A Rocha Ferida e Amaleque

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Major W.Ian Thomas 

“Todos eles comeram de um só manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo”. 1 Co 10:3,4

Vamos examinar, por alguns momentos, o trecho do capítulo dezessete do livro de Êxodo, para que possamos compreender ao que Paulo se referia, ao escrever, em 1 Coríntios, no décimo capítulo, com respeito ao fato de terem todos bebido da mesma fonte espiritual, da pedra que era Cristo.

Quando os filhos de Israel levantaram acampamento no deserto de Sin, a fim de armarem as suas tendas em Refidim, não encontraram ali água para o povo e para o gado. Então, conforme se foi tornando sua característica mais destacada no deserto, os israelitas murmuraram contra Moisés, repreendendo-o. E “…clamou Moisés ao Senhor: Que farei a este povo? Só lhe resta apedrejar-me” (Ex 17:4). Em resposta a esse apelo, Deus ordenou a Moisés que tomasse a vara que tinha na mão, com a qual havia ferido o rio [no Egito], e lhe disse: “Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá” (Ex.17:6). E assim fez Moisés, e brotaram águas da rocha ferida. E o povo bebeu e se dessedentou.

O quadro ilustrativo dado acima é perfeitamente claro. A água que jorrou da rocha ferida, em uma terra seca, representa o dom da vida eterna, através do Senhor Jesus Cristo crucificado, posto que nas palavras de Paulo, o apóstolo, “…a pedra era Cristo”.

Essa narrativa não nos conta a história inteira, mas representa o seu começo, pois de fato é somente nesse lugar que pode ter início a história da redenção do homem – o lugar onde a Pedra foi ferida.

Aqui, pois, encontramos o tríplice relato que Deus nos fornece acerca de um povo redimido que vivia no deserto: Foram batizados com respeito a Moisés  – o crente identificado com Cristo e guiado juntamente com Ele através da morte e vida ressurreta. Tornaram-se participantes do maná diário – o crente experimenta em seu próprio coração o testemunho do Espírito Santo, de que é filho de Deus, selado para o dia da redenção, mas por enquanto desfruta apenas de uma antecipação de tudo o que Deus, em Cristo, tem reservado para aqueles que gozam da plenitude de Seu Espírito. Foram refrigerados com a água que brotou da rocha ferida – o crente recebe a dádiva da vida eterna, à base da redenção obtida pelo sangue precioso do Senhor Jesus Cristo crucificado. Porém, a despeito de todas essas vantagens, lemos que “…Deus não se agradou da maioria deles…” (1 Co 10:5).

Voltando-nos outra vez para o décimo-sétimo capítulo e Êxodo, vemos que imediatamente depois de Deus ter dado água ao Seu povo, água essa que fluíra da pedra ferida por Moisés, então “…veio Amaleque e pelejou contra Israel em Refidim” (vs.8). Nesta oportunidade, Amaleque representa a carne, que busca a todo custo interromper a jornada ascendente do povo redimido por Deus, através do deserto, para chegar à Terra Prometida. 

Não era o propósito de Deus que Seu povo permanecesse no lugar onde a rocha fôra ferida. Moisés relembrou ao povo de Israel, em Deuteronômio 1:6: “O Senhor nosso Deus nos falou em Horebe, dizendo: Tempo bastante haveis estado neste monte”. Por quanto tempo haviam eles permanecido no monte, em Horebe? Tempo suficiente! “Voltai-vos, e parti; ide…Eis aqui a terra que eu pus diante de vós: entrai e possuí a terra que o Senhor com juramento deu a vossos pais, Abraão, Isaque, e Jacó, a eles e à sua descendência depois deles” (Ex.17:7,8). Em outras palavras: “Descei, avançai e entrai!” Entretanto, cabia aos Amalequitas tentar impedi-lo!

Os Amalequitas nos apresentam um fascinante estudo, e ilustram a imutável coerência do Espírito Santo, na linguagem por Ele empregada em Sua revelação da verdade, por todas as páginas das Sagradas Escrituras. O Espírito pode utilizar-se de diversos tipos ou símbolos com a finalidade de ilustrar o mesmo princípio espiritual; porém, aqueles tipos ou símbolos por Ele selecionados, sempre serão empregados na mais total coerência, através da Bíblia inteira.

Essa é uma das mais extraordinárias evidências da miraculosa inspiração da Bíblia. Você descobrirá que as Escrituras serão envolvidas por uma vida nova, que o Antigo Testamento, em particular, tornar-se-á muito mais rico, um Livro repleto de significação espiritual, se permitir que o Espírito Santo lhe ensine o sentido da linguagem por Ele utilizada. 

Extraído do livro “Salvos pela Vida de Cristo” (cap.7) – Major W. Ian Thomas

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