Jesus Cristo, a interpretação da verdade

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Major W.Ian Thomas

“…Jesus, sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que Ele viera de Deus e voltava para Deus, levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha cingiu-se com ela. Depois deitou água na bacia e passou a lavar os pés dos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13:3-5).

Jesus Cristo é, em pessoa, a interpretação de toda a verdade. Ele é tudo quanto precisamos saber acerca de Deus, e é tudo quanto precisamos saber acerca do homem. E, se “viver na terra prometida” equivale a gozar daquela qualidade de vida que só é possível ao permitirmos que Ele viva Sua vida em nós, então precisamos voltar nossos olhos para Ele mais uma vez. Ele é a humanidade perfeita que só tem paralelo em Sua deidade perfeita.

O Senhor Jesus sabia que o Pai entregara em Suas mãos todas as coisas – que, na qualidade de Homem, todos os ilimitados e infinitos recursos da deidade haviam sido investidos na Sua pessoa. Essa é a primeira coisa que eu gostaria que você observasse, porque, embora Ele tivesse estado no princípio com Deus, fosse Deus e continuasse sendo Deus – e embora, na qualidade de Verbo Criador, todas as coisas tivessem sido criadas por Ele – quando veio a este mundo, tornou-se Homem no sentido mais pleno do termo, tornou-se Homem conforme Deus tencionava que o homem fosse, e se conduziu conforme Deus tencionava que o homem se comportasse, andando dia a dia naquela relação com o Pai que Deus sempre tencionou que houvesse entre o homem e Ele mesmo.

“O qual, embora sendo essencialmente uno com Deus na forma de Deus (possuindo a plenitude dos atributos que fazem Deus ser Deus), não pensou que essa igualdade com Deus fosse algo a que deveria agarrar-se ansiosamente, ou que deveria reter; antes, desfez-se de Si mesmo (de todos os privilégios e da dignidade legítimas) a fim de assumir o papel de servo (escravo), ao tornar-se semelhante aos homens e ter nascido como ser humano. E depois de ter-se manifestado em forma humana, aviltou-se e humilhou-se (ainda mais) e levou a Sua obediência ao extremo da morte, a saber, a morte de cruz!” (Fp 2:6-8 – Amplified New Testament, traduzido para o português).

Iremos expandindo esses pensamentos à medida que formos prosseguindo, mas menciono esse fato agora, em particular, para que possamos reconhecer a verdade que, em todas as Suas atividades, em todas as Suas reações, em cada passo que Ele dava e em cada palavra que proferia, em cada decisão que tomava, Jesus Cristo o fazia como homem, embora nunca tivesse deixado de ser Deus. Sabia que mediante a Sua perfeição, como homem, o Pai investira nEle tudo quando era intento de Deus investir no homem – todas as coisas! Em outras palavras, na perfeição, o homem tem, à sua disposição, de forma ilimitada, os inexauríveis suprimentos da deidade.

Expressando a mesma verdade de outro modo, todos os inesgotáveis suprimentos de Deus foram postos à disposição do homem que se põe à disposição de todos os suprimentos de Deus; e Jesus Cristo foi esse homem! Ele foi Homem perfeito – pôs-se à disposição do Pai de forma total, ininterrupta e inquestionavelmente – sendo essa a razão por que Lhe foi posto à disposição tudo aquilo a que Ele se dispôs – todas as coisas! Ora, esse é um princípio muito importante!

Uma segunda verdade é esta: Jesus sabia que tinha vindo da parte de Deus – em outras palavras, conhecia Sua origem divina; e também sabia que iria para Deus – em outras palavras, o Seu destino divino. Viera de Deus e estava retornando para Deus. Essa verdade é reiterada no trecho de João 16:27, onde lemos: “Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus. Vim do Pai e entrei no mundo; todavia deixo o mundo e vou para o Pai”. Do Pai para o Pai, e no intervalo, trinta e três anos, passados no mundo; um parêntese no tempo, por assim dizer, com a eternidade de um lado e do outro, e um breve período de tempo – trinta e três anos – na terra. Cristo estava no princípio com Deus, no passado – “vim do Pai”. Haveria de estar eternamente com Deus, no futuro – “vou para o Pai”. Mas, nesse ínterim de trinta e três anos, cabia-Lhe desempenhar o papel de Homem perfeito, e nessa qualidade sabia que o Pai entregara todas as coisas em Suas mãos – que viera da parte de Deus e agora voltava para Deus!

Poderíamos facilmente imaginar que, a essa altura de Suas declarações, Cristo estivesse chegando ao limiar de algum acontecimento sensacional, ou de alguma afirmação sensacional; ao invés disso, entretanto, quase chegamos a um anti-clímax ao ler que Ele se levantou após a ceia, tirou a vestimenta de cima, cingiu-se de uma toalha, derramou água em uma bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos. A despeito de todos os recursos infinitos da deidade – da origem e do destino divinos – Cristo lavou os pés dos discípulos, algo que era por demais baixo até para os próprios discípulos, os quais se sentiam superiores a tais condescendências.

Precisou Ele de todos os ilimitados recursos da deidade a fim de lavar os pés dos discípulos? Deus de joelhos! O Senhor Jesus Cristo estava demonstrando um princípio básico – não é a natureza do que fazemos que determina a nossa espiritualidade, mas o que determina isso é a origem do que fazemos. Não a natureza, mas a origem!

Extraído do livro “Salvos pela Vida de Cristo”, Cap 12 – Major W.Ian Thomas

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