Retrato da Apostasia Pré-diluviana

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Participante de Cristo

“Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24:37)

Vemos, nos últimos dias, antigas profecias das Escrituras tomando corpo diante de nossos próprios olhos, e, como arautos, elas anunciam a chegada iminente do Anticristo e o final dessa dispensação.

Vemos doutrinas de uma salvação sem um Salvador, não apenas negando o Filho e desconsiderando o seu sacrifício expiatório, como também praticamente negando o Pai, ou deturpando o Seu caráter.

Segundo G. H. Pember, todas as falsas religiões parecem ter dois lados: para a multidão, superstição, para os intelectuais, panteísmo.

Uma definição de superstição é uma crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criação de falsas obrigações, o temor de coisas inócuas, e o depósito da confiança em coisas absurdas. Outra definição seria uma crença em presságios e sinais, originada por acontecimentos ou coincidências fortuitas.

Não é difícil indicar como a superstição tem sido disseminada na massa da cristandade, gerando uma supervalorização de ritos, pessoas, sinais, sem uma consequente aproximação da palavra de Deus e de um relacionamento pessoal com Cristo Jesus.

No que tange ao panteísmo, vamos citar um comentário do site Gotquestions, que parece definir muito bem esse termo. “O Panteísmo é a crença de que Deus é tudo e todo mundo, e que todo mundo e tudo é Deus. O Panteísmo é semelhante ao Politeísmo (a crença em muitos deuses), mas vai além dele ao ensinar que tudo é Deus”.

Pode parecer meio absurdo imaginar um cristão acreditando que Deus está em uma árvore, mas esse conceito hoje permeia de forma massiva a sociedade em que vivemos. O panteísmo leva os homens a crer que em si mesmos, em sua natureza, tem a essência divina, tornando muito difícil o reconhecimento da necessidade de um salvador.

Por considerar esse assunto de grande importância para nosso tempo, vamos transcrever abaixo alguns trechos do livro “As Eras Mais Primitivas da Terra” de G. H. Pember:

“No quarto capitulo do Apocalipse, há uma magnífica descrição do Todo-Poderoso sentado sobre Seu trono de Julgamento….Os acessórios do trono são importantes e apontam para a aliança com Noé. O arco-íris o circunda, e, na base, sentam-se os querubins, representando as tribos terrenas para os quais as promessas foram feitas. No entanto, esta aliança foi o chamado final de Deus ao mundo, que deveria alinhar seu governo em conformidade com os princípios divinos – um chamado que, como a rebelião de Babel e a história das cidades da planície [Sodoma e Gomorra] testificam mais do que claramente, foi totalmente desconsiderado. Assim, os planos do Todo-Poderoso foram então alterados, e, restringido mais Suas interações diretas com o homem por um tempo, e dentro de limites mais estreitos, Ele fez duas sucessivas eleições dentre as grandes massas da humanidade. Primeiro, Sua escolha recaiu sobre os filhos de Abraão, a quem colocou sob uma aliança especial. Subsequentemente, a Igreja foi separada, tanto de judeus quando de gentios, por leis peculiares e por privilégios e promessas disponíveis apenas àqueles que passassem em seu âmbito.

Porém, os homens restantes, nem israelitas por nascimento natural, nem membros de Cristo por nascimento espiritual, não podem esquivar-se de sua responsabilidade de obedecer às leis que foram impostas, sem distinção, sobre toda a raça de Adão, que nunca foram revogadas, e cuja violação resultará na punição pela mão do Criador, o Senhor Deus Todo-Poderoso. De fato, é exatamente para julgar o mundo por sua desobediência a essas leis que Deus senta-se no trono circundado por um arco-íris.

É muito grave o fato de que os defensores do pensamento moderno se alinharem contra cada princípio daquelas revelações primeiras da vontade divina”.

Alguns exemplos dessas leis cósmicas ou universais, que logo foram transgredidas pelo homem e que hoje são inimagináveis para nossa sociedade moderna são:

1. A Lei do Sábado (Gn 2:3). Essa lei foi entregue ao mundo, não aos israelitas. Aos israelitas Deus apenas falou aos israelitas para lembrar do sábado e o santificar (Ex 20:8).

2. A liderança do homem sobre a mulher (Gn 2:18-23; 3:16; 2 Tm 2:11-14).

3. A instituição do casamento e sua indissolubilidade durante a vida na terra, quando os dois se tornam uma só carne (Gn 2:24; Mt 19:4-9; Rm 7:2,3).

4. A lei da substituição, que a vida deve expiar a vida e que, sem derramamento de sangue, não há remissão, como ensinado pelo sacrifício de animais (Gn 4:3-5).

