Temor – Parte 2

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T. Austin-Sparks

O temor do SENHOR é o princípio (a parte principal) do saber” (Pv 1:7).

Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm 3:18).

“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Co 7:1).

“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5:21).

“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2:12).

“Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1 Pe 1:17).

“Em cada alma havia temor” (At 2:43).

“Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes… E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos” (At 5:5,11).

“A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número” (At 9:31).

“Chegou este fato ao conhecimento de todos, assim judeus como gregos habitantes de Éfeso; veio temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido” (At 19:17).

“Sucedeu, porém, que, depois, sentiu Davi bater-lhe o coração, por ter cortado a orla do manto de Saul; e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR”  (1 Samuel 24:5,6)

Continuação (texto 1 aqui).

O Mal de não Temer

Vamos então passar para o outro tipo de mal que falamos anteriormente – o mal de não temer. Este, no entanto, é outro tipo de temor, é o temor do Senhor. Me refiro a andar em temor ao Senhor, em plena santidade, em nos submetermos um ao outro no temor do Senhor. “Sobreveio grande temor a toda a igreja” – qual é o resultado? Perderam as forças por estar temerosos, ficaram paralisados? Não! – o Nome do Senhor Jesus foi glorificado e a Igreja se multiplicou. Oh, isso então, deve ser outro tipo de temor. Esse temor opera de maneira exatamente oposta àquele do qual estávamos falando.

O que é temor? Bem, é o temor por devoção ao Senhor. É esse temor que, em primeiro lugar, tem todas as questões relacionadas ao relacionamento com o Senhor resolvidas, tem toda a questão da aceitação pelo Senhor definida, a questão do pecado saiu do caminho pela justiça que vem pela fé. Então o temor do Senhor significa reconhecer Sua glória, Sua grandeza, Sua santidade, majestade, em uma humilde submissão a Ele no temor de não ir contra Ele ou desonra-Lo. Este é outro tipo de temor, é o temor em devoção ao Senhor, e a principal característica desse temor é a mansidão. E aí é onde o pecado de não temer é encontrado na Palavra de Deus.

Se você percorrer a Palavra vai perceber que nas diversas situações onde Deus se manifestou em julgamento pela falta de temor, você vai encontrar algo assim. Em Números 16, temos Datã, Abirão e seu grupo. O que eles estão fazendo? Para Moisés, o homem mais manso da terra, o servo ungido do Senhor, eles dizem: “Você toma muito para você. Você não é o único através de quem o Senhor fala. Somos tão filhos de Deus quanto você!” Foi assim que eles falaram, e não temeram colocar as mãos sobre aquele que era ungido. Não é que Moisés fosse alguma coisa, mas havia a unção. Eles foram considerados culpados pelo pecado de presunção espiritual, e isso ocorreu por falta de mansidão. O Senhor surgiu em um terrível julgamento, mostrando em todo tempo que, quando o Senhor unge alguém ou algo, aquela unção não é algo que constitui aquela pessoa como especial. A unção é o Senhor, o Próprio Senhor. O Senhor está naquilo, o Próprio Senhor está lá, e quando você toca lá, toca no Senhor, pode ser em palavras, seja em ações, ainda assim você toca o Senhor. “A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas” (Sl 105:14,15).

Se temos uma mínima razão para concluir que o Senhor está em qualquer lugar ou em qualquer pessoa, em algo ou alguém, será um risco tocarmos ali sem o temor do Senhor. Isso é algo muito importante. Podemos ler um pouco 1 Samuel. Sim, Davi era ungido, Davi era o escolhido de Deus, mas Saul também foi ungido e ainda estava vivo. Saul ainda não havia sido finalmente colocado de lado, apesar de potencialmente. Davi teve uma oportunidade de cortar a veste de Saul e então disse, “bateu-me o coração”. O seu coração o corrigiu. No tempo do Novo Testamento, quando o Espírito habita em nós dizemos: “O Senhor me repreendeu, pesou-me o coração, no meu espírito”. Exatamente isso aconteceu quando a arca estava sendo trazida de volta para Jerusalém. Quando Uzá morreu diante do Senhor, qual foi a razão? Foi falta de temor do Senhor. Havia uma presunção. Houve uma iniciativa de estender a mão e tocar nas coisas santas. Isso é terrível. O mal de não temer. Isso vem de uma apreensão insuficiente do quão sagrado é aquilo que é de Deus.

