A Preparação da Noiva

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A preparação da Noiva é um resumo do Capítulo 1 do livro “Search of The Bride”, de Arlen Chitwood. É importante salientar que não se trata de uma tradução do texto original, mas da nossa compreensão daquilo que o autor escreveu, podendo conter divergências em relação ao seu entendimento. Aqueles que se sentirem movidos podem ler o arquivo original no link disponibilizado acima.

Arlen Chitwood

A Obra do Espírito Durante a Presente Dispensação

O Espírito de Deus está no mundo realizando uma obra específica relacionada à essa dispensação, que é a preparação da noiva de Cristo. Israel foi temporariamente colocado de lado, e uma nova entidade e nação – o novo homem “em Cristo” – foi trazido à existência (Ef 2:12-15 – 1 Pe 2:9,10).

Por que Deus enviou Seu Espírito para tratar com esses novos mordomos (essa nova nação, novo homem)? Uma coisa é absolutamente clara em relação a esse assunto: Deus não enviou Seu Espírito ao mundo no dia do Pentecostes para tratar com os não salvos, no que se relaciona a salvação eterna, e isso por duas razões muito evidentes:

  • Primeiramente, o Espírito foi enviado aos salvos, para realizar uma obra particular e revelada entre eles (João 16:7-15, At 1:5; 2:1).
  • Em segundo lugar, o Espírito já estava presente, realizando uma obra entre os não salvos desde a queda de Adão.

O homem caído, devido ao pecado de Adão, está espiritualmente morto; e o Espírito está no mundo desde o início do Dia do Homem [que segundo o autor, se iniciou logo que o homem caiu e Deus começou seus tratos para restaurá-lo], soprando vida para aquele que não a possui, na base da morte e sangue derramado do Senhor Jesus, permitindo que o homem passasse “da morte para a vida” (Jo 5:24; Ef 2:1).

O ensino fundamental para a obra do Espírito a esse respeito está descrito nos primeiros capítulos de Gênesis. Essas verdades fundamentais, demonstradas desde o início da criação, nunca mudarão em nenhuma porção das Escrituras. A salvação eterna do Homem, que se tornou necessária devido à queda de Adão, permanece exatamente do mesmo jeito ao longo de todo o Dia do Homem. A salvação tornou necessária a obra do Espírito no processo de restauração, e essa obra do Espírito se iniciou desde a queda do homem, continuando até os dias de hoje.

Entretanto, Deus enviou Seu Espírito ao mundo no dia do Pentecostes, em 33 d.C., apesar de Ele já estar no mundo realizando uma obra em meio aos homens não salvos. Assim, desde que o Espírito já estava no mundo tratando do estado espiritualmente morto do homem, é bem evidente que o fato de Deus ter enviado o Seu Espírito ao mundo no dia do Pentecostes não teve uma relação direta com a salvação do homem. Nada poderia ser acrescentado ou tirado da obra contínua que o Espírito já estava realizando.

Ao contrário, o envio do Espírito Santo por Deus no dia de Pentecostes se relacionava com uma obra especial e particular entre aqueles a quem Ele já havia soprado vida (com base na morte e no sangue derramado de Cristo). Aquilo foi algo relacionado a uma obra subsequente ao fato de o homem ter passado da “morte para a vida”.

Consequentemente, tudo relacionado à essa obra especial e particular (por exemplo, a imersão no Espírito, a nova criação “em Cristo”, o novo homem, o selo do Espírito, o penhor da herança [o sinal, concedendo um direito legal], etc.) não pode ter nada a ver com a salvação eterna pela graça.

Deveria ser simples compreender isso, porque a salvação pela graça continuou imutável, mesmo a partir do momento em que essas coisas relacionadas à obra do Espírito nessa dispensação foram trazidas à existência.

Isso equivale a dizer que:

  • O Espírito, no momento e nos eventos que se seguiram ao dia do Pentecostes em 33 d.C., simplesmente continuou Sua obra relativa à salvação pela graça (não mudou em nada).
  • Mas o Espírito iniciou uma nova obra nesse dia, que é peculiar à essa dispensação (voltada para aqueles a quem Ele já havia repartido vida).

Por que o Espírito está realizando esse tipo de obra tão peculiar nesta presente dispensação? Onde deve ser traçada a linha entre Sua obra relativa à salvação pela graça (que continua inalterada ao longo do Dia do Homem), e Sua obra específica relacionada à presente dispensação (iniciada no dia do Pentecostes, em 33 d.C. e que será concluída quando a obra atual for finalmente completa)?

É sobre isso que tratam estas mensagens. Deus trouxe à existência uma dispensação completamente nova, e em conexão com ela, Ele trouxe à existência um novo homem em “Cristo”. Deus enviou o Espírito Santo ao mundo para realizar uma obra particular entre esses que fazem parte desse novo homem.

O Período da Busca da Noiva

“Era Abraão já idoso, bem avançado em anos; e o SENHOR em tudo o havia abençoado. Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: Põe a mão por baixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus do céu e da terra, que não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito; mas irás à minha parentela e daí tomarás esposa para Isaque, meu filho” (Gênesis 24:1-4).

Há cinco capítulos no meio do Livro de Gênesis que formam um tipo geral, composto de outros tipos – são os capítulos 21 a 25. Esses cinco capítulos, no antítipo, apresentam uma sequência cronológica e dispensacional dos eventos desde o nascimento de Cristo até o Reino Messiânico.

