Na Arena da Fé – Parte 5

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“Na Arena da Fé – parte 5” é parte da tradução do capítulo 5 do livro “In the arena of faith”, de Erich Sauer.

 

Erich Sauer (1898-1959)

“Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?” (Hebreus 12:9).

Nas últimas quatro postagens, meditamos sobre: a infinita sabedoria de Deus e Seus tratos para conosco. Também descobrimos que a verdadeira fé vê nas dificuldades dessa vida provas da Paternidade de Deus.

A seguir observamos uma outra faceta da verdadeira fé: considerar as aflições e provas como caminhos do amor de Deus. Dessa forma, aprendemos como as preocupações e ansiedades são antagônicas à nossa posição como Filhos de Deus.

A seguir, observamos uma terceira característica da fé provada pela adversidades: uma fé que confia, em meio a todo sofrimento, na infalibilidade e fecundidade de todas as decisões da sabedoria de Deus

Finalmente, vimos como a verdadeira fé sempre considera ‘a permissão de Deus’, mesmo em meio ao turbilhão dos acontecimentos.

Um outro importante aspecto dessa fé provada pela adversidade será abordado a seguir.

A Verdadeira fé se submete, sem críticas, mesmo em meio à trevas inexplicáveis, à autoridade soberana de Deus

Esse aspecto da fé também é enfatizado em nossa passagem de Hebreus 12.

Isso equivale a dizer: a vida de submissão ao Pai dos espíritos é uma condição da vida real. Mas se submeter e viver são suas coisas absolutamente diferentes.

Será que não deveríamos ser capazes de nos curvar às medidas disciplinares e educacionais de nosso Pai celestial sem contradizê-Lo, sem rebelião interior, com corações agradecidos, mansos e felizes?

Não são os Seus pensamentos infinitamente superiores aos nossos pensamentos? (Is 55:8,9)

Não é Ele capaz de julgar melhor a situação do que nós, uma vez que Ele vive no Alto e Santo Lugar, em Seu trono eterno nas alturas celestes? Nós vivemos nas planícies inferiores, nos estreitos e profundos vales desta vida terrena e, portanto, e por isso vemos apenas um horizonte restrito e muito pequeno.

Não é verdade que talvez muitas das coisas que aqui nos pareceram totalmente sem sentido poderão ser reveladas na eternidade como as mais importantes de nossa vida?

Será que Ele, o Divino Organizador da raça, não conhece melhor quais arranjos são necessários e proveitosos para o aquele que corre na carreira, e que é apenas um participante na corrida, sem a visão completa do todo?

Não teria o competidor a obrigação de simplesmente reconhecer a superioridade e autoridade do Árbitro Divino e, sem qualquer discussão, participar da corrida com todos os seus arranjos e obstáculos, assim como ela foi “colocada diante dele” pelo Organizador Celeste?

Mas se reclamarmos, nos preocuparmos e desconfiarmos de nosso Pai celestial, isso quer dizer que nós O diminuímos e Lhe devotamos menos reverência do que fizemos com os nossos pais terrenos. Isso porque nós confiamos em nossos pais terrenos, mesmo nos momentos em que nos corrigiam.

Seria correto nos rebelarmos contra nosso Pai celestial se Ele nos conduzir à Sua escola de disciplina e nos colocar em dificuldades e provas apenas para aprofundar nossas vidas espirituais? Será que Ele não pode nos mostrar na própria experiência do sofrimento um pouco de Sua adorável gentileza e cuidado?

Além disso, devemos nos lembrar que Ele é muito superior aos nossos pais terrenos. Eles foram nossos pais segundo a carne, mas Ele é o Pai dos espíritos. Assim, o nosso Pai celestial é muito superior aos nossos pais terrenos.

Portanto, deixemos de lado os resmungos! Todo o espírito de reclamação e insatisfação é rebelião contra Deus. Deus está sempre certo! “Ame seu destino, pois é o caminho de Deus para sua alma”.

Mesmo se milhares de enigmas te rodearem, mesmo se você não conseguir encontrar um caminho e tudo parecer sem sentido, a fé pode esperar.

