Andrew Murray (1828-1917)
“Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Isaías 40:31).
Nossa espera no Senhor depende grandemente da nossa fé no que Ele é. No texto acima, temos uma passagem onde Deus Se revela como o Eterno e Todo-poderoso. À medida em que essa revelação adentra nossa alma, a espera se torna uma expressão espontânea daquilo que sabemos que Ele é: um Deus digno da nossa confiança.
Ouça as palavras: “Por que, pois, dizes, ó Jacó… O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu direito passa despercebido ao meu Deus? Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento” (Is 40:27-28). Longe disso: “Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem” (Is 40:29-30). Vamos nos lembrar que “o ornato dos jovens é a sua força” (Pv 20:29). Tudo o que é considerado forte pelos homens deve ser levado ao nada. “Mas os que esperam no Senhor”, no Todo-Poderoso, que não se cansa, nem se fatiga, “renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam”.
Sim, “eles sobem com asas como águias”. Você sabe o que asas de águia significam? A águia é a rainha das aves, planando nas maiores alturas até os céus. Os cristãos devem viver uma vida celestial, na própria presença, amor e alegria de Deus. Devem viver onde Deus vive, e precisam da Sua força para subir até ali. Essa força será concedida àqueles que nEle esperam.
Existe apenas uma maneira de obter asas de águia – nascendo de uma águia. Já nascemos de Deus, então temos as asas de águia. Podemos não ter consciência disso, nunca as ter usado, mas Deus pode e irá nos ensinar a usá-las.
Como as águias são ensinadas a usar suas asas? Veja um penhasco distante se erguendo mil metros acima do nível do mar. Lá no alto, na beira do penhasco, vemos um ninho de águia com seu tesouro: dois pintainhos. Veja a sua mãe se achegando e balançando o ninho com seu bico, empurrando os pássaros tímidos sobre o precipício. Veja como eles flutuam, caem e afundam nas profundezas. Então a águia “desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas” (Dt 32:11). Assim, enquanto eles se apoiam sobre as suas asas, ela os traz de volta a um lugar de segurança. A águia faz isso repetidamente, sempre atirando os filhotes do precipício, e novamente tomando-os em suas asas e os carregando de volta. “Assim, só o Senhor o guiou” (vs 12). Sim, o instinto da mãe águia é um dom de Deus, um relance daquele amor pelo qual o Altíssimo treina o Seu povo para subir com asas de águias.
Ele agita nosso ninho, desaponta nossas esperanças, nos permite ficar desencorajados, nos permite temer e tremer, até o ponto que nossa força falha, e nos sentimos totalmente impotentes e cansados. Enquanto isso, Ele está abrindo Suas fortes asas para que possamos nelas descansar em nossa fraqueza, oferecendo-as para que Sua força eterna Criadora possa operar em nós. Tudo que Ele demanda é possamos desfalecer em nossa fraqueza e esperar nEle. Permitir que Ele, em Sua força nos carregue sobre as asas da Sua onipotência.
Caro filho de Deus, oro por você, erga os seus olhos e contemple o seu Deus! Ouça Suas palavras, Aquele que “nem se cansa… nem se fatiga” (Is 40:28), promete que você também não se cansará, nem se fatigará. Ele não pede nada menos que uma coisa: que esperemos nEle. Que nossa resposta seja: com um Deus como esse, tão poderoso, tão fiel, tão doce, espere minha alma, no Senhor!
Tradução do dia 21 do livro “Waiting on God” de Andrew Murray.