“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho…”
Hb 1:1
DEUS falou. Este é um fato solene e tremendo. Que a criatura trema diante da expressão de Deus, considerando este um assunto de altíssimo privilégio o ouvir e compreender o que Deus falou. Mas nós somos chamados a ouvir, não uma proclamação do Criador para o Seu universo, ou até à humanidade em geral. Deus “falou conosco”. O mesmo Deus que na antiguidade falou em muitas partes e de muitas formas aos pais, falou conosco nestes últimos dias. Ele trouxe uma mensagem diretamente a nós, e que vitalmente diz respeito a nós.
Nos parece que inicialmente o objetivo do Espírito na Epístola aos Hebreus é nos impressionar com o peso da mensagem a nós falada, e com essa finalidade ele nos mostra que, a mensagem entregue a nós nos últimos dias é de maior importância que a mensagem entregue aos pais nos tempos antigos. E isso é aparente através do fato que a Palavra dos antigos foi falada por (ou através) de anjos (2:2), por outro lado Deus falou conosco em (ou como) o FILHO. (O original é lido “em Filho”, e a sua força não pode ser fornecida pela mera tradução da língua Inglesa. A ideia é que O PRÓPRIO DEUS falou, o caráter que Ele tomou para este propósito era aquele de “Filho”.)
Ele que é o Brilho da Glória de Deus e que expressa a Imagem de Sua Substância, por meio de Quem Ele também criou os mundos, e Quem sustenta todas as coisas pela Palavra do Seu poder, tem falado a nós com Lábios Humanos, pronunciando palavras familiares ao discurso humano, com palavras, não obstante, que são Espírito e Vida, palavras que o homem nunca disse, palavras de vida eterna que nunca passarão.
Atenção é dirigida à grande diferença entre a Palavra falada nos tempos antigos aos pais e a Palavra dita nos últimos dias a nós, com o fim de que nós possamos dar maior atenção às coisas que temos ouvido. O primeiro capítulo aos Hebreus é grandemente ocupado com referencias das Escrituras do Velho Testamento que nos apresentam a excelência do Filho de Deus, se comparado com anjos que são Seus “espíritos ministradores”, a quem é rogado que O adorem quando Ele condescende em descer a terra habitável sob a forma e natureza humanas (vs.6). Este contraste, tão cuidadosamente realizado, entre o Filho e os anjos, não tem o mero propósito de estabelecer e guardar a Deidade de Cristo, mas é dado também com o objetivo de impressionar-nos com a suprema importância da mensagem especial que nos foi falada pelo Próprio Filho, distinta da falada aos pais pelos anjos.
“Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo; como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação, a qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor…”
Aqui está, então, vantagem inexprimível a ser ganha por prestar atenção as coisas faladas a nós pelo Senhor, e necessariamente segue que existe uma correspondente perda a ser incorrida pela falha em crer e obedecer Sua Palavra.
Baseado no livro “Peregrinos de Deus” de Philip Mauro