Stephen Kaung (1915—)
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando- se obediente até à morte e morte de cruz.”
(Filipenses 2:5-8).
Você se lembra de Filipenses 2:5-8, em outras palavras, este é o direito do Senhor, e contudo Ele esvaziou a Si mesmo de toda a glória, honra e adoração que são Seu direito. Ele não pode esvaziar Sua deidade porque ela é o que Ele é. Ele é Deus eternamente, mas colocou de lado todas as coisas ligadas à Sua deidade e tomou a forma de um escravo por amor. Isto é um sentimento interior, pobre de espírito.
“Fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. “Pobre de espírito”. Só podemos encontrar isso em Cristo Jesus, o Rei dos céus. Poderíamos pensar num Rei cavalgando um cavalo, comandando, demandando, sendo servido, mas o Senhor disse que no reino dos céus é diferente. Ele veio para servir, não para ser servido, e dar Sua vida para o resgate de muitos. “Pobre de espírito”. É ali que podemos encontra-lo.
Porque este “pobre de espírito” é colocado na primeira bem-aventurança? Certamente, quando você pensa em Deus, provavelmente colocaria o amor primeiro, porque Deus é amor. Mas nas bem-aventuranças, que são concernentes a nós, “pobre de espírito” é a primeira benção. Já que são concernentes a nós, este é o lugar onde elas devem começar. Todas as outras qualidades de Cristo, que devem ser impressas e tornadas nossas, vem depois desta primeira qualidade de ser “pobre de espírito”. Somente quando você é pobre de espírito é que todas as demais bem-aventuranças fluirão. E esta é a razão de ela ser colocada como a primeira bem-aventurança.
Como podemos fazê-lo, nós que somos naturalmente soberbos, mesmo embora não tendo nada? Isto está além de nós. Não podemos fazê-lo. Isto é a obra de Deus, a obra do Espírito Santo. Quando o Espírito Santo opera o caráter do Rei em nossa vida, o faz de duas formas. Positivamente, Ele revelará a glória e a beleza do Rei a nós. Você não sabe quão pobre você é, até que realmente veja a riqueza. Você não sabe quão feio você é, até que encontre a beleza real. Frequentemente comparamos a nós mesmos com outras pessoas que consideramos como inferiores a nós. Por quê? Por que não nos comparar com pessoas superiores? É por causa da soberba. Uma revelação da beleza do Senhor reduz nossa beleza em cinzas.
Extraído do livro “Meditações sobre o Reino”, de Stephen Kaung, publicado pela Editora Restauração.