A Busca Concluída

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A Busca Concluída é um resumo do Capítulo 9 do livro “Search of The Bride”, de Arlen Chitwood. É importante salientar que não se trata de uma tradução do texto original, mas da nossa compreensão daquilo que o autor escreveu, podendo conter divergências em relação ao seu entendimento. Aqueles que se sentirem movidos podem ler o arquivo original no link disponibilizado acima.

Leia a mensagem anterior aqui.

Arlen Chitwood

“Então, se levantou Rebeca com suas moças e, montando os camelos, seguiram o homem. O servo tomou a Rebeca e partiu.” (Gênesis 24:61)

O Espírito de Deus está no mundo hoje continuando a obra que começou em prévias dispensações – soprar vida para aquele que está morto. 

Mas o mesmo Espírito também está no mundo hoje realizando uma obra particular na presente dispensação. Aquele a quem o Espírito soprou vida é então imerso nEle, sendo colocado em uma posição em que possa estar dentre aqueles à quem o Espírito foi enviado para buscar a Noiva para o Filho de Deus.

Essa busca ocorre ao longo de um período de 2.000 anos, entre essa nova geração. O Espírito pergunta, aqui e ali, mas quem responderá positivamente à pergunta “Queres ir com este homem?” (Gn 24:58).

Então o Espírito encontra essas pessoas ao longo das gerações, ao longo desses 2.000 anos. Indivíduos em cada geração, pela imersão do Espírito, continuam sendo acrescentados ao novo homem, permitindo ao Espírito a continuidade de Sua busca pela noiva.

No entanto, há um fim para a busca do Espírito. Haverá uma última geração de indivíduos adicionada ao novo homem, trazendo um fim à esta dispensação. A obra do servo e Abraão foi bem-sucedida no tipo de Gênesis capítulo 24. A mesma coisa precisa ocorrer na obra do Espírito no antítipo também.

Chegando ao Fim

As Escrituras revelam a obra de Deus através de três períodos dispensacionais ao longo do Dia do Homem; e, em cada um deles, Deus trata com diferentes servos (distinguindo uma dispensação da outra) e com mundo em geral por meio destes mesmos servos. Cada dispensação dura exatamente 2.000 anos. Assim, essas três dispensações completam o Dia do Homem, que é de 6.000 anos.

Durante a primeira dispensação do Dia do Homem, Deus tratou com servos, que formavam uma nação em particular. O mundo como um todo foi tratado através deles (exemplo, durante o tempo do Dilúvio, quando Deus tratou com o mundo todo através de Noé; Deus previamente tratou com diferentes servos desde Adão até Noé, além de lidar com outros servos depois de Noé até Abraão). Essa dispensação se estendeu até o nascimento de Abraão, cobrindo os primeiros 2.000 anos da história humana.

Durante a segunda dispensação dentro do período correspondente ao Dia do Homem, Deus tratou com servos, que depois de quatrocentos anos, a partir do nascimento de Isaque, formaram a nação de Israel. O mundo como um todo foi tratado através deles (Israel deveria governar como cabeça das nações em uma teocracia, e ser o testemunho de Deus até os confins da terra [Ex 4:22,23; 19:5,6; Is 43:10]). Essa dispensação, cobrindo o segundo período do Dia do Homem, se estende desde o nascimento de Abraão até o momento que ainda está no futuro, quando o Reino Messiânico for introduzido.

Entretanto, essa dispensação foi interrompida sete anos antes de se completar, no momento em que Israel crucificou o Messias da nação. O pecado da parte de Israel tomou seu clímax, e o cálice de iniquidade de Israel se encheu (conforme Gênesis 15:16). Assim, Deus assumiu os assuntos do Seu povo e trouxe uma mudança em Seu trato dispensacional com o homem. Deus parou o relógio no que diz respeito à segunda dispensação, deixou Israel de lado temporariamente, e iniciou uma obra por meio de um novo servo, 53 dias depois, quando o Espírito foi enviado no dia do Pentecostes.

Uma terceira dispensação então se sucedeu no Dia do Homem, e Deus começou a lidar com um novo grupo de servos, que formaram uma nova nação – um novo homem “em Cristo”. O mundo como um todo será tratado por meio desses servos (o novo homem será agora o recipiente das promessas relativas ao reino e as bênçãos, e será a testemunha de Deus até os confins da terra [Mt 21:43; At 1:8; 1 Pe 2:9-11]). Esta dispensação se estende desde o Pentecostes até o arrebatamento, cobrindo o terceiro período de 2.000 anos durante o Dia do Homem.

Uma vez que essa dispensação tiver se cumprido, o novo homem será removido. Deus novamente Se voltará para Israel, e os últimos sete anos da dispensação anterior se completarão. Esses últimos sete anos completarão os 6.000 anos do Dia do Homem. Então o Dia do Senhor, a Era Messiânica – que será a quarta dispensação – será introduzida.

