A glória do Espírito e a glória da Carne

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T. Austin-Sparks (1888 – 1971)

“Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres” (1 Coríntios 15:40).

Amados do Senhor,

Uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres” [1 Co 15:40b]. Existe uma glória do espírito e uma glória “da carne” – temos a glória espiritual e a glória física.

À Igreja, que é o Corpo do Cristo de Deus, pertence a glória celestial. Seus membros se alegram com a esperança da Glória de Deus [Rm 5:2].

Mas isso representa a renúncia de qualquer glória inferior, e também indica a esfera da operação da cruz. Foi assim que Jesus, o Cristo de Deus na terra, entrou na extraordinária glória da Divindade, como o Cristo Infinito de Deus, muito acima de todos os céus, e ainda assim, o mesmo Jesus!

A glória do Unigênito não era refulgente aqui na terra em Sua aparência como um homem, exceto pela revelação aos “doze” por meio dos “sinais” que Ele realizou, e da experiência no Monte da transfiguração. Jesus esteve, por assim dizer, ocultando Sua face de nós. Ele não foi visto outrora como é hoje visível pelo Espírito – a Face de Deus! [1Co 4:6]. Mesmo assim, a glória celestial estava nEle, apesar de velada. Essa glória repousou na similitude de carne pecaminosa, ainda que, para aquele que fosse capaz de discernir, havia uma revelação da Sua glória, cheia de graça e verdade. Por fim, como já vimos, Ele foi manifestadamente glorificado com a glória da Divindade, isso como HOMEM. Na terra, entretanto, essa glória esteve oculta dos olhos dos homens, e Ele se humilhou em toda a obediência da fé em Sua Paixão, de sorte que cada aspecto da glória terrestre fosse totalmente removido dEle, e nenhum dos príncipes desse mundo O conheceu.

Amados, precisamos reconhecer que essa deve ser a “forma” da nossa vida hoje: celestial e oculta com Cristo em Deus. Esse viver também ficará em nossos corações, mas oculto dos homens, como graça e verdade em nós. Graça presente é glória celestial. Estaríamos contentes em brilhar, de forma que isso nunca nos traga glória nessa terra? Não sermos reconhecidos pelos homens, em humildade e pobreza em relação a todas as coisas que os homens consideram honoráveis – ainda que conhecidos por Deus – e brilhando apenas sob a ótica celestial! Testemunhando hoje, diante dos principados e potestades, da beleza desse VÉU, dessa Carne Glorificada, na qual estamos sendo forjados pelo Espírito Santo como membros! Essa é a “sabedoria entretecida por Deus”, tornada manifesta nos céus como graça – a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, na Igreja.

O Senhor está buscando tais pessoas que estão preparadas para sofrer a perda de todas as coisas, para que Ele possa lhes dar as riquezas da Sua glória celestial. “Vai, vende tudo o que tens” [Mc 10:21]. É suficiente que o discípulo seja como Seu Senhor: pobre na terra, mas rico no céu. A conformidade com a Glória daquele HOMEM no Trono representa a conformidade com a Sua morte aqui nesta terra!

Nestes último dias, o forte clamor dos nosso corações tem sido “PARA O CONHECER, e o poder da Sua ressurreição, e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte, para, de algum modo…”

Graças a Deus que o Seu Espírito em nós milita contra a carne. Nós podemos, por meio do Espírito, levar à morte os feitos do corpo. Nós podemos morrer diariamente, levando em nossos corpos o “morrer” do Senhor Jesus, enquanto a glória celestial está sendo manifestada como Graça de Deus. Nós suspiramos pela glória, em nossos momentos de maior fraqueza; e já brilhamos em glória, quando somos fortalecidos pelo Senhor.

Seus para Sua glória na Igreja,

T. Austin-Sparks e T. Madoc-Jeffreys.

Tradução da “Carta do Editor” da revista “Uma Testemunha e um Testemunho”, de Setembro de 1928.

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