C. A. Coates
“Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos há de acontecer nos dias vindouros” (Gn 49:1).
A Intervenção do Alto – Judá
Judá surge como uma intervenção de Deus com poder vitorioso a favor do homem. Ele é apresentado como objeto de louvor; um contraste marcante com as prévias tribos; que tiveram que ser denunciadas – Judá surge como um objeto de louvor. O que marca ele é seu poder vitorioso sobre todos os Seus inimigos, e o seu lugar de louvor e preeminência entre os seus irmãos.
[“Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta, à videira mais excelente; lavará as suas vestes no vinho e a sua capa, em sangue de uvas. Os seus olhos serão cintilantes de vinho, e os dentes, brancos de leite” (Gn 49:8-11)].
Não podemos deixar de ver nele Aquele que é o Leão da tribo de Judá – vitorioso, despojando principados e potestades, visto em supremacia insuperável. Davi é o tipo de Cristo considerando essa faceta, garantindo louvor e preeminência por Suas vitórias, tendo ferido Seus dez milhares [1 Sm 18:7]. Cada poder que desafiou os direitos de Deus em abençoar seu povo foi encarado pelo verdadeiro Davi e destronado. Agora, Sua mão está no pescoço dos seus inimigos, e o poder real está investido Nele que pode trazer em plenitude a bênção milenar. Cada poder adverso à bênção do homem foi enfrentado pelo Leão da tribo de Judá. Hoje o cetro está em Sua mão; Ele é Senhor e Cristo; Ele está coroado de glória e honra. Siló é o Príncipe da paz – o verdadeiro Salomão – e Ele se torna um ponto de encontro para os povos obedientes ao Pai.
O legislador é trazido porque é extremamente importante entrar em obediência. Falando de Siló, “a ele obedecerão os povos”. Cada um deve conquistar Sua autoridade; vemos o Senhorio de Judá fundamentado no fato que Ele obteve completa vitória. Deus interviu em poder, para que essa bênção fosse acessível ao homem. O Senhor toma o Seu lugar conosco quando vemos quão maravilhosamente Ele agiu em nosso favor.
Versículos 11 e 12 apontam para a introdução da bênção milenar. Haverá abundância de vinho; como um contraste com João 2, quando faltou vinho. Aqui não vemos carência de nada; existe grande abundância; o que sugere a alegria divina. Judá é Cristo em vitória, e em poder Real para dispensar bênçãos e trazer a plenitude da alegria. Apesar do milênio ainda não ter chegado, plenitude de bênção e alegria já estão à nossa disposição. Nos Salmos que antecipam o milênio vemos muitas expressões de alegria e louvor. Mas a alegria do reino está disponível para nós hoje de uma forma espiritual, trazendo uma plenitude de alegria. João diz, “Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa” [1 Jo 1:4]. Essa afirmação nos leva a pensar porque todo o povo de Deus não desfruta disso. Se Deus interviu de uma forma tão maravilhosa pelo verdadeiro Judá para a bênção dos homens, e trouxe a eles a alegria divina, porque todos aqueles que ganharam Judá não desfrutam disso? As próximas três tribos suprem a resposta a essa pergunta. É porque permitimos que o mundo entrasse.
Extraído do livro “An Outline of Genesis”, de C. A. Coates.