“Os sábios resplandecerão nas trevas” são extratos do texto “Deixe a Sua Luz Brilhar” de D. L. Moody, publicado na revista “O Arauto da Sua Vinda” Ano 33, no.3 – Jul/Set 2015 – leia o texto na íntegra aqui.
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D.L. Moody (1937-1899)
“Os que forem sábios, pois, resplandecerão, como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12.3).
O testemunho acima foi dado por um homem idoso que havia vivenciado experiências mais ricas e profundas do que qualquer outro ser humano da época. Ele foi deportado para a Babilônia ainda bem jovem. Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que ele não tinha mais do que vinte anos de idade. Se alguém tivesse dito, no momento em que esse jovem hebreu foi levado para o cativeiro, que ele chegaria a sobrepujar todos os homens poderosos da sua geração, provavelmente ninguém teria dado crédito algum. Entretanto, durante os quinhentos anos seguintes, ninguém, cuja vida tenha sido registrada pela história, brilhou tanto quanto este homem – Daniel. Ele ofuscou Nabucodonosor, Belsazar, Ciro, Dario e todos os príncipes e monarcas poderosos da sua época.
Hoje em dia, ouvimos as pessoas se queixarem das dificuldades em seu campo de atividade; costumam dizer que a situação em que se encontram é muito peculiar. Pense um pouco no ambiente onde Daniel teve que trabalhar. Além de escravo, ele foi mantido em cativeiro por uma nação que detestava os hebreus. A língua lhe era desconhecida e estava inserido no meio de pessoas pagãs e idólatras. Mesmo assim, logo de início, começou a brilhar. Desde o princípio, se posicionou ao lado de Deus e assim continuou pelo resto de sua vida. Ele deu as primícias da sua juventude para Deus e assim permaneceu fiel até o final de sua peregrinação.
Observe que todos aqueles que deixaram uma impressão profunda no mundo e resplandeceram com mais intensidade foram pessoas que viveram em tempos escuros. Veja o caso de José, que foi vendido pelos ismaelitas como escravo para o Egito, contudo levou o seu Deus consigo para o cativeiro, assim como Daniel faria muito tempo depois. Ele permaneceu fiel até o fim; não desistiu da fé por ter sido arrancado do lar e levado para um ambiente pagão. Permaneceu firme, e Deus o defendeu.
Olhe para Moisés, que deu as costas para os magníficos palácios do Egito e se identificou com seu povo desprezado e maltratado. Se alguém já teve um desafio dificílimo para enfrentar, esse alguém foi Moisés; contudo, brilhou maravilhosamente e nunca foi infiel ao seu Deus.
Elias viveu numa época muito mais escura que a nossa. Toda a nação estava abandonando Deus e indo atrás de Baal. Acabe, sua rainha e toda a corte real estavam usando toda a influência que possuíam contra o culto ao Deus verdadeiro. Entretanto, Elias permaneceu firme e brilhou com grande fulgor naquela época tão escura e perversa. Como o seu nome se destaca nas páginas da história!
Veja também João Batista. Houve uma época em que eu pensava que preferiria viver nos dias dos profetas, mas já desisti dessa ideia. Você pode ter certeza de que quando um profeta aparece, é porque tudo escureceu, e os que representam oficialmente o povo de Deus já se entregaram para servir ao príncipe deste mundo. Foi assim quando João Batista surgiu na história. Veja como o nome dele brilha agora! Dezoito séculos já se passaram [quando este artigo foi escrito], mas a fama daquele pregador do deserto resplandece com mais intensidade do que nunca. Ele foi desprezado na sua época e na sua geração, contudo, sobreviveu a todos os inimigos. Seu nome será sempre respeitado, e a sua obra será lembrada enquanto existir a Igreja nesta terra.
Você acha que seu campo de trabalho é difícil? Veja como Paulo brilhou por Deus, desde sua primeira viagem missionária para os gentios, falando-lhes sobre o Deus a quem servia, que tinha enviado o Filho para sofrer uma morte cruel a fim de salvar o mundo. Os homens o odiaram e rejeitaram os seus ensinamentos; riam e zombavam dele quando lhes falava a respeito do crucificado. Entretanto, ele continuou pregando o evangelho do Filho de Deus. Era considerado um pobre fabricante de tendas pelos grandes e poderosos da época. Hoje, porém, ninguém se lembra do nome de qualquer um de seus perseguidores ou contemporâneos – a não ser que seus nomes sejam associados ao dele ou que tenham tido alguma relação com ele.