A História dos Caminhos de Deus – Parte 5

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C. A. Coates

“Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos há de acontecer nos dias vindouros” (Gn 49:1).

As Bênçãos nos Lugares Celestiais – José

A bênção de José demonstra a grande expansão que veio por meio de Cristo tomando seu lugar de Nazireado à destra de Deus. Aqui na terra, Ele estava sob limitações, mas agora Ele saiu de todas elas. Seu fruto segue muito além dos limites de Israel. Ele é a Fonte de Fruto para Deus entre os Gentios, no poder do Espírito, enquanto rejeitado, odiado e separado dos seus irmãos. Cada bênção está sobre a Sua cabeça. Nisso sabemos que Ele está nos céus agora, e Seus galhos atravessam o muro abençoando os gentios.

[José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro. Os flecheiros lhe dão amargura, atiram contra ele e o aborrecem. O seu arco, porém, permanece firme, e os seus braços são feitos ativos pelas mãos do Poderoso de Jacó, sim, pelo Pastor e pela Pedra de Israel, pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos das profundezas, com bênçãos dos seios e da madre. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais até ao cimo dos montes eternos; estejam elas sobre a cabeça de José e sobre o alto da cabeça do que foi distinguido entre seus irmãos.] Gn 49:22-26.

Nos versos 25 e 26 vemos as bênçãos que vão além dos limites, e ultrapassam tudo que já aconteceu antes. “As bênçãos de meus pais” se refere as promessas feitas a Abraão e Isaque. Todas elas têm o Sim e o Amém em Cristo [2 Co 1:20], mas as bênçãos vieram à luz Nele que hoje está ressurreto e ascendeu aos céus, o que não estava em vista nessas promessas. A promessa de que os santos seriam celestiais, e que seu processo de filiação seria de ordem celestial, e que teriam todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo, não surgiu jamais nas promessas do Antigo Testamento. Ele trouxe um alargamento peculiar quando foi glorificado à destra do Pai. A igreja participa em tudo o que Ele é e tem, considerando sua posição celestial. É em referência a posição Dele que Ele diz, “E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade” (Jo 17:19).

As bênçãos se estendem até “ao cimo dos montes eternos”. Isso sugere uma expansão ilimitada conectada com Cristo quando ressurreto e glorificado – Aquele distinguido dos Seus irmãos. Ele esteve aqui, foi odiado; “os flecheiros lhe dão amargura, atiram contra ele e o aborrecem”. Mas o fato de que Ele foi recusado aqui O libertou de qualquer limitação; Ele foi para a destra de Deus e Seus galhos correm sobre o muro. A expansão da bênção é tão grandiosa que requer que os Gentios tomem parte. Os Judeus não eram suficientes para encher a casa de Deus; os Gentios devem participar, ou haveriam lugares vazios.

No Evangelho de João, no capítulo quatro, vemos os galhos ultrapassando o muro para os Samaritanos, e a mulher, além de outros tomaram desse fruto, tornando-os, por assim dizer, o Seu fruto. O ‘galho frutífero’ não apenas deu fruto ao homem, mas também para Deus. Ele fala em João, no capítulo quatro, do pai buscando adoradores; e isso era algo muito precioso para Ele, de forma ilimitada. ‘Essa montanha’ e ‘Jerusalém’ eram esferas limitadas; mas o que o Senhor falou era além das limitações, era adoração ‘em espírito e verdade’.  ‘Em espírito’ é de acordo com o que Deus é essencialmente – Ele é espírito; e ‘em verdade’ é de acordo com a revelação Dele mesmo em Seu Filho. Quando chegamos a esse ponto, estamos livres de limitações. Estamos na presença de Deus, revelado em infinito amor, e nesse ponto só poderão existir adoradores. Aquele ‘galho frutífero’ gerou frutos que deleitaram o coração do Pai. O homem na carne desapareceu sacrificialmente quando o Filho do Homem foi levantado, e os homens no espírito se tornaram adoradores como demonstrado na luz de Deus conforme revelado no Seu amado Filho.

João, capítulo quatro, antecipa a vinda do dia do Espírito, e acredito que vemos os galhos ultrapassando o muro em Colossenses, e no próprio ministério do aposto Paulo, porque seu ministério tinha em vista frutos para Deus entre os gentios. Ele fala do mistério como  “Cristo em vós – Gentios – a esperança da glória”; e das abençoadas características de Cristo manifestadas por meio dos santos gentios; estes são os galhos ultrapassando os muros, e dando frutos lá.

