Sustento do alto

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“Sustento do alto” é uma coletânea de extratos selecionados do capítulo 11 do livro “O Segredo Espiritual de Hudson Taylor”, de Howard Taylor (esgotado).

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Hudson Taylor (1832-1905)

“Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. Fez a lua para marcar o tempo; o sol conhece a hora do seu ocaso. Dispões as trevas, e vem a noite, na qual vagueiam os animais da selva. Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento; em vindo o sol, eles se recolhem e se acomodam nos seus covis. Sai o homem para o seu trabalho e para o seu encargo até à tarde. Que variedade, SENHOR, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas” (Salmo 104:10-24).

“Precisamos ver Aquele que é o Senhor Todo-Poderoso, cujo braço não é limitado para salvar, e cujo ouvido não é surdo para ouvir. O Senhor é Aquele cuja Palavra imutável nos manda pedir e receber a fim de que nosso gozo seja completo, e nos convida a abrir bem a boca, para que Ele nos satisfaça. 

É bom lembrarmos que esse Deus gracioso, que consentiu em colocar Seu imenso poder à disposição da oração feita com fé, não olha benignamente para os que deixam de buscá-Lo a favor dos infelizes que perdem…

Quem nunca precisou provar a fidelidade do Deus que guarda Sua aliança.. pode até achar arriscada a aventura de mandar vinte e quatro evangelistas europeus à uma terra pagã distante ‘sem qualquer outro recurso senão Deus’, mas para quem já teve o privilégio, através de muitos anos, de por esse Deus à prova – em casa e longe de casa, em terra e mar, na doença e na saúde, no perigo, nas necessidades, e às portas da morte – tais temores seriam inteiramente inescusáveis”. 

“Precisamos considerar se seria possível que membros de várias denominações trabalharem juntos num evangelismo de caráter simples, sem entrarem em atrito quanto à diferenças de opinião por questões de consciência. Por meio da oração chegamos à conclusão de que isso seria possível, e decidimos convidar outros crentes a cooperar sem olhar os pontos de vista denominacionais, desde que cressem na inspiração da Palavra de Deus e estivessem dispostos a provar sua fé indo ao interior da China contando somente com a garantia consignada na Bíblia. 

Esse livro diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” [Mt 6:33]. Se alguém não acreditasse que Deus falava a verdade, seria melhor não ir à China propagar a fé; se nisso cresse, certamente essa promessa seria mais que suficiente. Noutro versículo, temos a segurança: “Nenhum bem sonega aos que andam retamente” [Sl 84:11]. Se alguém não pretende andar retamente, é melhor que fique na sua pátria; se pretende andar retamente, tem tudo quando precisa como fundo de reserva. Deus é dono de todo ouro e toda a prata do mundo, e do gado que pasta sobre os montes. Não precisamos ser vegetarianos.

Poderíamos ter tido um fundo de reserva, se fosse do nosso plano; mas achamos isso desnecessário e até prejudicial. O dinheiro mal-empregado e o dinheiro dado por motivos errados são duas coisas que devemos temer. Podemos passar com o pouco que Deus nos dá, mas não podemos permitir dinheiro não consagrado ou o dinheiro depositado no lugar errado. Nesse caso é bem melhor não ter dinheiro, nem mesmo para comprar pão. Há muitos corvos na China, e o Senhor pode enviá-los novamente, com pão e carne. Ele sustentou três milhões de israelitas no deserto por quarenta anos. Não esperamos que Ele envie três milhões de missionários à China, mas fosse de Sua vontade, teria fartos meios para sustentar todos eles. 

Cuidemos de conservar nossos olhos em Deus; andemos em Seus caminhos e procuremos satisfazê-Lo e glorificá-Lo em tudo, nas coisas grandes e pequenas. Disto podemos estar certos, que o trabalho de Deus, feito como Deus quer, nunca deixará de receber os recursos Divinos”.

— Hudson Taylor.

“É preciso esperar uma árvore crescer antes que possa haver muitos galhos. Primeiramente temos apenas um caule fino, com poucas folhas e brotos. Depois aparecem os galhinhos. Por fim, podem tornar-se em grandes ramos. Mas isso leva tempo e paciência. Se houver vida, ela se desenvolverá de acordo com sua própria natureza”.

