Tomando a Cruz

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E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.” (Mt 10:38).

Este verso é a soma do que foi dito antes – esta é a cruz! O que significa tomar a cruz? O Senhor não disse que aquele que não toma sua carga e segue após mim não é digno de mim. Não, Ele diz que quem não toma a sua cruz e segue após mim não é digno de mim. Uma carga não é uma cruz. Carga é uma coisa inevitável; cruz, entretanto, está sujeita à escolha da pessoa e portanto pode ser evitada.

O que a primeira cruz histórica foi, assim as incontáveis pequenas cruzes que vêem depois serão; assim como a cruz original foi escolhida pelo Senhor, a cruz de hoje também precisa ser escolhida por nós.

Algumas pessoas assumem que estão carregando a cruz sempre que elas estão passando alguma privação ou se encontram angustiadas. No entanto, isto não é verdade porque estes tipos de coisas podem naturalmente acontecer com qualquer pessoa até mesmo se aquela pessoa não é um crente. Todas as cruzes que alguém toma precisam ser escolhidas por ela mesma. Por esta razão a pessoa deve se guardar contra um erro aqui, que é, não se deve criar cruzes para si mesmo. Devemos tomar a cruz, não criá-la.

Portanto é um grande engano considerar tudo o que recai sobre nós como sendo cruzes para tomarmos. Quaisquer cruzes que nós mesmos criamos não são reconhecidas como cruzes a serem tomadas.

O que então é uma cruz? Deve ser parecida com o que o Senhor mesmo disse: “Meu Pai… seja feita a tua vontade” (Mateus 26:42). O Senhor disse ao Seu Pai para não responder conforme a vontade do Filho, mas conforme a vontade do Pai. Isto é a cruz. Tomar a cruz é escolher a vontade que o Pai decidiu. Posso dizer sinceramente que se nós não escolhemos a cruz diariamente, não temos cruz para carregar. Se o Senhor tivesse esperado até que a cruz viesse até Ele aqui na terra, como seria possível para Ele ter sido o Cordeiro Imolado desde antes da fundação do mundo? Pois Ele não tinha escolhido a cruz no céu quando Ele estava lá e então “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (Filipenses 2:7 e 8). Nosso Senhor realmente escolheu a cruz “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la.” (João 10:18). De acordo com o mesmo princípio, nossa cruz deve ser alguma coisa a qual nós mesmos escolhemos.

Extraído do livro “A Salvação da Alma” – Watchman Nee

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