Os livros de Deus devem ser lidos de trás para frente, ou seja, partindo do final com direção ao início. Uma vez atingido o alvo, olhando para trás, veremos que toda a escuridão de nossa trilha terá se tornado numa radiante luz.

Até que a eternidade alvoreça, Deus ainda habita nas trevas. Quanto mais próximo o sacerdote chegasse do centro do lugar de habitação a Jeová no tabernáculo – ao se aproximar do trono da graça que era a arca da aliança com o propiciatório e a shekinah – mais as imediações se tornavam escuras.

O átrio exterior não tinha cobertura e era iluminado pela luz natural do sol. O Lugar Santo era iluminado pela luz suave do candelabro em um cômodo totalmente fechado. O Santo dos Santos, por outro lado, era absolutamente escuro.

O Senhor declarou que habitaria em trevas espessas” (1 Rs 8:12 conforme Êx 20:21).

O sentido disso é o seguinte: Quanto mais perto o homem chega de Deus, mais ele se aproxima do Grande Mistério.

Deus é O Eterno é absolutamente Diferente, Ele é Superior. Absoluta infinidade é parte de Sua essência.

Nenhuma inteligência humana pode perscrutar as profundezas do Seu Divino ser. Diante Dele podemos reconhecer nossa própria pequenez, nos humilhar e nos curvar. Em Sua presença podemos apenas reconhecer Sua Majestade e ficar maravilhados, em silêncio, adorando.

Deus “habita em luz inacessível” (1 Tm 6:16).

Sua morada simbólica da terra foi feita para testemunhar este fato. No entanto, na linguagem simbólica do tabernáculo e do templo, Sua invisibilidade poderia ser representada pela ausência absoluta da luz criada. A absoluta e Eterna Luz poderia era expressa por meio das trevas simbólicas.

Na cidade eterna de Deus, veremos Sua face (Ap 22:4; Mt 5:8). Quando esse tempo chegar, o santo dos santos celestial não será mais escuro, sem iluminação, mas cheio de raios de luz (Ap 21:10,11,23).

O Senhor Deus brilhará sobre eles” (Ap 22:5).

Haveremos de vê-lo como ele é” (1 Jo 3:2).

Então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Co 13:12).

Essa será uma experiência maravilhosa tanto no que diz respeito ao conselho geral da salvação de Deus, como a respeito de Seus caminhos pessoais conosco, que tantas vezes foram tão misteriosos.

Uma coisa em especial será revelada: que os tratamentos de Deus para conosco por meio do sofrimento sempre foram designados para contribuir com o nosso crescimento espiritual.

Continue a leitura aqui.


Erich Sauer (1898-1959) foi um dos teólogos alemães mais conhecidos deste século. O teólogo britânico F. F. Bruce afirmou que “provavelmente, Sauer era teólogo e professor bíblico mais capacitado nos círculos de irmãos do continente [europeu]“. Seus livros sobre a história da salvação tiveram grande circulação e foram traduzidos para diversos idiomas. Muitos cristãos se beneficiaram de seu trabalho e receberam inestimável ganho espiritual por meio de seus escritos.

Apesar de ter problemas nos olhos, Sauer lia muito. Sua extensa biblioteca testemunhava do seu hábito de leitura. Ele era dotado da capacidade de sintetizar as verdades bíblicas de maneira condensada e estruturada. Mas Erich Sauer também escrevia. Sua grande influência, tanto na Alemanha quanto no exterior, decorreram de sua obra literária. Seus livros não são uma leitura rasa para a hora de dormir, são livros de estudo, contando com muitas referências bíblicas em cada frase ou afirmação.
O tema principal dos escritos de Sauer é a história da salvação de Deus, da criação à perfeição, conforme revelado na Bíblia. “A história do mundo é o andaime da história da salvação.” Para Sauer, a história da salvação não corre de forma paralela ou superior à história mundial, mas é a interpretação da história do mundo a partir da perspectiva de Deus.
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