C. A. Coates
“Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos há de acontecer nos dias vindouros” (Gn 49:1).
O Resultado de Esperar por Jeová para a Salvação – Gade, Aser e Naftali
Zebulom e Issacar foram vencidos, e o inimigo realizou um assalto forte contra Gade – “uma guerrilha o acometerá”- mas sua marca é que ele vence no final. A salvação de Jeová o faz um vencedor. Quantos santos nas Escrituras tiveram essa experiência! Jacó, Davi, Pedro, Marcos são exemplos de homens que expuseram suas fraquezas nos assaltos do inimigo, mas que obtiveram a salvação de Deus, e acabaram vencedores. Cada um deles acabou bem. Alguém deseja acabar a carreira como um vencedor, e por isso receberá uma boa porção. Isso acontece com Aser e Naftali. “Aser, o seu pão será abundante e ele motivará [nathan – concederá, dará, presenteará] delícias reais. Naftali é uma gazela solta; ele profere palavras formosas”. O vencedor em satisfação e liberdade, e podendo ministrar a outros! Tudo isso é um contraste evidente com a magreza e escravidão que caracteriza Issacar como “jumento de fortes ossos”. Aser está feliz, e está bem suprido de boa comida, e ter boas coisas para repartir com outros; ele dará ‘delícias reais’. É uma marca da casa de Deus de que aqueles que lá estão tenham “pão suficiente e para repartir”. Então Naftali está em perfeita liberdade, e nada restringe seus movimentos, e ele, também, está em condição de ministrar a outros. Isso demonstra que aquele que vence no poder da salvação do Senhor não se beneficia apenas a si mesmo, mas ele se torna uma fonte de bênção para outros.
[“Gade, uma guerrilha o acometerá; mas ele a acometerá por sua retaguarda. Aser, o seu pão será abundante e ele motivará delícias reais. Naftali é uma gazela solta; ele profere palavras formosas”. (Gn 49:19-21)]
Essas coisas são de especial interesse se as consideramos necessárias para colocar o coração livre para receber uma visão mais ampla de Cristo. Me parece que o resultado dessas coisas é um grande alargamento na apreensão e apreciação de Cristo; que é, uma apreensão dEle como visto tipologicamente em José. José demonstra Cristo de uma forma alargada e em um estendido caráter de bênção. Ele é “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro”, e ilimitadas bênçãos estão sobre Sua cabeça. Almas que desfrutam do bem da salvação de Deus foram libertas de todos os elementos que impedem a apreciação de Cristo. É uma coisa grandiosa estar praticamente livre das influências do mundo, e os princípios que operam na carne, para que possamos expandir no conhecimento de Cristo. Um homem cujos limites se estendem até Sidom, ou que “está entre dois obstáculos” não podem se expandir.
É possível notar nas últimas quatro assembleias em Apocalipse 2 e 3 que as palavras “quem tem ouvidos, ouça” vem depois da promessa ao vencedor, sugerindo que apenas os vencedores terão ouvidos para ouvir. Ser um ministro de Cristo requer um estado apropriado espiritual para apreciar e receber Dele. Vemos isso na primeira e segunda epístolas aos Coríntios. O coração de Paulo estava cheio das insondáveis bênçãos de Cristo, mas ele teve que ser restringido pelo estado carnal dos Coríntios. Na segunda epístola ele pode dizer, “Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração… dilatai-vos também vós” (2 Co 6:11-13). Havendo um julgamento da própria condição diante do Senhor, havia espaço para expansão.
Extraído do livro “An Outline of Genesis”, de C. A. Coates.