“A perda do ego” são extratos selecionados do artigo “Way of the Cross”, cap 11, do livro “100 Days n the Secret Place”, de Gene Edwards. Se trata de uma coletânea do autor de diversos artigos selecionados de Madame Guyon, François Fénelon e Miguel de Molinos.
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Madame Guyon (1648–1717)
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33).
Existe algo no universo que é diametralmente oposto à Deus, e isso é o ego. A atividade do ego é a fonte de toda a natureza e procedimentos malignos do homem. Por outro lado, a perda do ego na alma eleva sua pureza! De fato, a pureza da alma é elevada na exata proporção da perda do ego.
Enquanto empregarmos nossa natureza em algum caminho, as nossas faltas permanecerão. Mas depois que abandonamos o ego e seus interesses, não haverão mais erros, e tudo será pureza e inocência.
Foi com o advento da entrada do ego na alma quando ocorreu a queda, que foi estabelecida uma diferença entre a alma humana e Deus.
Como podem duas coisas tão diferentes serem unidas? Como pode a pureza de Deus e a impureza do homem serem trazidas à unidade? Como pode a simplicidade (ou singularidade) de Deus e a multiplicidade (ou inconstância) do homem se amalgamarem?
Certamente isso demanda por muito mais do que nossos próprios esforços.
O que, então, é necessário para obter essa tão desejada união? Um movimento a partir do Próprio Deus Todo-Poderoso. Só isso pode levar a termo essa união.
Para que duas coisas se tornem uma, precisam ter naturezas similares. Por exemplo, a impureza da terra não pode ser unida à pureza do ouro. O fogo é introduzido para destruir a escória e tornar o ouro puro. É por isso que Deus envia o fogo à terra (e ele é chamado de Sua Sabedoria) para destruir tudo que é impuro em nós. Nada pode resistir ao poder daquele fogo. Ele consume tudo. Sua Sabedoria queima todas as impurezas no homem com um propósito: torná-lo preparado para a união divina.
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Jeanne Guyon (1648 – 1717)
Mais conhecida como Madame Guyon, foi levantada por Deus num contexto católico, em pleno século XVII, quando as nuvens da apostasia ainda eram densas, apesar da fresta de luz da Reforma. Deus a usou de forma especial para abrir caminho para a restauração da vida interior, da comunhão profunda com Ele através da oração, da consagração plena, da santificação e do operar da cruz. Seus inspirados escritos, especialmente gerados na prisão, influenciaram a muitos ao redor do mundo e a notáveis líderes, tais como o Arcebispo Fénelon, os Quakers, John Wesley, Zinzendorf, Jessie Penn-Lewis, Andrew Murray e Watchman Nee. Eles foram marcados por Deus através de suas mensagens. Muitas das verdades comentadas e vividas por eles tiveram origem, de alguma maneira, no que herdaram de Madame Guyon.