O Alimento para o Homem Interior

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O artigo “O alimento para o homem interior” é uma compilação de extratos selecionados da “Autobiografia de George Müller”. Livro publicado pela Editora Ide (esgotado).

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George Müller (1805-1898)

“Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito” (Salmo 119:15).

O primeiro assunto que tenho que tratar todo dia é a comunhão com o Senhor. Minha primeira preocupação não é quanto eu devo servir ao Senhor, mas sim quanto meu homem interior deve ser nutrido. Posso compartilhar a verdade com os não-convertidos; posso tentar encorajar os crentes; posso aliviar os que sofrem; ou posso, de outros modos, procurar agir como um filho de Deus; mas, não estando feliz no Senhor e nem sendo nutrido no meu homem interior dia-a-dia, pode acontecer que este trabalho seja realizado de maneira equivocada.

A coisa mais importante que tenho a fazer é ler a Palavra de Deus e meditar nela. Assim meu coração pode ser confortado, encorajado, alertado, reprovado e instruído.

Anteriormente, assim que eu levantava, eu começava a orar tão logo quanto possível. Mas, frequentemente, eu gastava entre quinze minutos e uma hora, sobre os joelhos, lutando para orar enquanto minha mente vagava. Agora raramente tenho este problema. Como meu coração está nutrido com a verdade da Palavra, sou levado à verdadeira comunhão com Deus. Eu falo com meu Pai e meu Amigo (embora eu não seja digno) a respeito das coisas que Ele me traz em Sua preciosa Palavra.

Sempre me surpreende eu não ter visto a importância de meditar nas Escrituras mais cedo em minha vida cristã. Assim como o homem exterior não está apto para o trabalho, por qualquer extensão de tempo, a menos que coma, assim também é o homem interior. Qual é o alimento para o homem interior? Não é a oração, mas a Palavra de Deus – não a simples leitura da Palavra de Deus, de forma que ela apenas passe por nossas mentes, assim como a água corre por um encanamento. Não, nós devemos considerar o que lemos, examinar cuidadosamente, e aplicar aos nossos corações.

Quando oramos, falamos com Deus. Este exercício da alma pode ser melhor executado após o homem interior ter sido alimentado pela meditação na Palavra de Deus. Através da Sua Palavra, nosso Pai fala conosco, nos encoraja, nos conforta, nos instrui, nos humilha e nos reprova. Podemos meditar de maneira frutífera, com a bênção de Deus, embora estejamos espiritualmente enfraquecidos. Quanto mais fracos estivermos, de mais meditação precisamos para fortalecer o homem interior. A meditação na Palavra de Deus tem me dado a ajuda e força para passar em paz por profundas provações. Como é diferente quando a alma está renovada em comunhão com Deus logo cedo pela manhã! Sem preparação espiritual, o serviço, as provações, as tentações do dia podem se tornar grandes demais para que os possamos enfrentar.


George Müller (1805-1898) e sua esposa Mary Groves começaram um orfanato em 1836 em sua própria residência, inicialmente para 30 crianças. O trabalho continuou a crescer. 21 anos depois, 5 orfanatos haviam sido criados, com capacidade para alojar quase 2.000 crianças. Aproximadamente 10 mil órfãos foram cuidados por esse ministério. O trabalho de Müller foi a prova da providência de Deus, suprindo-o em todos os momentos. Muitas vezes, faltando comida para dar as crianças, recebia horas antes das refeições doações anônimas para eles. Nessas casas, as crianças recebiam uma boa educação, boa comida e boas roupas, levando consigo Bíblias quando as deixavam. Ele nunca pediu dinheiro (ofertas) para ninguém, crendo que era o Senhor que sustentaria a Sua obra. Nunca recebeu salário nos últimos 68 anos do seu ministério, não contraiu nenhum empréstimo, nem mesmo se endividou. O Senhor sempre supriu as suas necessidades e as das crianças do orfanato.

O trabalho do irmão George Müller influenciou muitos ao redor do mundo. Para se ter uma ideia, em 1834, antes do início do orfanato do irmão Müller, havia em toda a Inglaterra acomodações para 3.600 órfãos e o dobro de crianças com menos de oito anos estavam na prisão. 50 anos depois que começou seu trabalho, a realidade da Inglaterra mudou: cerca de 100 mil órfãos eram atendidos naquele país.

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1 Comentário. Deixe novo

  • Paulo De Oliveira Maia
    2 de outubro de 2023 11:24

    Como meu coração está nutrido com a verdade da Palavra, sou levado à verdadeira comunhão com Deus. Eu falo com meu Pai e meu Amigo (embora eu não seja digno) a respeito das coisas que Ele me traz em Sua preciosa Palavra.

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