Esses eventos cobrem cerca de 2.000 anos, dos 6.000 anos do Dia do Homem. Esse período [de 2.000 anos] tem início logo no final da dispensação Judaica, cobrindo toda a dispensação Cristã e conduzindo até a era Messiânica. Ele também cobre todo o período relacionado ao Novo Testamento, abrangendo os eventos próximos ao nascimento de Cristo (próximos ao final da dispensação Judaica) e tendo sua conclusão nos eventos relacionados ao Reino Messiânico (no final das dispensações Cristã e Judaica, conforme Mt 1:18-25; Ap 20:1-6; 22:7-21).

O Registro de Gênesis 21 a 25

No registro de Gênesis, Abraão é um tipo de Deus Pai e Isaque é um tipo do Deus Filho. Isso é inquestionavelmente claro no capítulo 22, quando Abraão oferece seu filho sobre o Monte Moriá, apontando para Deus oferecendo Seu Filho ali naquele mesmo lugar 2.000 anos depois.

Deus foi bem específico nas instruções dadas a Abraão em relação ao sacrifício de Isaque, o que está descrito em Gênesis 22:2. A razão é óbvia: Os eventos ali descritos formam um tipo imutável dos eventos relacionados ao dia em que o Pai ofereceria o Seu Filho.

O Filho de Deus foi aparentemente oferecido no mesmo monte – “o monte do Senhor” – onde Abraão O chamou de “Jeová-Jirê [o Senhor proverá]” (Gn 22:14). Deus proveu um substituto naquele mesmo lugar em dois momentos diferentes: Um no dia de Abraão, e outro, no mesmo lugar, 2.000 anos depois.

Tendo Abraão tipificando Deus o Pai, o que se segue seria dizer que Sara, sua mulher, tipificaria Israel, a esposa de Jeová. E isso se encaixa perfeitamente dentro da estrutura tipológica desses capítulos de Gênesis.

Sara era estéril, e por isso, Abraão e Sara buscaram trazer a promessa de Deus à luz por meio da semente de Agar, ou seja, por seus próprios esforços. Mas Deus sempre rejeita os esforços do homem. Os melhores esforços do homem, aos olhos de Deus, não diferem em nada de suas piores iniciativas. Tudo emana da mesma fonte, que é o homem da carne, que Deus rejeitou completamente (Gn 16:1-4; 17:18,19 conforme Is 64:6).

Somente Deus faz Sua obra, no Seu tempo. Depois que Sara se tornou fisicamente incapaz de gerar filhos, devido a sua idade, Deus realizou um ato sobrenatural em sua vida, resultando no nascimento de Isaque (Gn 17:17-19;21).

Depois, Israel entrou em cena na mesma condição estéril (“A figueira sem fruto” – Mt 21:18,19). Então, Deus fez algo similar: Ele tomou uma jovem judia, que pelos meios naturais seria incapaz de gerar filhos, porque era virgem, e realizou uma obra sobrenatural em sua vida, resultando no nascimento Daquele Que Isaque tipificava.

Assim, no capítulo 21, o nascimento sobrenatural de Isaque tipifica o nascimento sobrenatural de Cristo. No capítulo 22, a oferta de Isaque tipifica a oferta de Cristo. Então, o próximo evento no esquema dispensacional apresentado nesses capítulos de Gênesis é visto na morte de Sara no capítulo 23.

Sara, a mulher de Abraão, morreu logo depois que Isaque foi oferecido. E isso aconteceu exatamente assim com o antítipo. Israel, a esposa de Jeová, morreu depois da oferta de Cristo. Israel foi deixado de lado por uma dispensação, estando nesse momento em um lugar de morte.

Deus restaurará Israel, um de Seus Filhos Primogênitos, no terceiro dia. Isso é tratado nos eventos de Gênesis 25, quando Abraão se casa com Quetura, depois da morte de Sara (Gn 23) e da busca da noiva para Isaque (Gn 24). “O novo casamento de Abraão” aponta para a restauração de Israel, quando haverá um novo casamento com Israel, que está atualmente divorciado. Isso acontecerá nos eventos que envolvem a presente dispensação.

Abraão, depois de pedir ao seu servo mais antigo para buscar uma noiva para seu filho (Cap. 24), casa-se com Quetura (Cap. 25), que é frutífera, enquanto Sara era estéril. Quetura deu a Abraão 6 filhos, enquanto Sara, sem a intervenção Divina, não teria lhe dado nenhum. Isso aponta para um Israel frutífero no dia que se seguirá a sua restauração.

Assim, o capítulo 25 aponta para a Era Messiânica, indicando a futura restauração de Israel. Então, os eventos apontados no capítulo 24 só podem apontar para os eventos da presente dispensação, que acontecem entre dois pontos do tempo – Israel sendo deixado de lado (Gn 23) e Israel sendo restaurado (Gn 25). Os eventos desse capítulo, no antítipo, ocorrem durante o tempo em que Israel permanece  em um lugar de morte (por dois dias, ou 2.000 anos).

No tipo, os eventos vistos no capítulo 24 se relacionam com o envio do servo de Abraão para a Mesopotâmia para buscar uma noiva para seu filho Isaque. No antítipo, esses eventos só podem apontar para uma coisa: Deus enviando Seu Espírito Santo ao mundo para buscar uma noiva para o Seu Filho Jesus.  Todo o capítulo 24 tem relação com o propósito de Deus nessa dispensação – a busca de uma noiva para o Seu Filho.

Assim, os eventos em Gênesis 21 a 25 formam um tipo completo, composto de cinco tipos, que no antítipo, cobrem o período desde o nascimento de Cristo até o Reino Messiânico.

Leia o próximo Post, que é a continuação dessa série – Como é a Busca da Noiva.

Veja a série completa aqui.

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