As Oito Bem-Aventuranças – Parte 1

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G. H. Pember

“Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; 2 e ele passou a ensiná-los, dizendo…” (Mateus 5:1,2).

As bem-aventuranças indicam oito estágios da vida espiritual do homem, desde o seu nascimento até a plena maturidade. O Senhor ordenou esses estágios, de sorte que naturalmente se desenvolvam de um para o outro, primeiramente ocorrendo mudanças na disposição interior, nos pensamentos e aspirações; e, posteriormente, desenvolvendo a manifestação exterior.

As Quatro Mudanças na Disposição Interior

[Bem-aventurados os humildes de espírito – Mt 5:3]: A primeira mudança é a convicção de pecado. Isso é detectado pela perda da altivez, arrogância e espírito confiante, que o mundo admira e louva, mas que agora dá lugar a um coração quebrantado e contrito, com um grande senso da própria depravação e culpa.

[Bem-aventurados os que choram – Mt 5:4]: Essa verdadeira convicção é seguida naturalmente por um sofrido choro pelos pecados do passado e a presente falta de santidade. Tal homem é cheio de uma santa tristeza, que o leva ao arrependimento para a salvação.

[Bem-aventurados os mansos – Mt 5:5]: Mas, uma genuína tristeza pelo pecado é sempre abençoada com a influência e direção do gracioso Espírito, que não falha em transmitir a este homem um espírito manso, humilde e pronto a suportar os pecados dos outros, ainda que eles tenham sido cometidos contra ele.

[Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça – Mt 5:6]: Nesse estágio, suas acumuladas experiências de pecado, nele e em outros, terá intensificado seu aborrecimento contra si mesmo, sendo ele agora possuído de um ardente e crescente desejo de ser absolutamente sem pecado, e de obter a perfeita santidade, que o permitirá se alegrar na própria Presença de Deus. Se esse desejo realmente existir, Deus é chamado a concedê-lo. Entretanto, ele não poderá ser plenamente satisfeito na vida presente, mas quanto mais forte esse desejo crescer, mais próximo ele será capaz de se aproximar da perfeição da qual tanto anseia, até mesmo nesta terra. *(não nos referimos à perfeição imputada por Cristo, da qual somos vestidos quando somos salvos da morte eterna, mas da justiça intrínseca, forjada em nós pelo Espírito de Cristo, o qual, no dia do Julgamento, decidirá a nossa posição entre os salvos. Isso porque a justiça de Cristo é sempre imutável e perfeita, e se dela estivermos revestidos, seremos salvos da ira de Deus).

A Disposição Interior Manifestada na Conduta Exterior

[Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia – Mt 5:7]: Então, veremos que esse homem tem progredido e não está contente apenas com sentimentos interiores, mas ora para que eles possam ser manifestos na conduta exterior. Se ele sabe o que é ser ferido com o senso doloroso dos seus próprios pecados, e sente que a misericórdia de Deus e o Sangue do Senhor Jesus permanecem entre ele e a morte, ele não pode fazer mais nada além de ser graciosamente misericordioso com outros. Ele será rápido para perdoá-los, como Deus o perdoou em Cristo; e ele se alegrará em ajudá-los, mesmo dos problemas que suas próprias tolices os conduziram, porque foi exatamente isso que Deus fez por eles.

[Bem-aventurados os limpos de coração – Mt 5:8]: Então, essa tristeza santa e choro amargo pelos seus pecados, lhe disciplinará e purificará seu coração, de forma que ele se tornará francamente verdadeiro, praticamente incapaz de se aproveitar de confusões e prevaricações que são tão comuns na sociedade humana. Seu sim será sim e seu não será não, e ele vai jurar pelo seu próprio dano; sua perfeita pureza e sinceridade serão manifestas a todos os homens.

[Bem-aventurados os pacificadores – Mt 5:9]: Novamente, a serenidade e as bênçãos, estando sobre o crente manso – sobre aquele que reprime a resposta irada, ou prova estar disposto a entregar seus próprios direitos, de forma a viver de pacificamente com todos os homens – o faz desejar atrair outros para seus caminhos tranquilos, se tornando, então, um pacificador.

[Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça – Mt 5:10]: Por último, se houver nele um real desejo por justiça, ele não será frustrado em sua busca, mesmo sob qualquer perseguição – seja em meio ao sofrimento ou até na morte – e a isso ele estará sujeito nesse mundo de injustiça.

Esses são os passos em direção à santificação marcados pelo Senhor, e sobre cada um deles, o Senhor pronuncia uma bênção, adicionando uma promessa de uma recompensa apropriada.

Continua no próximo Post.

Extratos do capítulo The Eight Benedictions, do livro The Great Prophecies of The Centuries Concerning The Church, de G. H. Pember.

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