Conhecendo Cristo por meio da experiência

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Conhecendo Cristo por meio da experiência é baseado em nossas notas do livro “The Fight of the Faith”, capítulo 1, de T. Austin-Sparks, disponível para leitura no site www.austin-sparks.net. É importante salientar que não se trata de uma tradução do texto original, mas da nossa compreensão daquilo que o autor escreveu, podendo conter divergências em relação ao seu entendimento. Recomendamos fortemente àqueles que leem em inglês e se sentirem movidos pelo Espírito Santo a irem direto à fonte, pois certamente receberão ainda mais edificação ali.

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“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte” (Filipenses 3:8-10).

Tudo de Cristo precisa ser tornar uma experiência para nós. Todas as verdades a respeito do Senhor Jesus devem ter sua contraparte em nossa experiência. Seu nascimento deve ser uma experiência para nós, não deve ser apenas um fato histórico. Da mesma forma, o Seu batismo faz parte de nossa experiência, quando também participamos de Sua morte, sepultamento, e ressurreição. Isso é algo que precisa acontecer em nós, precisamos conhecer isso em nossa própria história, não somente na história do Senhor Jesus. Devemos passar por essas experiências de maneira viva: saber que Ele morreu, de sorte que aquela morte tenha um registro em nossa própria história, como algo pelo qual passamos junto com Ele. A Sua ressurreição, portanto, também deve se tornar nossa experiência.

Você acredita que a volta do Senhor Jesus será apenas um fato histórico, que acontecerá de forma objetiva? As verdades relacionadas ao Senhor Jesus dentro da ótica histórica não são suficientes para a Igreja. Não, Sua volta será, de fato, verdadeiramente objetiva, histórica, mas também será uma experiência gravada na própria vida, coração e natureza daqueles que serão unidos a Ele. Ele não está apenas vindo para ser manifestado em glória, mas também para ser glorificado nos Seus santos (1Ts 1:10). A volta do Senhor não será apenas algo objetivo, mas algo subjetivo também.

Todas as outras coisas que são verdadeiras a respeito dEle devem assumir esse caráter. Que vasta diferença teria ocorrido com a verdade da Igreja, se o Corpo de Cristo fosse mantido nessa experiência, se o povo de Deus tivesse percebido desde o início que a Igreja é uma experiência e não uma doutrina! O Corpo de Cristo também é uma experiência!

Digo o seguinte: no início, na igreja primitiva, os irmãos não tinha a doutrina do Corpo de Cristo, nem nenhum ensino sobre a Igreja, mas tinham a Igreja. E como isso acontecia? Penso que eles vivenciaram isso tudo de forma bem mais real do que tem ocorrido desde que a doutrina veio à luz. Eles estavam nesse mundo, eram Cristãos, e todo o resto do mundo não era. Existiam apenas dois tipos de pessoas na terra, a dizer: Cristãos e não Cristãos, e porque os Cristãos eram uma minoria, eles precisavam desesperadamente um do outro. Isso era uma questão de vida ou morte para eles, o fato da necessidade de ter comunhão com outros Cristãos. Eles não podiam viver um sem o outro. Aquela era a Igreja. Aquilo era uma experiência.

Se todos os Cristãos de hoje fossem incapazes de viver um sem o outro, em que situação diferente nós nos encontraríamos! Se apenas percebêssemos que pertencemos ao Senhor, e todos os outros não, e que essa é a grande diferença a ser levada em consideração… Você está em Cristo ou não está nEle. Se você está em Cristo, não pode viver sem os seus companheiros em Cristo, precisa deles. Se isso fosse verdade, teríamos a Igreja, o Corpo, em realidade.

Me refiro a isso quando digo que tudo é uma experiência, algo gravado no nosso próprio coração. Somos tão interdependentes! Se percebêssemos isso, nunca iríamos permitir que houvesse em nós um espírito de crítica em relação ao outro, porque ao fazê-lo estaríamos fazendo uma grande injúria a nós mesmos. Mas perceber isso é, de fato, uma experiência!

Extraído do capítulo 1 do livro  “The Fight of the Faith”, de T. Austin-Sparks, publicado no site www.austin-sparks.net.

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T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério. Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência. Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church.

“Nenhum homem é infalível e ninguém ainda ”obteve a perfeição”. Muitos homens piedosos precisaram se ajustar, seguindo um senso de necessidade, após Deus lhes haver concedido mais luz.” (De uma Carta do Editor publicada pela primeira vez na revista “A Witness and A Testimony“, julho-agosto de 1946).

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