Essa quarta dispensação durará 1.000 anos. Será o sétimo milênio desde a criação de Adão, equivalendo à um Sábado, que ainda resta para o povo de Deus [Hb 4:9]. Esse sétimo milênio é a direção para a qual toda a Escritura se move, se iniciando com os seis dias, seguido por um Sábado de descanso, conforme encontramos em Gênesis 1:2-2:3.

Da Crença à Incredulidade

Paralelos podem ser vistos nas Escrituras no modo pelo qual as dispensações se aproximam do fim (ou uma interrupção ocorre, como aconteceu próximo ao fim da segunda dispensação), necessitando que Deus entrasse em cena e começasse a lidar com o homem dentro de um novo quadro dispensacional. Em cada instância, a crença é seguida por incredulidade, à medida em que a dispensação avança. Então, é permitido a incredulidade chegar ao clímax, antes que Deus entre em cena nos assuntos do homem e traga uma mudança.

A primeira dispensação se iniciou com a criação do homem e sua queda. Seguindo a provisão da redenção (para que o homem pudesse finalmente realizar o propósito de sua criação), Deus começou a Se fazer conhecido ao homem, usando formas diferentes da revelação escrita (que não existiu até o dia de Moisés, 2.500 anos depois da criação de Adão).

Devemos reconhecer que o próprio Deus, Seus planos e Seus propósitos, já se faziam conhecidos antes da revelação escrita – de maneira a permitir que o homem agisse em conformidade à eles. O homem exerceu a “fé” durante esse tempo, e a “fé” é simplesmente crer naquilo que Deus revelou, resultando em uma vida governada em conformidade com isso.

Homens como Abel, Enoque e Noé agiram “pela fé” durante a primeira dispensação (Hb 11:4-7). Mas isso não é a maneira como vemos a dispensação chegar ao fim. A dispensação termina com o nascimento de um descendente de Sem [Abraão], no meio da idolatria de Ur, na região da Babilônia (Josué 24:2 conforme Gênesis 10:10; 11:1-9), de cuja linhagem o Messias iria eventualmente nascer.

Então, Deus permitiu que se passassem setenta anos na segunda dispensação, antes de aparecer à Abraão com instruções para que deixasse Ur e viajasse para outra terra, que iria receber por herança (Gênesis 11:31). Abraão, nesse momento, é visto em uma posição de exercitar sua fé, o que demanda que ele tenha sido previamente salvo.

Abraão creu em Deus, obedeceu a Seu chamado, e, pela fé, “saiu, sem saber para onde ia” (Hb 11:8). Devido à um subsequente e progressivo andar pela fé (apesar de algumas vezes ter falhado – Gn 12:10-20; 16:1-4), Abraão se tornou conhecido como o pai da fé (Romanos 4:11).

A nação que descendeu ao longo de muitos anos, por meio de Abraão, Isaque e Jacó, também seguiu pela fé sob a direção de Moisés. Eles deixaram o Egito depois de 430 anos. Mas, à medida em que o tempo passava, as coisas começaram a mudar. A incredulidade começou a se instalar, até que finalmente (depois de dar ao povo judeu séculos para se arrependerem), Deus permitiu que Seu povo fosse levado cativo dos gentios – primeiro, as 10 tribos do norte (pelos Assírios, por volta de 722 a.C.); e então, as 2 tribos do sul (pelos Babilônios, por volta de 605 a.C.) – trazendo um fim à teocracia que foi estabelecida no Sinai durante os dias de Moisés (em 586 a.C, a glória deixou o Templo – Ez 10:11).

Setenta anos depois que toda a nação (todas as 12 tribos) tinha sido levada cativa (Dn 9:2, conforme Jeremias 25:11), foi permitido a um remanescente retornar à terra sob o governo de Zorobabel. O templo foi reconstruído, apesar de não ter havido a restauração da glória e da teocracia.

Apensar de um remanescente ter retornado para a terra, a maioria do povo judeu permaneceu disperso entre as nações Gentias durante os anos que se seguiram (muito parecido com o que existe no mundo hoje – um remanescente de judeus retornou para a terra, e estão prestes a reconstruir o Templo [apesar de que não haverá restauração da glória, nem da teocracia]; mas a maioria deles permanece espalhada entre as nações Gentias).

Mas no momento em que Cristo apareceu, por volta de 500 anos depois do retorno do remanescente sob a direção de Zorobabel, a incredulidade mais uma vez firmemente entrincheirou o acampamento de Israel. O resultado foi a rejeição da mensagem e do Mensageiro, culminando com Sua crucificação. Nesse ponto, a incredulidade do povo havia atingido o seu ápice.

Um exercício de “fé” marcou o incido da terceira dispensação, como visto no Livro de Atos. Mas essa dispensação foi destinada a acabar exatamente da mesma maneira que aconteceu com a primeira, e também como a segunda foi interrompida – com uma manifestação de incredulidade entre o povo de Deus.

Essa manifestação de incredulidade entre o povo de Deus, no final da dispensação, já foi amplamente predito em diversos pontos das Escrituras. O próprio Cristo, em Sua primeira vinda, perguntou: “Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé [grego “a fé”] na terra? (Lucas 18:8).

