Deus não Poupou Seus Filhos

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Participante de Cristo

“Se Deus não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?” (Rm 8:32).

Nesse texto da epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo está dizendo que Deus nos deu a maior dádiva, Seu Filho Jesus, e por isso não irá nos negar todas as dádivas inferiores. Todavia, nosso propósito estará voltado para a expressão: “se Deus não poupou o Seu Filho, antes O entregou”. Desejamos ver como o Pai não poupou o Seu Filho e qual foi o tratamento dado a Ele.

Jesus Se esvaziou de todas as glórias como Deus. Seu nascimento foi num contexto humilde, como filho de um camponês. A sala de parto foi uma estrebaria e Seu berço uma manjedoura (cocho de madeira onde os animais comiam). Os longos trinta anos de preparação e submissão aos pais, a disciplina da vida familiar com irmãos e irmãs pecadores; o trabalho árduo e constante na carpintaria; a responsabilidade da família como irmão mais velho; a tolerância com a religiosidade morta dos mestres na escola e na sinagoga, uma vez que Ele a havia ultrapassado com Seu conhecimento vivo do Pai e das Escrituras – tudo isso representou um enorme sofrimento. Ainda, na vida pública, ele enfrentou oposição e ódio dos líderes religiosos; ataques de Satanás e seus demônios. Os equívocos, insensibilidade e oposição por parte do povo; a traição de Judas, um dos Seus apóstolos; a negação de Pedro, outro apóstolo; abandono por parte de todos os seus discípulos; e depois o fato de ser entregue para ser pregado no madeiro maldito foram exemplos dos diversos sofrimentos experimentados por Jesus.

Se observamos outros exemplos na Palavra de Deus como Abraão, Jacó, José, Davi, o próprio apóstolo Paulo, podemos nos lembrar de diversos incidentes difíceis, provas, longas esperas, algumas vezes até na prisão, como foi o caso de José e do apóstolo Paulo. Em duas passagens da sua segunda epístola aos Coríntios, encontramos uma lista impressionante das provações que Paulo experimentou. Mas qual foi a finalidade de tudo isso? Para o Trono. Ele mesmo disse que nos “importa entrar no Reino através de muitas tribulações” (At 14:22).

Quando vemos esse registro dos sofrimentos do apóstolo Paulo, podemos até pensar: será que isso demonstra o amor cuidadoso do Pai por Seu filho amado e servo fiel? É essa uma recompensa justa para Deus dar a um homem que o serviu com total fidelidade, devoção e sacrifício?

Como podemos explicar essas contradições? Se considerarmos a vida de Abraão, Jacó, José, Davi, Paulo e principalmente do Senhor Jesus, podemos observar o fim do projeto que Deus designou para eles, e a resposta e justificação saltam diante dos nossos olhos. Coloquemos lado a lado: Abraão e Ló – Jacó e Esaú. Qual foi o valor e a utilidade de cada um deles nas mãos de Deus? Essa é a resposta.

Coloquemos José ao lado de Seus irmãos. José sofreu muito e não foi poupado. Ele provou uma disciplina interior que seus irmãos não conheceram. No final eles foram levados para a bênção, prosperidade, riqueza e abundância de Gósen, simplesmente por causa de José, aquele que sofreu e foi moído, e que se assentou no Trono do Egito.

Dessa forma, Deus tem proposto para Seu Filho, o Senhor Jesus, o Trono do Universo. Essa é a explicação para o caminho do sofrimento e da disciplina. Jesus não foi poupado e o Pai não procurou livrá-Lo. Para que? Para que Ele fosse preparado e qualificado para aquela posição elevada. Primeiro Ele Se esvaziou e Se humilhou até a morte e morte de cruz, e depois Deus O exaltou soberanamente! (Fp 2:5-8 / Hb 5:8).

O apóstolo Paulo viu que, tanto para si mesmo como para os outros crentes, só havia um caminho de preparação e habilitação interior para as responsabilidades de compartilhar o Trono de Cristo. Por isso, se dispôs a pagar o preço, sofrendo e preenchendo em seu corpo o que faltava das aflições de Cristo por causa da igreja. Sua oração deve ter sido: “Não poupe Senhor! Não poupe! Tudo o que for necessário para me qualificar para um lugar do Teu lado no Teu Trono” (Fp 3:7-14 / Ap 3:21).

Se o Pioneiro da nossa salvação, Jesus, precisou sofrer a fim de ser aperfeiçoado e amadurecido, o único caminho para os “muito filhos” (Hb 2:10) alcançarem o mesmo grau de glória é seguindo o Pioneiro, Líder e Desbravador do caminho, no caminho do sofrimento e da disciplina (Hb 5:8).

Baseado em um texto do mesmo nome, de Phil Jr.

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