Olhando para o Senhor

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O artigo “Olhando para o Senhor” é uma compilação de extratos selecionados da “Autobiografia de George Müller”. Livro publicado pela Editora Ide (esgotado).

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George Müller (1805-1898)

“Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência” (Romanos 4:18).

Se alguém pensa que, por conta das provas da nossa fé durante este ano, ficamos desapontados com relação às nossas expectativas ou desencorajados no trabalho, minha resposta é exatamente o oposto. Tais dias eram esperados desde o começo. O principal objetivo, para o qual a instituição foi estabelecida, é para que a Igreja possa ver a mão de Deus estendida a nosso favor em resposta à oração. Nosso desejo, portanto, não é que não passemos por provações, mas que o Senhor graciosamente nos sustente na provação e que não O desonremos pela falta de fé.

Este modo de vida aproxima o Senhor de forma marcante. A cada manhã, Ele inspeciona nossas provisões para que possa enviar ajuda conforme seja preciso. Nunca tive uma consciência maior da presença do Senhor do que quando, após o desjejum, nada restou para a refeição seguinte, e então o Senhor proveu o almoço para mais de cem pessoas; ou quando após o almoço, nada havia para o lanche da tarde, e ainda assim o Senhor proveu o lanche – tudo isso sem um único ser humano ter sido informado sobre a nossa necessidade. Uma coisa é certa – não estamos cansados por fazer a obra do Senhor desta maneira.

Muitas pessoas comentaram que tal modo de vida leva a mente a pensar continuamente na obtenção de comida e roupas, e deste modo torna-se despreparada para o trabalho espiritual. Eu respondo que nossas mentes raramente estão ocupadas com as necessidades da vida pois o cuidado delas é lançado sobre o nosso Pai. Por sermos Seus filhos, Ele não somente nos permite assim fazer, como quer que vivamos dessa maneira.

Não pense que estas respostas à oração acontecem apenas conosco, e que não podem ser desfrutadas por todos os santos. De fato nem todo filho de Deus é chamado pelo Senhor para estabelecer escolas e orfanatos e para confiar no Senhor meios de mantê-los. Mesmo assim, não há razão para você não experimentar a disposição do Senhor em responder às orações de  Seus filhos, de modo muito mais abundante do que experimentamos agora.


George Müller (1805-1898) e sua esposa Mary Groves começaram um orfanato em 1836 em sua própria residência, inicialmente para 30 crianças. O trabalho continuou a crescer. 21 anos depois, 5 orfanatos haviam sido criados, com capacidade para alojar quase 2.000 crianças. Aproximadamente 10 mil órfãos foram cuidados por esse ministério. O trabalho de Müller foi a prova da providência de Deus, suprindo-o em todos os momentos. Muitas vezes, faltando comida para dar as crianças, recebia horas antes das refeições doações anônimas para eles. Nessas casas, as crianças recebiam uma boa educação, boa comida e boas roupas, levando consigo Bíblias quando as deixavam. Ele nunca pediu dinheiro (ofertas) para ninguém, crendo que era o Senhor que sustentaria a Sua obra. Nunca recebeu salário nos últimos 68 anos do seu ministério, não contraiu nenhum empréstimo, nem mesmo se endividou. O Senhor sempre supriu as suas necessidades e as das crianças do orfanato.

O trabalho do irmão George Müller influenciou muitos ao redor do mundo. Para se ter uma ideia, em 1834, antes do início do orfanato do irmão Müller, havia em toda a Inglaterra acomodações para 3.600 órfãos e o dobro de crianças com menos de oito anos estavam na prisão. 50 anos depois que começou seu trabalho, a realidade da Inglaterra mudou: cerca de 100 mil órfãos eram atendidos naquele país.

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