A administração universal de Cristo

A administração universal de Cristo é parte de uma coletânea baseada no livro homônimo de Witness Lee. Livro publicado pela Editora Árvore da Vida (esgotado). Nessas mensagens vamos meditar a respeito da obra do Senhor Jesus em nossa dispensação, pois apesar de ter cumprido plenamente a obra da redenção, o Senhor continua exercendo um ministério de extrema importância para a Igreja.

***

Witness Lee (1905-1997)

“Eu Sou o que vive; estive morto, mas eis que estou vivo por toda a eternidade! E possuo as chaves da morte e do inferno”  (Apocalipse 1:18).

Leia a mensagem anterior aqui.

Em nossas mensagens anteriores, vimos que Cristo atualmente exerce:

• Sua soberania para a expansão do evangelho, para introduzir os Seus em Si mesmo,
• Seu encabeçamento para nos fazer crescer e funcionar, para que Seu Corpo seja edificado,
• Seu sacerdócio para interceder por nós; executando o novo testamento em nosso favor e nos supre de vida.

Todos estamos sob Seus cuidados. No que diz respeito a nós, nada nos falta. Mas, e quanto ao universo? E quanto ao propósito de Deus? Para responder a isso, precisamos considerar mais um aspecto do ministério do Senhor nos céus.

Esse aspecto final da administração universal de Cristo nos céus é-nos revelado no livro de Apocalipse. O universo inteiro, tanto os céus como a terra, está debaixo de Sua autoridade. Ele é o Administrador universal.

Em Apocalipse, em primeiro lugar vemos que Cristo, o Ungido de Deus, cuida hoje administrativamente de Sua igreja. As igrejas são os candelabros de Deus que manifestam Seu testemunho e necessitam da administração de Cristo. Algumas vezes surgem problemas e dificuldades que demandam por Sua atenção. Nos tempos antigos o sumo sacerdote cuidava do candelabro, assegurando-se de que todas as lâmpadas estivessem em ordem para continuar a brilhar. Nosso Sumo Sacerdote atualmente faz exatamente o mesmo, à medida que anda entre os candelabros (Ap 1:11-13).

Ele cuida das igrejas, tendo nas mãos os seus responsáveis, comparados com estrelas a brilhar nos céus, na escuridão da noite (Ap 1:16, 20). Ele administra os candelabros e sustém as estrelas. A visão apresentada em Apocalipse 1 nos mostra como as igrejas podem perseverar em nosso tempo. A situação entre os cristãos sem dúvida nos deixa desapontados e desanimados. Precisamos voltar-nos da visão terrena para Cristo! Ele é o primeiro e o último! Ele vive, e vive para sempre! Ele é capaz! É Aquele que agora segura “na mão direita as sete estrelas” e anda “no meio dos sete candeeiros de ouro” (2:1). Ele “abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá” (3:7). Olhando para Ele seremos encorajados. Essa é a administração de Cristo nas igrejas.

Apocalipse também nos diz que Cristo é o Administrador que cuida de todos os povos. Existem os judeus, o povo escolhido de Deus, os gentios, que são as nações, e os que participam da cristandade. Precisamos saber que até mesmo a cristandade e a forma como prossegue estão sujeitos à administração de Cristo. Depois que todas essas categorias de povos forem tratadas segundo o governo de Cristo, virá o milênio, o reino de Deus na terra. Depois disso, haverá uma nova era, a eternidade, com a Nova Jerusalém e os novos céus e a nova terra. Cristo é o Administrador de tudo isso.

Isso é revelado a partir de Apocalipse 4. A cena muda, não mais vemos Cristo tomando conta dos candelabros (capítulos um a três), mas vemos “uma porta aberta nos céu”, e nos é mostrado “o que deve acontecer depois destas coisas” (4:1).

Cristo é apresentado como o Cordeiro redentor que venceu, qualificado para tomar o Novo Testamento, abri-lo e executá-lo. Esse é o significado do livro selado na mão direita dAquele que está no trono (5:1). Quando um anjo forte proclama: “Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?” (v. 2), descobrimos que somente o Cordeiro-Leão é capaz tomar o livro (5:5-7). Ele está qualificado a tomá-lo, abri-lo e executá-lo.

As Epístolas de Paulo são para nosso desfrute das riquezas de Cristo que nos foram legadas. Existe, entretanto, outro aspecto do Novo Testamento. Deus trata com o universo conforme aquilo que ali está registrado, tanto os judeus, como as nações e a cristandade. Ali temos uma herança para nosso desfrute.

Nesse mesmo testamento também temos as questões sobre como Deus lida com os vários povos e até mesmo com os céus e a terra. É esse testamento que o Redentor de todo o universo está qualificado a tomar, abrir e executar.

No fim, tudo que existe no universo será encabeçado por Cristo. Os judeus, as nações gentias e a cristandade serão todos tratados, e o reino de Deus será introduzido sobre a terra. Quando tudo que existe for encabeçado em Cristo, terá chegado a plenitude dos tempos. Os céus serão novos, assim como a terra e tudo que nela existe. O universo por inteiro estará em ordem. Não haverão mais divisões, confusões, trevas, morte, noite nem lágrimas.

Quando nos perguntam como estamos, em geral respondemos “bem”. Na realidade, nem tudo está bem. As coisas estão enroladas, confusas, nebulosas e caminhando em direção à morte. Temos muitos motivos para chorar. Ninguém está bem.

Virá o dia, porém, em que haverão novos céus e nova terra. Todas as coisas serão encabeçadas em Cristo. Tudo ficará em ordem. Então tudo estará bem.

Quem é digno de administrar esses novos céus e nova terra com a Nova Jerusalém? Apenas Cristo.

Foi Ele quem morreu para a redenção de todo o universo.
Foi Ele quem derrotou Satanás por meio de Sua morte.
Foi Ele que consumou a aliança com Seu sangue redentor.
Foi Ele quem nos legou como herança o novo testamento.

Ele é totalmente qualificado! Ele é digno de tomar o livro, abri-lo e executar tudo o que lá está escrito, provendo-nos de tudo o que nos foi legado, desempenhando cada item ali contido e colocando tudo em ordem no universo. Esse é o supremo ministério celestial de Cristo: a efetivação de tudo o que Deus projetou.