Para estar no desfrute dessas coisas, precisamos aceitar Sua rejeição. As Escrituras diante de nós nos conduzem a ver Aquele que foi o deleite do Pai, mas foi odiado pelos homens, e não teve um lugar no mundo dos homens. Ele trouxe em Sua própria Pessoa todo tipo de fruto aceitável ao Pai, mas “os flecheiros lhe dão amargura, atiram contra ele e o aborrecem”. Mas Ele foi fortalecido e socorrido pelas mãos do Poderoso de Jacó. A força da perfeita dependência era Dele – as mãos do Poderoso estavam sobre Ele. A figura usada é de uma pessoa segurando um arco, mas as mãos de outro são colocadas sobre as suas para fortalece-las; assim como um homem forte pode colocar suas mãos sobre as mãos de uma criança e fortalece-las para fazer aquilo que apenas era possível pela força de um homem. Quando Cristo estava aqui, podemos dizer com toda a reverência que Ele era um Homem abençoado nesse mundo, Aquele no qual Deus colocou Suas mãos. Isaías 49, versículo 8, vemos o lugar maravilhoso de Cristo como um Homem aqui. Sua força estava em Sua dependência; Ele clamou a Deus, e Deus O respondeu no tempo aceitável. Ele diz, “Diz ainda o SENHOR: No tempo aceitável, eu te ouvi e te socorri no dia da salvação”. E é maravilhoso ver em 2 Coríntios 4, versículo 2, que os santos são colocados na mesma posição, ou seja, de ser ouvidos, fortalecidos e ajudados assim como Cristo foi. Também é privilégio deles ser fortalecidos pelas mãos do Poderoso de Jacó. Os santos têm Seu lugar no mundo, “Não sois do mundo…por isso, o mundo vos odeia” [Jo 15:19]; mas eles também têm o mesmo lugar de força que o Senhor teve, sendo ouvidos e ajudados por Deus.

A “pedra de Israel” [Gn 49:24] é mencionada em um lindo parêntesis, mostrando que o Poderoso de Jacó é a Fonte de tudo. Ele provê cuidado Pastoral para o Seu povo, e também é a “pedra de Israel” na qual tudo vai descansar no reino. A ideia de estabilidade e ornamento são conectadas com a pedra. Estabilidade marca a pedra firmada em Sião para a fundação (Is 28:16), e Zacarias fala de uma pedra de sete olhos – possivelmente se referindo a sua qualificação séptupla para governar mencionada em Isaías 11:2. Ele é a Cabeça de esquina [pedra angular] assim como a fundação (Sl 118:22). Mas Ele primeiro foi rejeitado pelos construtores.

“O seu arco, porém, permanece firme, e os seus braços são feitos ativos pelas mãos do Poderoso de Jacó, sim, pelo Pastor e pela Pedra de Israel” (Gn 49:24).

“Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge” (Is 28:16).

“Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Is 11:2)

“A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular” (Sl 118:22).

A vasta expansão das bênçãos é sugerida nos versículos 25 e 26:

“Pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos das profundezas, com bênçãos dos seios e da madre. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais até ao cimo dos montes eternos; estejam elas sobre a cabeça de José e sobre o alto da cabeça do que foi distinguido entre seus irmãos” (Gn 49:25,26).

Tudo é visto como agregado na cabeça de José. É dito de Cristo, em ressurreição – Aquele que tem “longevidade para todo o sempre”- “Pois o puseste por bênção para sempre e o encheste de gozo com a tua presença” (Sl 21:4-6). Deus O abençoou para sempre (Sl 45:2).

“Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; nos teus lábios se extravasou a graça; por isso, Deus te abençoou para sempre” (Sl 45:2).

Ele está alargado nos céus; apesar de ter estado limitado aqui até a cruz, como Ele disse, “tenho, porém, um batismo com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio [gr. sunecho – pressionar por todos os lados, comprimir, prensar com a mão] até que o mesmo se realize” [Lc 12:50]. Mas agora Ele ultrapassou a morte, e toda a plenitude da bênção que estava no coração de Deus para o homem está sobre Sua cabeça. E, como A Pessoa Celestial, Ele tem uma vasta companhia de pessoas celestiais, participando com Ele em toda a bênção que está sobre Ele em glória à destra de Deus.

Extraído do livro “An Outline of Genesis”, de C. A. Coates.

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