A atitude correta nas circunstâncias da vida é a tradução de extratos selecionados das páginas 92 a 94 do livro “Choice Sayings, Notes of Expositions”. Esse livro é composto por uma coletânea de palavras ministradas pelo irmão Robert C. Chapman.
***
Robert Cleaver Chapman (1803-1902)
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:3–5).
Nossas circunstâncias são o que fazemos delas. Se não forem mantidas debaixo de nossos pés pela fé, nos governarão pela incredulidade.
Nosso cântico de louvor nunca pode ser interrompido. Isso só acontecerá se nos regozijarmos mais nas circunstâncias e nas coisas ao nosso redor, do que no próprio Deus. É vergonha para nós o fato de sermos tão facilmente afetados pelas mudanças das circunstâncias ao nosso redor. Como é bom termos um Deus imutável em Quem descansar!
O homem natural é escravo das circunstâncias.
Nunca se deixe ser compelido a dizer: ‘Fixei minhas estacas tão profundamente na terra que não consigo arrancá-las; antes, deixe-me armar minha tenda de forma que, num momento, possa desarmá-la por ordem do Senhor’ (Nm 9:15-23).
Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus; embora isso ocorra às vezes na forma de disciplina e julgamento. Se honrarmos a Deus nos pequenos assuntos de nossa vida cotidiana, Ele preparará uma ocasião maior para nossa fé e, assim, honrará a obediência que inicialmente era oculta, e só Ele conhecia. Abraão se conduziu de tal maneira com Deus em relação aos pequenos assuntos cotidianos da sua tenda e da sua casa, que quando a grande ocasião surgiu (Gn 22), aquele homem de fé reluziu diante de nós.
Pouco importa quais sejam as nossas circunstâncias, se no espírito da nossa mente estivermos diante de Deus oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Ele, por Jesus Cristo. Para a fé, todas as circunstâncias são oportunidades de agradar a Deus e servir a Cristo.
É mais desejável a posição de vida que menos perturbe nosso espírito e desvie o nosso coração de Cristo. Não deveríamos, então, almejar mais ser humilhados com nosso Senhor, do que ser elevados com os homens do mundo? Cada estado da vida tem suas próprias tentações; mas a medida das nossas tentações se intensifica e cresce em poder de sedução sobre nós, na medida de nossa ascensão nas honras terrenas.
Por mais que deploremos o pecado de alguém que nos prejudicou, devemos ser gratos pela ocasião de evidenciar a mente de Cristo para com o transgressor.
Se nosso coração estiver decidido a desfrutar da luz do semblante de nosso Pai, descobriremos que todas as circunstâncias, tanto as amargas quanto as doces, nos proporcionarão a oportunidade de suportar ou fazer algo por amor a Ele.
Minha felicidade em Cristo crescerá em cada nova circunstância, se não tiver outra vontade senão a de Deus. Deus, em todas as circunstâncias, tem prazer em alegrar Seus filhos obedientes (2Ts 3:16).
Não devemos julgar o caráter de Deus por meio de Suas providências, mas Suas providências por meio de Seu caráter, então seremos capazes de nos alegrar nos momentos que a carne se lamenta.
Quando Elias, incrédulo, fugiu de Jezabel, recebeu a repreensão correta do Senhor. Entretanto, a falha na hora da tentação não escondeu a fidelidade de Seu servo dos olhos graciosos de Deus (1Rs 19). De maneira semelhante, o Senhor Jesus tratou com o outro Elias – João Batista – quando ele pareceu uma cana agitada pelo vento (Mt 11:2-15). Devemos ser imitadores de Deus como filhos amados e agradáveis; e se devemos sofrer devido ao pecado de nossos irmãos, seja qual for sua graça, não devemos permitir que a falta encontrada neles encubra diante de nossos olhos a sua graça e serviço a Cristo.