— Sr. Berger, cooperador do Sr. Hudson Taylor.

Observemos o relato dos dias que antecederam o envio de vinte e quatro missionários, sem sustento, para evangelizar as províncias do interior da China. Todo o sustendo da missão era baseado na – Deus, somente Deus era suficiente para essa obra.

“O nada humano e a suficiência divina – um tão real quanto o outro – constituíram-se no ambiente daqueles dias finais… Os amigos que entravam e saíam sentiam isso. As últimas reuniões de oração foram realizadas entre malas e caixas, com os cômodos e escadas cheios de pessoas, que se sentavam onde podiam. Na parede, um mapa da China, na mesa, a Bíblia aberta.

“Nosso grande desejo e alvo (escreveu o Sr. Taylor a respeito da nova missão) é plantar o estandarte da Cruz nas onze províncias da China que ainda não foram visitadas, e na Tartária Chinesa [atual região ocupada pela Mongólia)”.

— ‘Negócios de loucos’, afirmaram os que só vislumbravam as dificuldades!

— ‘Tarefa sobre humana’, suspiravam outros, que lhes desejavam êxito. E mesmo entre os amigos, muitos não podiam deixar de estar preocupados. 

— ‘Vocês serão esquecidos’, era a ansiedade de alguns. Sem uma comissão ou organização diante do público, vocês desaparecerão de vista naquela terra distante. ‘Os pedidos são muitos, hoje em dia!’. ‘Dentro de pouco tempo vocês poderão se encontrar sem até mesmo o essencial para as necessidades da vida!’.

A resposta do irmão Hudson Taylor foi:

“Estou levando comigo meus filhos, foi sua calma resposta. Observo que não é nada difícil lembrar que eles precisam de alimento pela manhã, almoço ao meio-dia e jantar à noite. Mesmo que quisesse, não poderia me esquecer deles. Assim, acho impossível que nosso Pai celestial seja menos terno e cuidadoso para com Seus filhos do que eu, um pobre pai terreno, sou para com os meus. Não, Ele não há de nos esquecer!”

E desde então, através de muitos anos, aquela confiança foi amplamente justificada.

Extratos selecionados do capítulo 11 do livro “O Segredo Espiritual de Hudson Taylor”, de Howard Taylor. 


James Hudson Taylor (1832-1905) foi um médico inglês grandemente usado pelo Senhor para disseminar o Evangelho no interior da China. Seu grande segredo era cultivar o hábito simples de buscar constantemente o Senhor para o suprimento de todas as suas necessidades temporais e espirituais.

Seu filho Howard Taylor escreve em sua biografia que, apesar de sua pequena estatura e limitações físicas que o deixava com pouca energia, Hudson Taylor era um médico muito eficiente e um homem muito ativo em suas tarefas cotidianas – sabia cuidar de um bebê, preparar refeições, cuidar das finanças e consolar doentes e aflitos – tudo isso com a mesma segurança que se lançava em grandes empreendimentos. Ele foi um pai de família, com grandes responsabilidades e era um homem muito prático, vivendo uma vida que sofria constantes mudanças.

Acima de tudo, Taylor soube pôr as promessas de Deus à prova, atestando que era possível viver uma vida espiritual íntegra, em um nível muito elevado. Dezenas de milhares de almas foram ganhas para Cristo em muitas províncias chinesas que, até então, nunca tinham sequer conhecido um missionário. Cerca de mil e duzentos homens e mulheres trabalhavam em sua Missão para o Interior da China, dependendo somente de Deus para suprir todas as suas necessidades, pois viviam sem compromisso fixo de salário. Ele andava com Deus numa progressão contínua.

“Nunca fiz um sacrifício”, disse Hudson Taylor, recordando sua vida. De fato, se conhecermos seu testemunho, descobriremos que esse foi um elemento marcante em toda a sua trajetória. No entanto, Taylor entedia que as compensações de cada renúncia eram reais e duradouras, e que quando tratamos com Deus “de coração para coração”, negar-se a si mesmo sempre significa RECEBER.

Seu livro “Cântico dos Cânticos – União e comunhão pessoal com Cristo” retrata muito o seu coração, e foi um maravilhoso legado deixado pelo Senhor para a Igreja.

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