O artigo “O Veredito de Deus – Mene, Mene, Tequel e Parsim” é uma reflexão nossa sobre o texto de Daniel 5, mostrando o julgamento de Deus quando o homem natural e carnal assume o trono das nossas vidas.
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Participante de Cristo
“Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:8).
“Pesado foste na balança e achado em falta” (Daniel 5:27).
O céu domina
No capítulo 4 do livro de Daniel, temos a descrição de uma experiência muito forte do Rei Nabucodonosor com Deus. O seu reino era imenso, e ele pensava que tudo que tinha conquistado vinha dele mesmo. O veredito de Deus para ele foi de permitir que ele tivesse uma experiência de completa humilhação por sete tempos – indicando a plenitude dessa experiência – para que pudesse entender que O CÉU DOMINA (Dn 5:25-26; 32; 34-37). A partir da experiência devastadora de se tornar louco por esse período, Nabucodonosor aprendeu que, mesmo quando estava no trono, o Reino não era dele. O CÉU DOMINA.
A carne no governo
Belsazar, que reinou na Babilônia posteriormente, não atentou para a experiência de Nabucodonosor. Como o nosso velho homem, Belsazar adorava estar no trono, no governo. Belsazar não só ignorou a soberania de Deus, como usou sua posição para utilizar os utensílios sagrados do templo para sua diversão. A atitude dele de tomar das coisas de Deus para seu próprio deleite não é diferente da nossa egocêntrica natureza humana. Sempre queremos tirar proveito de tudo para nós mesmos, para nossa satisfação.
Olhando para Belsazar como uma figura da carne no governo da nossa vida, vemos o risco que cada um de nós corre quanto a permitirmos assumir essa prerrogativa – um anseio inesgotável pelo bem estar, prazer, satisfação de todos os nossos desejos, inclusive usando as coisas de Deus para nosso deleite e satisfação (Dn 5:1-4). Belsazar usou os utensílios da Casa de Deus e bebeu neles, deu louvores aos deuses de prata e ouro, e isso nos parece tão fora da nossa realidade, mas, será que não usamos Deus e Sua palavra para dar vazão aos nossos interesses? Será que não estamos dando glória a outros deuses, homens, ministros, e até a nós mesmos, usando Cristo, as coisas do cristianismo (a música, a palavra, os relacionamentos de “comunhão”) para satisfazer nossos desejos e vontades?
O veredito de Deus
Então vemos a mão que escreve o veredito de Deus na parede. Eram palavras aparentemente comuns, mas seu sentido espiritual só poderia ser compreendido por alguém espiritual, o que não era o caso do rei [1 Co 2:14,15]. Não podemos nos esquecer que aquela mão era a mão de Deus. Somente Deus poderia revelar o seu sentido.
Daniel, o amado do Senhor, vem trazer o veredito de Deus ao jovem rei. Primeiramente, Daniel o lembra da experiência de seu antecessor Nabucodonosor que, pelo orgulho, foi poderosamente humilhado, perdendo o trono até que reconhecesse o Senhor como o verdadeiro Rei. Apesar de saber de tudo isso, Belsazar não humilhou o seu coração, não temeu a esse Deus vivo. Fez ainda piores coisas que Nabucodonosor, porque usou as coisas de Deus para dar glória a deuses falsos.
O Apóstolo Paulo deixou bem claro para cada um de nós – “na nossa carne não habita bem algum” (Rm 7:18); “os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8:8); “a nossa carne milita contra o Espírito” (Gl 5:17).
Não ignore o veredito de Deus
É muito perigoso ignorar o veredito de Deus em Sua palavra a respeito de nós mesmos. Muitos ainda acham que podem fazer coisas maravilhosas para Deus – e quando podem, usam sua vida, os dons de Deus e tudo mais para si mesmos, para sua própria glória – e o pior, dão louvores a todos, menos ao Deus dos céus.
O veredito de Deus é simples – MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. Essas eram palavras comuns para Belsazar. Mene significa medir, tequel significa pesar, Parsim significa dividir. Entretanto, o sentido espiritual dessas palavras foi dado por Daniel: “Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas” (Dn 5:26-28).
O Senhor deve estar no trono
Naquela mesma noite Belsazar foi assassinado. Mas o que isso pode dizer para nós? Deus sonda nossos corações. Ele realmente nos conhece e nos mede e pesa de acordo com o padrão Dele, que é o Seu Filho. Ele nos mede, nos pesa, e nos acha em falta! A única saída é “tomar a cruz” – abrir mão da nossa vida, para que a vida de Jesus se manifeste no nosso corpo mortal (2 Co 4:10). O veredicto para nós é CRUZ.
Nossa carne nunca será suficiente. Nunca conseguiremos corresponder à demanda Divina, mas sempre seremos pesados e achados em falta. Nossa carne nunca vai agradar a Deus. Melhor é não dar a ela o trono da nossa vida. Quem deve estar no trono é o Senhor. Ele é o único que passa na medida, no peso, e pode agradar plenamente ao Pai.
Que nossa experiência seja de temer a nós mesmos, não dando o trono ao nosso velho homem, caso contrário, seremos achados em falta quando formos sondados pelo Senhor, perdendo o nosso lugar no reino (a coroa – Ap 3:11).
O único caminho para Belsazar é a morte (Dn 5:30).
5 Comentários. Deixe novo
Que O Eterno proteja cada um de nós individualmente desta tão grande falta. Na verdade, como afirma o Apóstolo Paulo, realmente na nossa carne não habita bem algum. Mais, graças a Deus por Cristo Jesus, que fez habitar em nós o Seu Espírito Santo.
Que possamos permitir sermos guiados por Ele.
Glória a Deus por essa palavra edificadora, além disso, ela nos faz refletir se não estamos usando as coisa sagrada de Deus para o nosso próprios prazeres. Grande alerta para mim e você. Amém!
muito obrigado pela explicação, Deus abençoe.
muito forte esta experiência do Rei Belsazar, podia ter evitado, não prestou atenção na experiência do Pai Nabucodonozor, e serve pra nos tambem.
Palavra abençoada! Confirmação de Deus.