Dana Congdom
“Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal. Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça” (Rm 11:4,5).
“Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou” (1 Rs 19:18).
O chamado remanescente no Antigo Testamento é o vencedor no Novo Testamento. Esse princípio do remanescente não é nada temporário, nem um plano emergencial. É um plano deliberado vindo da sabedoria de Deus. Nesses tempos do fim Deus sabe, exatamente, o que está fazendo.
Sabemos que, desde o princípio, existem pessoas que permaneceram firmes a despeito de todos os demais. Todo o povo de Israel deveria ser de sacerdotes, mas apenas os levitas permaneceram no ofício. Na época de Elias todos haviam caído, à exceção daqueles sete mil que ficaram firmes (1 Rs 19:18). Os recabitas ficaram firmes na casa de Levi quando os demais haviam caído (Leia Jr 35). Também, aquele remanescente que voltou com Zorobabel permaneceu firme como que em nome de todos aqueles que haviam ficado para trás (leia Esdras, Neemias, Ageu e Zacarias).
Ao considerar mais uma vez a questão dos remanescentes no Antigo Testamento, observamos que em dez dos dezesseis livros proféticos, o remanescente é mencionado. Não é uma coisa que acontece apenas uma vez. É falado no livro de Apocalipse que o testemunho do Senhor Jesus é o espírito da profecia, ou seja, a própria essência da palavra profética é revelar o Senhor Jesus.
O livro de Esdras fala daqueles que estavam voltando para Jerusalém porque o coração foi movido pelo Senhor. É necessário observar que o Senhor realmente moveu para que voltassem para Jerusalém. Característica do remanescente é que eles não dizem orgulhosamente: “Somos vencedores!” Os remanescentes, entretanto, sentiram-se envergonhados de estarem ali oferecendo ofertas diante do altar de Deus. “Oh Senhor. Eu desejaria que toda a tribo de Dã estivesse aqui, mas nós estamos aqui Senhor, diante de Ti Senhor, mas nós estamos aqui Senhor, diante de Ti Senhor, como apenas alguns poucos da família de Dã”. Apenas algumas dessas tribos foram ali representar toda a tribo.
Características do Remanescente:
- A razão da existência deles é a soberania de Deus (Is 37:31,32 / Ed 1:5)
- Foram capturados por Deus (linguagem de Paulo) – o Senhor levanta (Is 1:9)
- Levaram a reprovação por sua fé (Jr 15:15,16)
- Amam a palavra
- Mantiveram-se puros (Jr 15:17)
Lemos em Zacarias:
“E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zc 4:6)
O prumo está relacionado com a edificação correta – ouro, prata, pedras preciosas (graça, graça, graça).
Esses são dias das pequenas coisas (Zc 4:8-10) – coisas valiosas são custosas. Algumas obras grandiosas terão pouco valor diante de Deus naquele dia. Madeira, feno, palha – próprio homem, glória do homem e obra do homem.
Esse texto se refere a Deus edificando Sua casa. Quando Deus levou aquele remanescente para Jerusalém, Ele levou os pobres, não os campeões ou os que eram grandes em ministério. Deus escolhe as coisas pequenas do mundo para envergonhar aquelas que são. Aqui está o testemunho de pessoas que eram tão pequenas que de nenhuma maneira, nem humanamente falando, teriam qualquer condição de reedificar aquilo que só Deus poderia fazer. Não obstante, estavam ali cooperando com o Senhor que, de maneira silenciosa, estavam reedificando Seu templo.
“Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma grande campina; porque ele trata a primeira pedra com aclamações: Graça e graça a ela.” (Zc 4:7)
Quem é que deveria colocar a última pedra do edifício? Apenas uma pessoa. Zorobabel, e ele é um tipo de Cristo. Ainda que aquele processo de edificação esteja acontecendo, pelo poder de Deus, a casa de Deus está sendo edificada pelo Seu povo, a obra final, porém, não pode ser completada, até que Jesus volte e coloque aquela pedra chave que é Ele mesmo.
A característica do remanescente é que eles vão estar clamando graça, graça. Tudo foi pela graça, pois estas pessoas simples sabiam muito bem que não foi por elas. Enquanto estavam ali edificando, quem foi que segurou o inimigo, que era muito mais poderoso do que eles, do lado de fora? Eles proclamaram que foi graça, graça, tudo foi a graça de Deus. Aqui está um quadro do vencedor. Vivemos hoje dias nos quais devemos ser humilhados pelo estado atual da Igreja. Não podemos deixar de perceber. A Igreja está em um estado de ruína. Não há nada que possamos fazer em relação a isso a não ser termos um ouvido para ouvir e a graça para obedecer, e através da Sua vida vencer. Isso é o testemunho do tempo do fim.
Extraído do livro “O Testemunho do Tempo do Fim” de Dana Congdom.
