Vitória

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Vitória é a tradução do artigo homônimo publicado na revista  A Witness and a Testimony, Edição de Nov-Dez 1971, de T. Austin-Sparks.

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T. Austin-Sparks (1888-1971)

“Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Coríntios 15:57-58).

“OBRIGADO!”. “Vitória!”. O apóstolo enfrentou os mais formidáveis ​​inimigos da esperança e da confiança. É como se ele tivesse encarado cada um desses gigantes de forma muito eficaz e sucessiva, imobilizando-os por meio da Cruz de Cristo.

O primeiro a ser tratado dessa forma foi o colosso da condenação – a lei. Nenhum homem jamais poderia resistir a essa tão grandiosa força. A lei desafiou todas as gerações, sempre deixando um rastro de vítimas e derrotados por onde passou. De fato, na soberania de Deus, um dos objetivos de sua existência era expor a fraqueza e impotência do homem em seu estado não regenerado. 

Mas a graça, a graça de Deus, em Cristo Jesus, manifestada em plenitude em Cristo crucificado e ressuscitado, destruiu o poder de condenação da lei e se ergueu sobre aquele gigante com o grito exultante: “Obrigado!”. “Vitória!”. “Através de nosso Senhor Jesus Cristo!”.

A força da lei era o pecado, e esse monstro, filho daquele “Golias”, foi o próximo a ser tratado neste tremendo capítulo.

Que força tem o pecado! Todo recurso concebível foi tomado na tentativa de neutralizá-lo: justiça cerimonial, justificativa psicológica, raciocínio filosófico, evasão fatalista, sublimação e faz-de-conta ideológico, para não deixar de falar das agonias da luta e do esforço humano. Mas o pecado continuava vencedor no campo de batalha. Faça o que for e chame como quiser, ele ainda despreza todos os esforços para subjugá-lo. 

Ele prevaleceu até que Cristo veio e “se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” [1Co 1:30]; o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” [Jo 1:29] … “foi feito pecado por nós (em nosso lugar) para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” pela fé nele [2Co 5:21]. “Triunfando deles na cruz” [Cl 2:15]. Em seu túmulo irrompeu o grito triunfante: “Obrigado!”. “Vitória!”. “Por nosso Senhor Jesus Cristo.”

Vimos como a Cruz venceu a lei e o pecado, mas ainda resta a consumação de ambos: a morte! Que inimigo! Que poder! Em seu próprio reino ela é decisiva, diante dela a esperança é silenciada. A morte pode ser o refúgio dos desesperados e abandonados, e, ainda assim não é anestesiada; tem um ‘aguilhão’ e nessa medida é um ‘inimigo’, um poder.

Não nos alongaremos sobre essa mãe da tristeza, solidão, decepção e desolação… Tampouco poderemos rejeitá-la usando aquela filosofia que diz ao homem em geral “que não há morte”.

Mas o apóstolo afirma que “a morte foi tragada pela vitória”! “Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão?” Ela atacou o incorruptível Filho de Deus, e Ele se voltou arrancando seu aguilhão. Ele, ao morrer, destruiu a morte para sempre no que diz respeito a todos os que colocam sua fé nEle. Ele venceu a morte por meio de Sua ressurreição, pois “agora Cristo ressuscitou dos mortos”. A trombeta soou: “Obrigado!” “Vitória!” “Através de nosso Senhor Jesus Cristo!”

O apóstolo não pára por aí. Ele acrescenta uma palavra de segurança inspiradora e encorajadora para todos os que “trabalham” na “obra do Senhor”. “Portanto” … ‘Não fique desconcertado pela condenação, por sua consciência das próprias faltas ou imperfeições, pelas investidas persistentes do acusador, pela falta de estabilidade para terminar a obra, pelas decepções que o tempo traz. Devido ao triunfo universal dAquele por quem você trabalha, “seja firme, inabalável e sempre abundante… sabendo que seu trabalho não é vão no Senhor”.

“Graças a Deus!”. “Vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!” – T. A-S.

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T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério. Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência. Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church. 

“Nenhum homem é infalível e ninguém ainda ”obteve a perfeição”. Muitos homens piedosos precisaram se ajustar, seguindo um senso de necessidade, após Deus lhes haver concedido mais luz.” (De uma Carta do Editor publicada pela primeira vez na revista “A Witness and A Testimony“, julho-agosto de 1946).

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