Stephen Kaung (1915—)
“Bem-aventurados os pobres de espírito” (Mateus 5:2).
Quando você ouve sobre o reino dos céus, ele pode não impressiona-lo como boas notícias de algum modo. Ele parece ser duro, difícil, demandando muito e cheio de condições. Você tem que se esforçar por ele; os violentos o possuem. Isto não soa como um evangelho, uma boa notícia, mas é uma boa notícia. “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus”. A palavra bem-aventurado significa “feliz”. “Felizes os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus”.
Quando você ouve a mensagem, pode dizer: “Bem, não há muita felicidade nisso. Ela tira a sua felicidade. Ela é tão difícil”. Mas esta é a verdadeira felicidade. Você não conhece a verdadeira alegria, a verdadeira felicidade até que seja pobre de espírito. E formos colocados nesta posição de bem-aventurado. Naturalmente, todos somos pessoas pobres. Não pense que você é humilde. Quando as pessoas dizem: “Veja como sou humilde”, você sabe que esta é uma expressão de soberba extraordinária.
O que é o pecado? Como acontece o pecado? Aquele arcanjo Lúcifer começou a pensar em si mesmo. Ele foi criado por Deus com tanta beleza, tanto talento. Ele foi colocado no lugar mais elevado como um querubim no trono de Deus. Ele era o suposto líder dos anjos, a hoste angelical, para adorar e cantar louvores para Deus. Foi dado a ele grande poder e autoridade, mas ao invés de ser consciente somente de Deus seu Criador, ele começou a olhar para si mesmo. Quão belo! Quão talentoso! Quão poderoso! Que posição! Que autoridade! Ele começou a ser autoconsciente. Quanto mais ele era consciente de si mesmo, mais soberbo e mais ambicioso se tornava. Ele queria ser igual a Deus. É assim que o pecado veio a este mundo.
E o mesmo aconteceu com a raça humana. Deus criou Adão e Eva na Sua imagem, conforme Sua semelhança para a glória de Deus, para obedecer a Deus, para honrar a Deus, e para guardar Seus mandamentos. Contudo o homem começou a pensar em si mesmo: “Eu quero ser Deus. Eu estou sobre todas as criaturas, mas isso não é suficiente. Eu quero ser Deus”.
Soberba, autoconsciência, auto importância, auto glória – esta é a raiz dos pecados. Este é o espírito do mundo, do reino deste mundo. Eles respeitam e adoram aqueles que são soberbos e arrogantes, que são carismáticos, que são capazes de projetar a si mesmos sobre outras pessoas, que são ambiciosas, buscando a si mesmos. Estas são as pessoas que o mundo respeita. Este é o espírito do reino deste mundo. É assim que somos. Nascemos com esta soberba. Pensamos em nós mesmos mais do que qualquer nas outra demais coisa.
Se você pensa que você é humilde, espere até que alguém diga algo que você pensa não merecer. Porque você pensa que você não merece tal crítica? É porque você pensa que você é melhor do que aquilo. Não é isso soberba? Porque é que ficamos feridos quando as pessoas nos criticam? Isto é soberba. Ela está em nossa própria constituição; não podemos remedia-la. Mas o reino dos céus é inteiramente diferente. “Bem-aventurados os pobres de espírito”. Não é o arrogante de espírito, não como os laodiceianos que disseram: “Somos ricos, nada nos falta. Temos tudo”. Pobre de espírito é um tal caráter, uma tal peculiaridade que não é terrena. Você não pode encontra-lo sobre a terra. Ele vem do céu. Quando o Rei dos céus visitou esta terra, trouxe este caráter a este mundo.
Extraído do livro “Meditações sobre o Reino”, de Stephen Kaung, publicado pela Editora Restauração.