Mas esse temor é santo. Que nenhum de nós pense por um momento que esse temor do Senhor é morte, escravidão, repressão. De forma nenhuma. Onde quer que você encontre o temor do Senhor, você encontra alegria, amor, paz e liberdade. As pessoas não tem medo do Senhor. Mas elas tem o cuidado de não O entristecer. Elas não tomam liberdades com o Senhor. Elas não veem a liberdade espiritual como licenciosidade. Elas não se corrompem, não passam por cima das coisas sagradas, chamando isso de liberdade. Não, existe um santo temor que restringe e isso torna as coisas puras. Isso deixa um caminho livre para o Senhor. O verdadeiro temor do Senhor não é pavor. É algo abençoado e precioso.

O que desejo colocar é o seguinte: esse tipo de temor, o temor do Senhor, é algo que dá a Ele um caminho livre para fazer o que Ele quer. “Para esse eu olharei…” – e quanta coisa está atrelada a essa frase. Isso não apenas significa que o Senhor nos vê, olha em nossa direção. Quando o Senhor olha para nós, lá está tudo o que Ele deseja. Tudo o que buscamos é a luz de Sua face. Se o Senhor olha para nós, é como o sol com todos os seus raios abençoados de calor, luz e energia. “…mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra.” (Is 66:2). Você deseja aumentar em entendimento espiritual, conhecimento, revelação? Desejamos crescer na força do Senhor? Desejamos plenitude? Deixe-me dizer que isso vai acontecer com o homem humilde, o fraco, o manso aos olhos do Senhor, aquele que treme da Sua palavra, que não se considera nada.

Vamos pedir ao Senhor que possamos ser encontrados em verdadeiro temor, que é amor, mas não no medo que é contrário a Ele. O Senhor será capaz de ir em frente e nos guiar para Sua plenitude, se Ele encontrar essa qualidade em nós. Essa qualidade traduz que vamos honrá-Lo, reconhece-Lo, confiar Nele, com plena confiança. E que sejamos muito reticentes contra qualquer palavra de crítica, julgamento ou qualquer outra forma de colocar nossas mãos naquilo que é santo ao Senhor, até mesmo um filho de Deus. Se é um filho de Deus, então o Senhor está nele e devemos ser muito cuidadosos. Isso é o que significa temer, e a questão da bênção do Senhor que enriquece, da luz da Sua face é algo muito prático. Tudo depende de como é nossa atitude em relação a outros filhos de Deus. Toda a plenitude de Cristo deve ser suspendida e retida de nós, porque falamos injuriosamente daquilo que é precioso para Deus, se criticamos, julgamos ou pensamos que podemos melhora-lo. O Senhor vai se retirar.

Vamos pedir ao Senhor para colocar o Seu temor em nosso coração, enquanto por outro lado, Ele está buscando nos tirar daquilo que é mau e que O desonra. Eu apenas trago isso a você para que medite em oração. Busque o Senhor em relação a isso. Não se esqueça do caminho do inimigo na linha do medo, mas não esqueça que a libertação do tipo de medo do inimigo não nos faz engolidores de fogo, que não se importam com nada e pisam por cima das coisas sagradas porque são tão corajosos. Não, existe uma coragem certa e uma coragem errada, um temor certo e um medo errado. Que o Senhor nos ensine o significado disso!

Texto revisado e extraído do site austin-sparks.net , baseado em texto com o mesmo nome.

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