“A Fé” é uma expressão peculiar relacionada à Palavra do Reino (veja por exemplo Atos 6:7; 1 Tm 6:10-15; 2 Tm 3:8; 4:7,8; Jd 3), e a maneira em que esta pergunta é redigida no texto grego implica uma resposta negativa. Cristo, nessa passagem, revelou que Ele não iria encontrar “fé na terra” no momento de Seu retorno, sustentando as advertências subsequentes de Paulo (At 20:29-31; 1 Tm 4:1-3), de Pedro em sua segunda epístola (Caps 2,3) e de Judas em sua epístola.

No início da dispensação, “a fé”, que estava relacionada com a salvação da alma, era a mensagem do momento. Tal mensagem foi proclamada de maneira universal entre as Igrejas.

Mas, quando Cristo retornar, as condições serão totalmente diferentes. Exceto por circunstâncias isoladas, não encontraremos essa mensagem sendo proclamada nas Igrejas. Ao contrário, essa mensagem será desconhecida ou odiada, desprezada, rejeitada e os próprios cristãos serão contra ela.

Existem dois discursos nas Escrituras que predizem a história da Cristandade em relação a essa dispensação – Mateus 13:3-33 e Ap 2:1-3:22. Ambos foram dados por Cristo: um para Seus discípulos durante Seu ministério terreno, e o outro para João, depois de Sua ascensão.

O registro do evangelho de Mateus, particularmente no que tange a terceira e quarta parábolas (vs 31-33), mostra de duas formas a história e condições da Cristandade no final da dispensação:

  • Um grão de mostarda (terceira parábola) que germinou e cresceu em uma grande árvore (um crescimento anormal, representando uma potência mundial, com as aves do céu [emissários de Satanás conforme vs 4,19, 32] se alojando nos seus galhos).
  • Um processo de levedura completo (quarta parábola).

As duas parábolas representam a total corrupção no final da dispensação em relação à Palavra do Reino (vs 31-33).

Então, os primeiros capítulos de Apocalipse mostram o processo de deterioração da Cristandade, como revelado por meio das Igrejas na Ásia durante o dia de João. As condições vistas no início da dispensação são representadas pela Igreja em Éfeso, que deixou seu “primeiro amor” (2:4), e as condições finais da dispensação são reveladas pelo estado da Igreja de Laodicéia – “infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu“(3:17). Assim como nas parábolas de Mateus capítulo 13, isso demonstra a total corrupção do final da dispensação em relação à Palavra do Reino.

Assim, a incredulidade entre o povo de Deus pode ser vista nos três tempos, quando Deus entra em cena e muda Seus tratos dispensacionais com o homem.

Despreparados para a Volta de Cristo

Com base na profecia de Daniel das setenta semanas [Dn 9:20-27], que predisseram o tempo aproximado da primeira aparição do Messias ao povo Judeu, os cristãos frequentemente veem uma verdade aplicada ao povo judeu, mas falham em ver a mesma verdade quando trazida para a cristandade. Os cristãos são rápidos para apontar para essa profecia e chamar atenção para o fato de que a geração de judeus, que vivia próxima ao tempo do fim, coberto pela profecia de Daniel, deveriam saber que o Messias estava prestes a aparecer, e deveriam estar preparados.

Isso é bem verdade. O povo judeu deveria estar olhando para o seu Messias e estar preparado quando Ele apareceu. Eles possuíam a Palavra de Deus, que dizia quando isso aconteceria.

Mas, no mesmo sentido, existe uma verdade paralela relacionada à proximidade da hora do retorno de Cristo, que os Cristãos falham em perceber. O conhecimento e prontidão da atual geração de Cristãos, relativos ao assunto, não diferem em nada da geração anterior de Judeus que testemunhara a primeira aparição de Cristo.

[Os Cristãos hoje precisam olhar para uma coisa para saber que a volta do Senhor está à mão: a cronologia relacionada a ambas as dispensações do Dia do homem. A presente dispensação vai durar por exatamente 2.000 anos e o Dia do Homem vai durar exatamente 6.000 anos. Assim, tudo o que precisamos fazer é olhar para trás e fazer alguns cálculos matemáticos – coisa que os judeus deveriam ter feito 2.000 anos atrás].

Com esse respeito, os Israelitas, no tempo da primeira vinda de Cristo, tinham posse da cronologia que poderia tê-los ajudado a saber que o tempo se aproximava. Mas isso foi ignorado, e o povo não estava preparado.

Da mesma forma, hoje os cristãos, vivendo no período que antecede a segunda vinda de Cristo, também têm uma cronologia que pode lhes dar uma ideia se o tempo se aproxima. Entretanto, isso está sendo ignorado, e os Cristãos – como os Israelitas – não estariam prontos quando Cristo voltar.

Leia o próximo Post, que é a continuação dessa série – A Partida

Veja a série completa aqui.

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