Cristo, Nosso Tudo

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T. Austin-Sparks (1888 – 1971)

“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Cl  3:4).

Um dos principais objetos do Espírito Santo nos filhos de Deus é conduzi-los, espiritualmente e experimentalmente, para dentro do Cristo ressurreto e exaltado, para a vida ressurreta e exaltada de Cristo.

O momento em que vivemos é particularmente marcado por um afastamento das coisas, homens e movimentos, com vistas a um apego total ao próprio Senhor Jesus. O Anticristo logo será manifesto e provavelmente isso acontecerá por meio de um grande movimento mundial de elevação humana moral e social, sob o nome de “Cristianismo”.

Multidões serão arrastadas após ele, e aqueles que se recusarem a ser incluídos em tal movimento trarão sobre si estigma e ostracismo. O Senhor está agindo em preparação para a chegada do Anticristo, tornando o Senhor Jesus o suprimento mais pleno de vida para os Seus, de forma mais ampla do que já experimentado por eles antes.

Trabalhos, projetos, atividades, movimentos, igrejas, sociedades, ensinamentos, pessoas, etc., foram e são a vida de muitos. Estes precisam ter o estímulo de um programa, um esquema, um lugar para ocupar.

O ensino – como algo em si mesmo – pode levar à confusão e não fornecer nenhum caminho para a vida. A obra pode levar à exaustão e ao desapontamento. Os movimentos podem ser marcados por características meramente humanas e se tornar esferas de dissensão.

As coisas – todas elas – irão decepcionar mais cedo ou mais tarde, mas o Senhor permanece e nunca falha. O nível de apego das pessoas ao Senhor pode ser medido muitas vezes pelo nível de apego a algum interesse, seja uma(s) pessoa(s), lugar, movimento ou projeto e, quando estes objetos de apego entram em colapso, a fé delas no Senhor é abalada, levando-as a atravessar um escuro período de eclipse da fé.

O que precisamos aprender urgentemente é como ligar tudo ao próprio Senhor, e chegar a uma plena apreciação dEle. O Senhor, e não interesses e meras preocupações, deve ser a vida para o espírito, a fim de que este possa se tornar forte. Caso contrário, só nos levantaremos com força quando houver o apelo por meio de alguma ocasião externa, crise ou emergência.

O Senhor deve ser vida para nossas mentes, para que a verdade não seja para nós algo abstrato ou meramente verdadeiro, mas vida e poder.

O Senhor deve ser a vida de nossos corpos. Fraqueza natural ou força não é o critério. A cura como uma “verdade” ou como algo em si mesmo pode se tornar escravidão legal e um “pesadelo”. É o próprio Senhor que é a nossa vida, seja para permanecer atormentado com enfermidades ou para ser liberto – aquilo que servir mais para a Sua glória. A condição natural não é tão importante quando a transcendência e realização do Senhor.

Nos dias de terrível pressão que estão agora sobre o povo do Senhor em todos os lugares; dias em que o inimigo parece que “não dá uma folga”, mas está a todo tempo agindo; dias em que é mais perigoso para os crentes “tirar folga” do que nunca antes, há apenas uma coisa adequada a acontecer: que o Senhor seja conhecido em absoluto como nossa vida, nossa própria vida.

A exortação de Barnabé aos convertidos em Antioquia pode ser uma palavra muito oportuna e salutar para nós neste momento: “exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor” – Atos 11:23.

Publicado pela primeira vez na revista “A Witness and A Testimony”, março-abril de 1931, Vol. 9-2 – sob o título “Christ, Our All” (1931).

Continue lendo sobre esse assunto em A Dependência de Cristo.
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