“As novas linhas de pensamento estão, portanto, apagando todos os primeiros princípios de Deus dados à raça humana como base para seu modo de vida, sociedade e governo –  um fato que anuncia o juízo próximo. Deste ponto de vista, podemos considerar esse movimento como uma revolta contra Deus” (Pember).

Não podemos deixar de esquecer o aviso deixado por Jesus a nós, conforme está registrado em Mateus 24:37-39 – “Pois assim como foi nos dias de Noé…”.

“Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio dilúvio e levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Logo, as cenas finais desta era atual serão uma reprodução dos dias de Noé. A mesma profanação intensa, e, por fim, a incapacidade positiva de importar-se com as coisas de Deus, que foram reveladas aos antediluvianos, também serão características do nosso mundo quando Cristo começar os julgamentos que rapidamente culminarão na glória de Sua vinda (Pember)”.

“Parece justo, portanto, inferir que essa segunda manifestação do espírito que operava naqueles que foram desobedientes antes do Dilúvio, será afetada por uma conjunção de causas similares às que produziram nos tempos passados. Por conseguinte, como já assinalamos, torna-se assunto da maior importância prática compreendermos estas causas, porque, sempre que forem encontradas afetando simultaneamente as massas da população mundial, o fato possibilitará uma forte presunção de que estamos sendo levados, com rapidez, para a grande consumação da iniquidade…” (Pember).

Quais seriam essas influências fatais? Devemos nos lembrar que Enoque foi levado antes que a maldade do homem chegasse a um nível insustentável, trazendo o imediato juízo de Deus. Temos razões para acreditar que o retrato do filho varão descrito em Apocalipse 12, que subirá ao céu antes que Satanás e seus anjos sejam lançados sobre a terra, seja a mesma figura. Enoque foi levado por Deus antes da grande tribulação antediluviana. Nós, igreja do Senhor, temos uma promessa de ser poupados da grande tribulação, no livro de Apocalipse:

“Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3:10,11).

Então, é muito importante atentar para as sete grandes causas da apostasia antediluviana (Pember):

1) Tendência de adorar a Deus como Eloim, ou seja, meramente como Criador e Benfeitor, e não como Jeová [Senhor], o Deus da aliança de misericórdia.

2) Superioridade indevida do sexo feminino e indiferença à lei primeira do casamento.

3) Rápido progresso das artes mecânicas e a consequente invenção de muitos artifícios, pelos quais as dificuldades da maldição dada por Deus seriam mitigadas, tornando a vida mais fácil e indulgente. Além disso, proficiência nas artes refinadas, que cativaram a mente dos homens e ajudam a estimular um total esquecimento de Deus.

4) Aliança entre a Igreja nominal e o mundo que rapidamente resultou em completa amálgama.

5) Vasto aumento populacional.

6) Rejeição da pregação de Enoque [e de Noé], cujos alertas logo se tornaram cheio de morte para o mundo, e os homens endurecidos ficaram sem possibilidade de recuperação.

7) Aparição de seres dos principados dos ares na terra e relações ilícitas entre estes seres e a raça humana.

“Estas causas contribuíram para envolver o mundo em uma névoa sensual na qual nenhum raio da verdade poderia penetrar. Elas causaram um total esquecimento de Deus e indiferença à Sua vontade. Portanto, ao transferirem o grande Centro, que é Deus, e sozinho é capaz de atrair os homens, tornaram os habitantes da terra tão egoístas e inescrupulosos que o mundo ficou, no mesmo instante, cheio de lascívia, injustiça, opressão e derramamento de sangue. Logo, cabe a nós considerar se influências similares estão agindo sobre a nossa sociedade moderna.

Certamente, não podemos deixar de confessar que a primeira causa mencionada é eminentemente a característica dos tempos atuais, pois, em todas as igrejas que professam a fé cristã, existem inúmeras multidões crescentes que prosseguem pelo caminho de Caim (Jd 11)…” (Pember)

Cabe lembrar que Caim nunca duvidou da existência de Deus, ao contrário, se apresentou diante Dele com o melhor de suas obras. Caim desconsiderou a importância do Mediador entre ele e Deus, ousando apresentar a Ele as obras de suas próprias mãos, e não o Cordeiro de Deus.

Considerando que vivemos no tempo do fim, é de suma importância atentar para esses fatos que estão claramente descritos na Palavra de Deus, para que possamos despertar e viver de forma digna do nosso chamado!

Baseado em textos de G. H. Pember, do Livro “As Eras Mais Primitivas da Terra”.

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