A Obra do Espírito é um resumo do Capítulo 4 do livro “Search of The Bride”, de Arlen Chitwood. É importante salientar que não se trata de uma tradução do texto original, mas da nossa compreensão daquilo que o autor escreveu, podendo conter divergências em relação ao seu entendimento. Aqueles que se sentirem movidos podem ler o arquivo original no link disponibilizado acima.
Leia a mensagem anterior aqui.
Arlen Chitwood
“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” (João 16:12-15)
Esses versículos continuam o pensamento dos versos anteriores (vs 7-11), que estão focados na obra de exortação do Espírito (logo que Ele foi enviado) entre Cristãos nesta dispensação. Essa obra de exortação tem um objetivo de “trazer luz” aos Cristãos em relação a todos os assuntos relacionados à missão do Espírito no mundo. A missão do Espírito se relaciona com Sua busca por uma noiva para o Filho de Deus, com vistas ao Seu reino, e o Espírito vai chamar a atenção em três esferas: pecado, justiça e juízo (vs 8-11).
Muito o que vos dizer
O “muito a dizer”, que Cristo não ensinou aos discípulos, não pode ser separado do que Ele previamente disse sobre pecado, justiça e juízo. Tudo se relaciona com o ministério anterior de Cristo e os tratos de Deus ao longo da história com o homem. Tudo está relacionado com uma coisa e se movendo para um alvo, quando o Filho de Deus, com Seus co-herdeiros, tomar o cetro com vistas a ordenar a desordem que prevalecia anteriormente.
O Filho não possui uma esposa no presente, e, se o Filho irá reinar durante a era que virá, provisão deve ser feita antes desse tempo (que a Escritura coloca na presente dispensação) para a procura de uma esposa. O Filho não pode reinar sem uma esposa ao Seu lado, porque isso violaria um princípio estabelecido pelo próprio Deus no início (Gn 1:26). O Homem e a mulher precisam governar juntos – Ele como Rei, e ela uma rainha consorte. A esse respeito, Gn 1:26 antecipa o que é isto em Gn 24:1.
A razão para que tanto o homem como a mulher tenham que reinar e acender ao trono juntos é vista em Gênesis 2.
A noiva do primeiro homem, o primeiro Adão, foi uma parte do homem, formada a partir do seu próprio corpo. Ela foi osso do seu osso e carne da sua carne. O homem não poderia subir ao trono incompleto. A mulher, que complementa o homem, precisa subir no trono com ele.
Exatamente a mesma coisa acontece com o segundo Homem, o último Adão, e Sua noiva. O Espírito está atualmente no mundo buscando uma noiva para o Filho, a qual, como no tipo de Gênesis 2, só pode ser tomada do Seu corpo (Ef 5:30-32; Cl 1:18, 24). Como a noiva é parte do corpo do Filho, ela será Seu complemento (Hb 2:10). Então, exatamente como no tipo, a noiva ascendendo no trono com o Filho, permitirá que Ele ali esteja de forma completa.
Toda uma dispensação foi separada com esse propósito. Deus, durante a presente dispensação, enviou o Seu Espírito ao mundo para adquirir uma noiva para Seu Filho, tendo em vista o reino que se seguirá.
Ele não Falará por Si Mesmo
O maior problema da Cristandade hoje não é somente uma magnificação do Espírito, mas também uma magnificação Dele à parte de Sua verdadeira obra. O Espírito, ao contrário, nunca chama atenção para Si mesmo, e Seu ministério é sempre focado em um único alvo – fazer aquilo para o qual foi enviado.
No tipo de Gênesis 24, o servo de Abraão foi cuidadoso em não chamar atenção para si mesmo. Os 10 camelos que ele trouxe à terra estavam carregados com “bens do mestre” que havia sido dados ao seu filho (vs 10, 36, conforme Gn 25:5). Sua missão envolvia duas coisas:
- Anunciar que ele buscava uma noiva para o filho do mestre (vv 37).
- Demonstrar diante da possível noiva o que o pai tinha dado ao seu filho (vv 22, 47, 53).
Essas são exatamente as mesmas coisas que o Espírito vem fazendo entre o povo de Deus durante esta dispensação. O tipo foi estabelecido, o antítipo (obra do Espírito no mundo hoje) precisa seguir o tipo (obra do servo em Gn 24) nos mínimos detalhes.
Dirá tudo o que Tiver Ouvido
O Espírito, assim como o servo de Abraão, tem todas as possessões do Pai (que o Pai deu ao Filho) à Sua disposição. Essas possessões estão abertas e revelada à possível noiva através da Palavra, que o próprio Espírito moveu diferentes homens para escrever no passado.
O Espírito toma essa Palavra em Sua posse e a abre para o entendimento do indivíduo. Ele toma essa Palavra e dissemina diante dos Cristãos “jóias de ouro e de prata e vestidos“ [que só podem ser alusões às coisas relacionadas ao vestido de casamento, feito dos ‘atos de justiça dos santos’] (Gn 24:53; conforme Ap 19:7,8).
O servo de Abraão realizou sua missão em completa concordância com as instruções que ele havia recebido previamente do seu mestre (Gn 24:33). Nada mais envolvia aquela missão – apenas coisas relacionadas à busca da noiva para o filho de Abraão.
É exatamente as mesmas coisas que envolvem o ministério do Espírito no mundo hoje. Sua missão está sendo cumprida em exata e completa concordância com as instruções prévias recebidas do Pai. Nada mais envolve Sua missão – apenas as coisas relacionadas com a busca de uma noiva para o Filho de Deus.
Ele Me Glorificará
Existe uma dupla ênfase na afirmação de Cristo aos Seus discípulos relacionada à futura obra do Espírito:
- A maneira pela qual o Espírito vai conduzir Seu ministério (vv 8-11).
- O que o Espírito usaria quando conduzisse esse ministério de forma revelada (vv 13-15).
Como já foi dito, a maneira pela qual o Espírito hoje conduz Seu ministério é convencendo do pecado, da justiça e do juízo. Como também já foi mencionado, o que o Espírito usa para esse processo do Seu ministério é a Palavra de Deus.
É somente a Palavra que revela tudo o que pertence ao Pai, e que Ele deu ao Filho. O Espírito glorifica o Filho tomando as coisas que Lhe pertencem e revelando-as ao povo de Deus.
É uma presente glorificação do Filho pelo Espírito por meio da revelação, a partir da Palavra, de Sua futura glória. Isso acontece mostrando ao povo de Deus “as coisas que virão” por meio do abrir a Palavra e revelar tudo que pertence ao Pai, que Ele deu ao seu Filho. Isso acontece por meio da condução, pelo Espírito, de indivíduos à “toda a verdade”, tudo relacionado ao assunto central do reino e a glória futura do Filho.
Cristo nasceu Rei em Sua primeira vinda, apesar de separado nesse momento de Sua glória (Mt 2:2; Rm 8:3). Ele foi rejeitado pelos judeus, escarnecido pelos soldados romanos (foi também espancado), e foi então crucificado como “o Rei dos judeus” (Mt 27:15-37).
Mas Ele retornará de forma completamente diferente da que foi visto em Sua primeira vinda. Ele não será um Rei esvanecido, com coroa de espinhos, com zombarias e tratamento abusivo, com crucificação. Ele retornará em todo o Seu poder e glória como o “Rei dos reis, Senhor dos senhores” (Mt 19:11).
Naquele dia “todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Senhor” (Fp 2:10,11).
Leia o próximo Post, que é a continuação dessa série – O Convite.
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