A Escolha de Elimeleque

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“A Escolha de Elimeleque” é um artigo baseado em meditações nos versículos iniciais do livro de Rute. Tomamos por referência os livros: “Estudos sobre o livro de Rute” de H. L. Heijkoop e “União com Cristo: Um vislumbre do livro de Rute” de Christian Chen.

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“Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra e um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos.” (Rute 1:1).

“Há caminho que  ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de  morte” (Provérbios 14:12; 16:25). 

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Como o povo de Israel havia caído severamente, o Senhor lhes enviou a prova da FOME. 

Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem”. (Dt 8:2,3)

No deserto havia dois tipos de pessoas, aquelas que eram fiéis e amavam o Senhor, e aqueles que morreram ali pela incredulidade do coração. A fome veio para os dois grupos de pessoas. Moisés, Aarão, Josué e Calebe passaram pelos mesmos caminhos e provações que os demais. Corremos sério risco de considerar a história da disciplina do Senhor como algo exclusivamente destinado àqueles que estavam fazendo algo que O desagradava! Não! Todos os filhos do Senhor passarão por Sua escola, e uma das principais lições é: VIVEMOS PELO SENHOR! 

No caso de Elimeleque já sabemos qual foi sua decisão. Quando a fome apertou, ele decidiu partir para Moabe. O lugar não era tão distante, mas parecia que ali ele poderia driblar as circunstâncias desfavoráveis que acometiam sua nação. Mas será que é possível driblar os caminhos de Deus?

Infelizmente esse livro começa com uma nota negativa, no período mais negro da história de Israel, e descobrimos que Elimeleque decidiu ir para Moabe, que é um tipo da carne. Elimeleque se cansou de esperar, e como Saul, agiu “forçado pelas circunstâncias” (1Sm 13:12). 

Felizmente, o desenrolar da história é maravilhoso, nos mostrando esse maravilhoso caminho para um relacionamento de união com Cristo, o nosso redentor. O livro é encerrado apontando para o reino, proclamando o nascimento do rei, o homem segundo o coração de Deus.

“Não é assim conosco? Será que andaríamos em nossos próprios caminhos, para tentar escapar das dificuldades por nossa própria força, se pensássemos e confiássemos mais no Senhor, o nosso verdadeiro Boaz?”. (HEIJKOOP, H.L. – Estudos sobre o livro de Rute).

“Há caminho que  ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de  morte” (Pv 14:12; 16:25). 

“Elimeleque tentou escapar da disciplina de Deus e caiu no laço de Satanás. Será sempre assim!” (HEIJKOOP, H.L. – Estudos sobre o livro de Rute).

“Como podemos discernir e reconhecer a direção do Espírito Santo, se não vivermos perto do Senhor e não nos submetemos conscientemente à Sua direção? Como alguém pode saber se o Espírito Santo quer usá-lo em determinado momento para um propósito específico? Isto requer cautela, total dependência do Senhor e também disposição de ser usado pelo Espírito Santo. E como a igreja pode saber se um irmão está agindo sob a motivação do Espírito Santo? Para isto é preciso viver bem perto do Senhor. Precisamos ser espirituais para poder discernir a direção do Espírito Santo” (HEIJKOOP, H.L. – Estudos sobre o livro de Rute).

Por isso, a disciplina da fome foi uma oportunidade tão importante, e foi desperdiçada por Elimeleque.

O Benefício da Provação

“Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, PARA TE PROVAR, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem”. (Dt 8:2-3).

“A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. (Mt 4:1-4).

Deus, em Sua aliança com o homem, proveu a ele todo o alimento necessário no jardim. Seu interesse era que o homem comesse da árvore da vida, mas sabemos o que aconteceu, quando o homem decidiu ouvir a serpente e seguir seu próprio caminho. Então, o homem obteria seu alimento por meio de esforço:

“E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:16-17).

“E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3:17-19).

Essa triste maldição indica que o alimento seria mais difícil, mas Deus tinha deixado um caminho. Esse caminho foi tomado por uma linhagem: Abel, Sete, até chegarmos a Noé, esses homens continuaram tomando o caminho de Deus. Aqui temos a figura de Romanos – nosso cordeiro, nosso redentor.

