Major W.Ian Thomas
“…mensageiros ao rei de Edom, a dizer-lhe: Assim diz teu irmão Israel…” (Nm 20:14).
Vendo o texto cima, parece que, depois de 38 anos, Moisés entrara em pacto com Amaleque. Entretanto, é o Senhor vivo e ressurreto que deve ocupar o lugar da velha natureza adâmica; mas, se você O aceita e O conhece apenas como a Rocha ferida, como Redentor crucificado, não importa quão grato se sinta para com Ele, não importa quão intenso seja o impulso de seguir pelos Seus caminhos, tal como os insensatos Gálatas, você “…tendo começado no Espírito…” procurará ir-se “…aperfeiçoando na carne…” (Gl 3:3). Você acabará entrando em pacto com Amaleque, chamando-0 de irmão, pois nada conhecerá que possa tomar o seu lugar.
Entretanto, apesar da atitude de Moisés ter-se alterado com relação a Amaleque, a verdade é que a atitude de Amaleque para com Moisés em nada mudou. “Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que não saia eu de espada ao teu encontro” (Nm 20:18). Em outras palavras, teria dito Amaleque: “Há trinta e oito anos passados eu te resisti face a face, e em nada mudei de pensar – continuo te oferecendo resistência! Não passarás por mim!”.
Era função de Amaleque servir de obstáculo ao povo de Deus, em sua caminhada para Canaã. “Assim recusou Edom (Esaú, Amaleque) deixar passar Israel pelo seu país; pelo que Israel se desviou dele” (Nm 20:21). Onde estava a vara levantada? Onde estava a vitória que Deus lhe havia outorgado? O Senhor lhes comandou que seguissem para o sul! Deus dissera – “Avançai!” – e no entanto, eles tiveram que retroceder!
“Depois viramo-nos, e seguimos para o deserto, caminho do Mar Vermelho, como o Senhor me havia dito, e muitos dias rodeamos a montanha de Seir. Então o Senhor me falou, dizendo: Tendes já rodeado bastante esta montanha: virai-vos para o norte. Ordena ao povo, dizendo: Passareis pelos termos de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós; portanto guardai-vos bem. Não vos entremetais com eles, porque vos não darei da sua terra nem ainda a pisada da planta de um pé; pois a Esaú dei por possessão a montanha de Seir” (Dt 2:1-5).
Para o povo de Israel não havia possessão alguma na terra de Edom, como, igualmente, não deveriam entremeter-se de forma alguma com os filhos de Esaú. Aos israelitas cabia prosseguirem em direção ao norte, na direção da terra que Deus lhes proporcionara, e então os seus inimigos haveriam de temê-los. Infelizmente, todavia, os filhos de Israel é que foram dominados pelo medo, e assim “…partiram de Cades, e os filhos de Israel, toda a congregação, foram ao monte de Hor… Então partiram do monte Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém o povo se tornou impaciente no caminho” (Nm 20:22 e 21:4).
Foi nessa altura da jornada que os filhos de Israel atravessaram o vale de Zerede, seguindo na direção de Moabe e Amom, do lado errado do Rio Jordão, que agora estava entre eles e a terra da promessa; e então declarou Moisés “…o tempo que caminhamos de Cades-Barnéia (de onde os doze espias foram enviados à terra de Canaã) até passarmos o ribeiro de Zerede foram trinta e oito anos..” (Dt 2:14). Mas essa caminhada, do princípio ao fim, foi embaraçada por Amaleque, que se recusou a permitir passagem a Israel por suas fronteiras.
Extraído do livro “Salvos pela Vida de Cristo” – Cap. 9 – Major W.Ian Thomas