“Na Arena da Fé – parte 1” é parte da tradução do capítulo 5 do livro “In the arena of faith”, de Erich Sauer.
Erich Sauer (1898-1959)
“Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hebreus 12:5,6).
Persevere! Continue correndo! Permaneça até o fim! Não se entregue, nem desanime! Nunca olhe para trás, mas prossiga para o alvo! Continue firmemente até o fim com aquele mesmo frescor que você iniciou a corrida no ponto de partida. Só assim será possível ganhar o prêmio na arena, só assim você será coroado. Essa é a mensagem da carta aos Hebreus, especialmente no capítulo 12.
Deus, em Sua infinita sabedoria, estabeleceu obstáculos no nosso caminho. Seu objetivo não é atrapalhar nossa caminhada, mas é testar nossa devoção. Por meio desses obstáculos, Ele nos mantém diligentes, vigilantes, perseverantes, e fortalece nossa energia espiritual. Dessa forma, a corrida na arena da fé é uma “corrida de obstáculos”, cheia de dificuldades e sofrimentos.
Alguns impedimentos bloqueiam nosso caminho, mas tudo é determinado pelo perfeito amor, a sabedoria e o poder do Divino Árbitro [Juiz]. E quanto maior for o conflito, mais glorioso será o prêmio do vencedor!
Sofrimentos devem ser considerados dentro da ótica da eternidade. Apenas assim poderemos reconhecê-los pelo seu inestimável valor. O sofrimento não é algo supérfluo que importuna e restringe nossa vida, extraindo o proveito eterno dela.
“Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor” (vs. 5).
Precisamos dar a devida consideração a todos os mistérios sombrios e perplexidades da vida, porque em todas elas, em última análise, encontramos o DEUS!
No capítulo 12 da epístola de Hebreus, nos versos que se seguem a exortação inicial da corrida cristã, temos uma exposição, em algumas frases com poderosa plenitude, a respeito da bênção do sofrimento (vs. 5-11). Isso é feito abordando 7 pontos principais, sobre os quais iremos refletir nas próximas mensagens.
Características da Verdadeira Fé
Essas são as características da verdadeira fé provada pelas adversidades, e que será desenvolvida na arena da fé:
1 – Vê, nas dificuldades dessa vida, provas da Paternidade de Deus (Hb 12:5a, 6b,7b,8);
2 – Considera as aflições e provas como caminhos do amor de Deus (Hb 12:6a);
3 – Confia, em meio a todo sofrimento, na infalibilidade e fecundidade de todas as decisões da sabedoria de Deus (Hb 12:10a);
4 – Conta, no turbilhão dos acontecimentos, com a mão ordenadora do ‘soberano governo Divino’ (Hb 12:7a);
5 – Se submete, sem críticas, mesmo em meio à trevas inexplicáveis, à autoridade soberana de Deus (Hb 12:9);
7- Avalia as trevas da vida como meios de Deus para alcançar o Seu brilhante alvo eterno (Hb 12:11).
A Verdadeira Fé vê, nas dificuldades dessa vida, provas da Paternidade de Deus (Hb 12:5a, 6b,7b,8)
Sofrimentos são um claro testemunho de nossa filiação:
“Deus vos trata como filhos, pois que filho há que o pai não corrige?”(vs 7).
Onde falta a disciplina, falta verdadeira paternidade. Se nossos pais terrenos precisaram nos disciplinar, quer diremos do Senhor, o Pai dos espíritos, que nos concedeu nossa vida espiritual!
Portanto é errado e sem sentido reclamar: ‘Por quê Deus permite que nós, Seus próprios filhos, soframos tanto?’
Pelo contrário, é exatamente por sermos Seus filhos que Deus nos limpa e nos educa. A disciplina se faz necessária devido a Sua Paternidade, não acontece a despeito dela.
Assim, os sofrimentos dos filhos de Deus não são base para sua decepção, mas, justamente ao contrário, nessas dores eles podem ter certeza de sua filiação e podem agradecer pelo fato de que Ele, o Deus eterno, em Seu Filho Jesus Cristo, se tornou seu Pai.
Sofrimentos são as exatas provas de nossa nobreza e participação na família de Deus.
Deus fala conosco “como a filhos” (vs 5). Ele nos trata “como filhos” (vs 7). Ele corrige todo “filho” (vs 6). Caso contrário, “seremos bastardos e não filhos” (vs 8).
A palavra aqui usada para disciplina na língua original é relacionada etimologicamente à palavra grega usada para “criança” (Gr – paideuein, derivada de criança, menino, menina – Mt 2:16; Jo 4:51; Lc 8:51,54). Significa “educar alguém como uma criança” e, quando necessário, “disciplinar” como se faz com uma criança.
E além disso tudo, devemos ter em mente que não somos os únicos filhos passando por vales profundos e escuros. Deus corrige “todo” filho (vs 6) que recebe. Assim, nada muito extraordinário está acontecendo conosco! Isso também deve nos ajudar a não superestimar nossos sofrimentos.
“Certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo” (1Pd 5:9).
Esse verso nos leva a ser muito cuidadosos ao pesar nossas cargas, além de nos encorajar, porque se outros foram capazes de suportar dificuldades e sofrimentos pelo poder de Deus, nós também poderemos.
Não estamos sozinhos, mas marchamos entre uma multidão de irmãos e irmãs que estão caminhando na mesma trilha, e estão encarando a mesma corrida de obstáculos. O Pai celestial deles também é o meu, e Ele irá nos conduzir juntos até o alvo.
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