A Palavra do Senhor nos prova

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A Palavra do Senhor nos prova é composto por extratos selecionados do texto “Os Despojos da Batalha”, de T. Austin-Sparks, publicado no site www.austin-sparks.net.

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T. Austin-Sparks (1888-1971)

“Mandou adiante deles um varão, que foi vendido por escravo: José, cujos pés apertaram com grilhões e a quem puseram em ferros, até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do Senhor o provou” (Salmo 105:17-19).

Você obtém uma revelação, um ensino do Senhor em relação à verdade; passa a ver uma verdade Divina como nunca viu antes. Talvez isso seja algo inteiramente novo, talvez seja uma nova luz sobre algo antigo. Ainda assim, é uma nova revelação, e ela vem a você com todo o frescor, alegria, inspiração e arrebatamento que acompanham o efeito de um céu aberto. Por um tempo nos deliciamos nisso, e não falamos de outro assunto além desse.

Então, chega o momento de encarar um terrível conflito relacionado a essa revelação. Parece que a primeira glória dela partiu e nos encontramos passando por todo tipo de questionamento a respeito dela. Nos sentimos frios, mortos, em trevas; é como se tudo estivesse perdido. Olhando para aquela revelação original a partir do ponto de vista da experiência, questionamos se de fato estávamos corretos a respeito dela.

Que criaturas estranhas somos nós! As coisas mais impressionantes que experimentamos, quando nas circunstâncias acima descritas, passam a se tornar alvos de nossos maiores questionamentos.

Nós simplesmente tomamos posse daquilo enquanto houver um frescor, que acabou por ser aquele ímpeto que nos conduziu inicialmente. Então aquilo passa a parecer irreal, e nós entramos em um período de conflito pela verdade que nos foi dada pelo Senhor. Naquele momento de conflito, nós somos sondados, nossos corações são perscrutados, e somos profundamente testados. Vamos nos lembrar de José: “Até o tempo que a palavra se cumpriu, a palavra de Jeová o testou”. A Palavra do Senhor provou José. Nós passamos exatamente pelas coisas que amplamente divulgamos e acreditamos, e então começamos a duvidar delas.

A Palavra do Senhor nos prova, mas é exatamente nesse conflito que os elementos espirituais e morais são desenvolvidos, e as características de Cristo são trazidas à luz. O conflito garante um despojo para futura edificação. A partir daí retornamos, mas não mais naquele campo original quando apenas nos apropriamos daquela verdade, mas em outro muito mais elevado, profundo, aquela revelação se tornou em algo mais porque fomos para a guerra com ela e voltamos com o despojo para construir. Naquele combate foram acrescentados fatores celestiais renovados sobre aquela revelação original, o conflito permitiu um ganho de valor: o poder da ressurreição.

Apesar da revelação de Deus ser recebida do alto, com toda glória, beleza e força Divinas, e nós nos regozijarmos nessa luz por um tempo, é na batalha, no conflito, na morte, nessas provações e testes que seremos levados ao ponto de ter essa revelação como parte integrante de nossa vida. Então o poder da ressurreição começará a agir, e nós voltaremos com essa revelação mais forte do que nunca, adicionada de despojos para a edificação.

Entenderemos ainda mais o valor dessa revelação, porque nós nunca havíamos passado por um conflito com ela antes, nunca havíamos testado aquela arma, nunca tínhamos usado aquela espada; mas agora conhecemos seu valor.

Muitas pessoas recebem uma revelação! Ficamos muitos felizes e encantados quando as pessoas passam por isso, mas pensamos: ‘É, em breve elas serão provadas. Essa revelação irá testa-las, e eles irão passar por um conflito de terrível escuridão, questionamentos, e depois disso, a revelação será uma verdade, plantada dentro deles pelo Senhor’. Antes, a revelação era objetiva, mas a partir da provação, o Senhor a plantará dentro de nós, assim como nos plantará na revelação. Vamos passar por tudo isso e finalmente afirmar: “Antes, aquilo era algo dado a mim, mas pertencia a outro, agora é meu”. A partir daí, vamos começar a edificar com o despojo do combate.

Gostou? Veja essa série que selecionamos para você: Considerados Dignos do Reino.


T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério. Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência. Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church.

“Nenhum homem é infalível e ninguém ainda ”obteve a perfeição”. Muitos homens piedosos precisaram se ajustar, seguindo um senso de necessidade, após Deus lhes haver concedido mais luz.” (De uma Carta do Editor publicada pela primeira vez na revista “A Witness and A Testimony“, julho-agosto de 1946).

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