Quando a raça de Noé se desencaminhou, Deus escolheu um homem, Abraão, e o chamou para fora de Ur, levando-o à uma terra representativa. Ali Abraão seria abençoado, mas também seria uma bênção PARA TODOS OS POVOS. 

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Chamados à um Relacionamento

Emmanuel Church

Provérbios 25:2 nos diz:

“A glória de Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las”.

“Você já notou que muitas vezes quando estamos buscando por respostas de Deus, parece que não conseguimos encontrar o caminho e que as coisas parecem se tornar ainda mais difíceis ao invés de ficarem mais fáceis? Bem, esses são os tempos que precisamos não esmorecer nem nos fatigar em fazer o bem. Precisamos continuar a buscar, em oração, pela vontade de Deus na questão, porque em Provérbios 25:2 nos é dito que esquadrinhar [investigar, procurar, analisar] é uma atividade da Realeza. Se continuarmos a buscar conhecer a Vontade e o Caminho de Deus, iremos perceber a obra Soberana de Deus, a obra Real de Deus, dentro de nossas circunstâncias. 

Em Ester, descobrimos que Deus nem sempre faz as coisas da mesma maneira que Ele já fez anteriormente. Algumas vezes colocamos Deus em uma caixa e esperamos que Ele faça as coisas justamente como Ele fez em ocasiões anteriores. Entretanto, temos um Deus que, muitas vezes, “SE ESCONDE” de maneiras que nós simplesmente não podemos vê-Lo dentro de nossas circunstâncias. Pensamos que Mordecai e Ester devem ter experimentado isso, e em alguns momentos eles podem ter pensado coisas como: “Deus não protegeu e livrou Sara do harém de reis ímpios por duas vezes?! Certamente Ele poderia fazer o mesmo por Ester!” Mas aqui, podemos aprender uma lição de grande valor, junto com Ester e Mordecai: Deus nem sempre lida com Seus filhos da mesma maneira, Ele lida com cada um de nós de acordo com aquilo que Ele tem proposto “em Cristo”. Assim, vendo que cada um de nós é diferente devido a nossa hereditariedade, meio ambiente, circunstâncias, e Deus permite em cada uma de nossas vidas aquilo que vai proporcionar um maior aumento de Cristo.

Enoque andou com Deus”, e Deus o tomou desse mundo antes do dilúvio; mas Noé, que “achou graça diante do Senhor” e passou incólume por aquele julgamento terrível. 

José foi vendido como escravo e jogado injustamente na prisão por muitos anos, antes que pudesse ser colocado como o segundo homem em comando depois do Faraó. Moisés, que pelo Propósito Divino foi salvo da morte ainda um bebê e se tornou filho da filha do Faraó, foi educado em um palácio e poderia ter possivelmente se tornado no próximo Faraó, mas foi enviado para o deserto de Midiã por 40 anos.   

Daniel permaneceu por 70 anos no cativeiro enquanto orou e intercedeu para que o Propósito de Deus se cumprisse na terra de Israel, entretanto, a ele não foi permitido retornar para lá; mas Esdras e Neemias retornaram para restaurar o templo de Deus, porque a Soberania de Deus moveu o coração dos reis que os mantinham cativos”. 

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! … Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”  (Rm 11:33, 36)

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Deus tem um propósito em TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS, e é nos aproximar dEle. Conhecer o Senhor e os Seus caminhos é um privilégio extraordinário. Que possamos aprender na história de Rute qual é o maravilhoso caminho proposto por Deus para nossa plena união com Ele, e ele é trilhado em um relacionamento pessoal com o CRIADOR! Quando estivermos diante de fome, e outras circunstâncias como essas, que possamos ir até o nosso Precioso Senhor, para dEle encontrar direção e sustento. Aprenderemos que Ele nem sempre faz as coisas da mesma maneira, mas age dentro de certos princípios. 

A dependência e a obediência são uma das lições mais importantes a ser aprendidas em nossa peregrinação. 

Leia mais sobre o livro de Rute aqui.

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Referências:

Estudos sobre o livro de Rute H. L. Heijkoop (Depósito de Literatura Cristã)
União com Cristo: Um vislumbre do livro de RuteChristian Chen (Edições Tesouro Aberto)
Intercession, The Throne Ministry – distribuido gratuitamente pela Emmanuel Church

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