi”.

Baseado no livreto “Betânias Verdadeiras” de T.Austin-Sparks (partes entre aspas são citações diretas do livreto)

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