A Vasilha de Óleo – 2

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Jessie Penn-Lewis (1861-1927)

“Eliseu lhe perguntou: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. Ela respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então, disse ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia” (2 Reis 4:2-4).

Leitura: 2 Reis 4:1-7

Vamos resumir os pontos da mensagem de Deus nessa história da viúva e Eliseu:

  1. Nossa responsabilidade para com as almas ao nosso redor, que olham para nós, buscando enfrentar suas necessidades.
  2. Nossa posição de completa insuficiência para encarar nossa responsabilidade. Deus espera muito até chegarmos ao ponto de confessar, com profunda convicção, que “não temos nada na casa”.
  3. Nosso recurso está na “vasilha de óleo”— a presença do Espírito Santo em nossos corações. Ele tem operado silenciosamente, por anos, para nos levar ao ponto de reconhecermos nossa incapacidade e sabermos que somente Deus é nossa esperança. Esse é o Deus que se revelou a Abraão como El Shaddai, o que “Se derrama”.

Alguns pontos importantes que precisamos também lembrar:

  1. Que o óleo flui apenas quando habitamos no lugar secreto do Rei, no Lugar Santíssimo. Não é suficiente ter a “vasilha de óleo”, o Espírito Santo habitando em nós, mas precisamos habitar em comunhão irrestrita com Deus e “andar na luz como Ele está na luz”, a fim de que Seu poder possa se manifestar em nós para outros.
  2. Apenas se agirmos da maneira de Deus e sob as Suas direções encontraremos a manifestação do Seu poder.

Eliseu disse à viúva para tomar as vasilhas e ir para dentro da casa, fechando a porta. Não teria havido o fluir se ela tivesse questionado e dito “Por que não posso derramar em outro lugar? Por que preciso ir para dentro e fechar a porta?”

Absoluta obediência à Palavra revelada de Deus é a condição para a manifestação do Seu poder. “Não o buscamos, segundo nos fora ordenado” (1Cr 15:13) – isso pode ser a explicação para a falta da bênção em muito do nosso serviço.

  1. Teremos o óleo aumentado apenas se o derramarmos. Não houve aumento visível até que a viúva começou a derramar. Ela obedeceu às direções e, em fé na palavra de Deus por meio de Eliseu, derramou seu pequeno “tudo”. Então o óleo fluiu e não cessou até que não houvesse mais vasos.
  2. O óleo apenas fluirá até encontrar real vazio. “Põe à parte a que estiver cheia”, foi a direção de Eliseu (vs 4). Precisamos de discernimento para não continuar derramando quando o óleo parar, mas também precisamos perceber que Deus vê quando a vasilha que estamos lidando está cheia. Se continuarmos derramando nessas condições estaremos derramando de nós mesmos – obras mortas, não óleo precioso.

Precisamos nos lembrar também de que o óleo flui sem esforço de nossa parte. Nada que é “forçado” vem de Deus.

Bendito seja Deus, que vasilhas vazias atraem (por assim dizer) o óleo celestial! Desejo é o vácuo que Deus se deleita em preencher. Almas cheias não precisam Dele.

“A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce” (Pv 27:7).

É por isso que Ele nos mantém vazios – para que por meio de nós o óleo possa fluir para encarar a necessidade de outros. Porque “vasilhas vazias”, que “desejam intensamente” (Mateus 5:6) ser cheias, quando estão cheias, novamente desejam ser esvaziadas para que outros possam ser abençoados.

A história acaba assim: “Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e, tu e teus filhos, vivei do resto”. Os filhos foram salvos da escravidão e participaram desse suprimento abundante. Que o “óleo” flua para que “todos na casa” possam ser abençoados!

Por que pensar que Deus nos usaria em outro lugar além de nossa casa? Se o “óleo” não pode derreter nossos amados, porque esperar que derreta os outros? Quantos estão frustrando os propósitos de Deus em suas vidas interiores por fugir da disciplina de seus lares? É mais fácil ser treinado como um missionário do que aceitar o treinamento de Deus ali. Mas em nossa alegoria, os filhos participaram do poder do óleo derramado.

Filho de Deus, pondere a mensagem do Pai, e deixe que Ele ajuste sua vida e a traga em harmonia com Sua vontade em cada detalhe, para que você possa habitar no Lugar Santíssimo, no secreto de Sua presença. Então, quando você trouxer almas diante Dele que vê no secreto, derrame cascatas do Seu amor e vida até que não haja nenhuma vasilha mais a ser cheia.

Tradução de extratos do capítulo 6 do livro “Communion with God” (Comunhão com Deus), de Jessie Penn-Lewis.

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